Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ocupam terrenos de Planaltina e Samambaia, no Distrito Federal.
O grupo se instalou nos locais na madrugada de sábado (25) e reivindica
políticas habitacionais para atender famílias que realizam as
ocupações, além de cobrar respostas de negociações feitas com o
Executivo. Segundo o movimento, cerca de mil famílias participam das
invasões.
Segundo a Polícia Militar, 400 pessoas participam da invasão em
Planaltina e 300 em Samambaia. A PM acompanha os manifestantes. Outros
150 trabalhadores ocupavam o Centro de Referência e Assistência Social
(Cras) de Ceilândia, pela manhã, segundo a corporação.
A Secretaria de Relações Institucionais e Sociais afirmou que
vai se reunir com integrantes do movimento nesta terça (28) para
discutir as demandas do grupo. O encontro também vai contar com a
presença de representantes da Terracap e da Secretaria de
Desenvolvimento Humano e Social.
Em Planaltina, a invasão ocorre em um terreno na entrada da Estância
Mestre D' Armas, na BR-020. Em Samambaia, o terreno invadido fica na
quadra 201, segundo o MTST. Os grupos usaram pedaços de madeira para
montar barracos de lona.
O MTST disse reivindicar ainda o destravamento do Minha Casa Minha
Vida, a destinação de terreno para a construção de moradia popular por
meio de recursos do programa e o encaminhamento imediato das pendências
do edital de Planaltina e início das construções.
A coordenadora do MTST Maria Almeida afirmou que no início do ano o
movimento se reuniu com vários órgãos do governo, após a entidade ocupar
seis terrenos da capital federal em fevereiro. Ela disse que durante as negociações ficou acertada a doação de terrenos.
"Disseram também que as construções seriam iniciadas e nada disso foi
cumprido. Desocupamos na época pacificamente, as famílias saíram, mas
ficou avisado tambem que se eles não cumprissem, as famílias iam voltar.
Agora só desocupamos quando eles entregarem os terrenos para as
entidades."
O coordenador Eduardo Borges afirmou que a maioria das famílias
acampadas em Samambaia recebem menos de um salário mínimo. "Tem pessoas
que vivem em situação de vulnerabilidade, que vivem de favor, algumas
delas em situação de risco, em albergues. São pessoas que passam por
muitas dificuldades. A maioria delas a renda da família não passa de um
salário minimo", declarou.
"São pessoas autônomas que fazem bicos, trabalham de diarista, vigiam
carros. A maioria tem crianças, não tem creche na cidade para colocar.
Não estamos lá só pela moradia digna, mas entendemos que não é só ter um
lar, é ter hospital público, colégio e transporte de qualidade."
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