quarta-feira, 29 de julho de 2015

Por moradia, integrantes do MTST ocupam dois terrenos no DF

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ocupam terrenos de Planaltina e Samambaia, no Distrito Federal. O grupo se instalou nos locais na madrugada de sábado (25) e reivindica políticas habitacionais para atender famílias que realizam as ocupações, além de cobrar respostas de negociações feitas com o Executivo. Segundo o movimento, cerca de mil famílias participam das invasões.

Segundo a Polícia Militar, 400 pessoas participam da invasão em Planaltina e 300 em Samambaia. A PM acompanha os manifestantes. Outros 150 trabalhadores ocupavam o Centro de Referência e Assistência Social (Cras) de Ceilândia, pela manhã, segundo a corporação.

A Secretaria de Relações Institucionais e Sociais afirmou que vai se reunir com integrantes do movimento nesta terça (28) para discutir as demandas do grupo. O encontro também vai contar com a presença de representantes da Terracap e da Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social.

Em Planaltina, a invasão ocorre em um terreno na entrada da Estância Mestre D' Armas, na BR-020. Em Samambaia, o terreno invadido fica na quadra 201, segundo o MTST. Os grupos usaram pedaços de madeira para montar barracos de lona.

O MTST disse reivindicar ainda o destravamento do Minha Casa Minha Vida, a destinação de terreno para a construção de moradia popular por meio de recursos do programa e o encaminhamento imediato das pendências do edital de Planaltina e início das construções.

A coordenadora do MTST Maria Almeida afirmou que no início do ano o movimento se reuniu com vários órgãos do governo, após a entidade ocupar seis terrenos da capital federal em fevereiro. Ela disse que durante as negociações ficou acertada a doação de terrenos.

"Disseram também que as construções seriam iniciadas e nada disso foi cumprido. Desocupamos na época pacificamente, as famílias saíram, mas ficou avisado tambem que se eles não cumprissem, as famílias iam voltar. Agora só desocupamos quando eles entregarem os terrenos para as entidades."

São pessoas autônomas que fazem bicos, trabalham de diarista, vigiam carros. A maioria tem crianças, não tem creche na cidade para colocar. Não estamos lá só pela moradia digna, mas entendemos que não é só ter um lar, é ter hospital público, colégio e transporte de qualidade."
Eduardo Borges,coordenador do MTST
 
O coordenador Eduardo Borges afirmou que a maioria das famílias acampadas em Samambaia recebem menos de um salário mínimo. "Tem pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade, que vivem de favor, algumas delas em situação de risco, em albergues. São pessoas que passam por muitas dificuldades. A maioria delas a renda da família não passa de um salário minimo", declarou.
"São pessoas autônomas que fazem bicos, trabalham de diarista, vigiam carros. A maioria tem crianças, não tem creche na cidade para colocar. Não estamos lá só pela moradia digna, mas entendemos que não é só ter um lar, é ter hospital público, colégio e transporte de qualidade."

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