quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Novembro passou, é tempo de contar a verdadeira história


Novembro passou, é tempo de contar a verdadeira história

quilombo
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E mais um mês de novembro passou, um dos meses mais simbólicos para o seguimento negro brasileiro. Como em várias partes do Brasil, as organizações realizam eventos comemorativos, na capital amazonense não foi diferente. E nos perguntamos, por que celebrar essa data em Manaus, já que não tivemos presença negra nessa localidade?
Bom, aproveito e convido você para uma breve reflexão. Se não houve pretos, nas terras de Ajuricaba, o porquê da existência de bairros que concentram grande quantidade populacional negra, como Praça 14 de Janeiro e Morro da Liberdade, que ainda cultivam culturas e costumes dos seus antecessores? E a grande concentração de terreiros das mais variadas nações, oriundos de casas tradicionais? Onde está Joana Galante e Mãe Zulmira? Quem foi o governador negro que tivemos? Eduardo Ribeiro? Quem foi Nestor Nascimento? Como, quem, quando, onde? Essas são algumas das perguntas que faço quando passeio pela bela “Paris dos Trópicos”.
Outro dia me deparei com a seguinte noticia: Governo reconhece cinco comunidades remanescentes de quilombos em Barreirinha. Ué, se nunca existiu negros nessa região, como existem remanescentes de quilombos? Se existem remanescentes não é pelo fato de ter existido quilombo? E quilombos não são comunidades de resistência? Têm-se focos de resistência, não seria porque existiram opressão e submissão de algum modo?
Pois é, para quem não sabe no estado temos mais de 15 municípios, até o momento, com focos de populações quilombolas, bem como a comunidade do Tambor, no município de Novo Airão, primeira reconhecida pelo Governo Federal.
Na verdade muitos se questionam ou até mesmo afirmam que o Amazonas não teve e, de certa forma, não tem contribuição negra na formação deste povo. Um dos motivos, em minha opinião, é a grande concentração de etnias indígenas na região, o que nos faz achar que, o amazonense descende apenas desse grupo étnico. Por outro lado, a falta de mais estudos e pesquisas para desmistificar tal afirmação ainda é reduzida, do ponto de vista acadêmico. Como bem coloca a professora Patrícia Sampaio no Livro “O fim do Silêncio”, “contudo, em se tratando de Amazônia e, mais particularmente, do Amazonas, estamos diante de um tema muito pouco frequentado pelos estudiosos. Um silêncio persistente que insiste em apagar memórias, histórias e trajetórias de populações muito diversificadas que fizeram desta região seu espaço de luta e sobrevivência. Esta é uma divida de muitas gerações que ainda reclama a sua paga…”.
Por tudo isso, é preciso contar e escrever uma nova história. Não a esquecida, mas aquela que esteve apagada. É preciso romper a barreira do silêncio e fazer ecoar o grito daqueles que até então, estavam calados. É preciso dar um urro de liberdade e quebrar as correntes que ainda prendem e negam o saber da sua origem. É preciso contar o que os ancestrais nos ensinaram através da oralidade, repassados aos seus filhos, netos e assim por diante.
É preciso falar de Luiz Fernando, de Mãe Emília, de Gláucio da Gama, de Arlete Anchieta, de Elizangela Almeida, de Cristiano Correa, de Juarez Silva, de Nonata Freitas, de Emanuel Medeiros, de Sidney Barata, de Nonata Correa, de Índia Nevez, de outros Zumbis e Dandaras que se mantêm fortes, para que acordemos com manhãs escritas e pintadas, com a cor da liberdade.
São por essas razões, que Manaus tem muito a dizer, não somente nesse novembro. Mas todos os dias sobre “os invisíveis numa terra de gente morena”.
“Até que os leões tenham suas histórias, os contos de caça glorificarão sempre o caçador” – Provérbio africano
Por Maick Soares

Shopping Vitória: corpos negros no lugar errado


Shopping Vitória: corpos negros no lugar errado

imagem
Por Douglas Belchior
Sábado, 30 de novembro, fim de tarde. Várias viaturas da Polícia Militar, Rotam e Batalhão de Missões Especiais cercaram o Shopping Vitória, na Enseada do Suá, no Espírito Santo. Missão: proteger lojistas e consumidores ameaçados por uma gente preta, pobre e funkeira que, “soube-se depois”, não ocuparam o shopping para consumir ou saquear, mas para se proteger da violência da tropa da PM que acabara de encerrar a força o baile Funk que acontecia no Pier ao lado.
Amedrontados, lojistas e consumidores chamaram a polícia e o que se viu foram cenas clássicas de racismo: Nenhum registro de violência, depredação ou qualquer tipo de crime. Absolutamente nada além da presença física. Nada além do corpo negro, em quantidade e forma inaceitável para aquele lugar, território de gente branca, de fala contida, de roupa adequada.
E a fila indiana; e as mãos na cabeça; e o corpo sem roupa, como que a explicitar cicatrizes nas costas ou marcas de ferro-em-brasa, para que assim não se questione a captura.
A narrativa de Mirts Sants, ativista do movimento negro do Espírito Santos nos leva até a cena:
“Em Vitória, a Polícia Militar invadiu um pier onde estava sendo realizado um baile funk, alegando que estaria havendo briga entre grupos. Umas dezenas de jovens fugiram, amedrontados, e se refugiaram num shopping próximo.
Foi a vez, entretanto, de os frequentadores do shopping entrarem em pânico, vendo seu ‘fetiche de segurança’ ameaçado por “indesejáveis, vestidos como num baile funk, de tez escura e fragilizando o limite das vitrines que separam os consumidores de seus desejos”. Resultado: chamaram a PM, acusando os jovens de quererem fazer um arrastão.
A Polícia chegou rapidamente e saiu prendendo todo e qualquer jovem que se enquadrasse no ‘padrão funk’. Fez com que descessem em fila indiana e depois os expôs à execração pública, sentados no chão com as mãos na cabeça. E isso tudo apesar de negar que tenha havido qualquer arrastão, “exceto na versão alarmista dos frequentadores”.
Se chegou a haver algo parecido com uma tentativa de ‘arrastão’ ao que parece é impossível saber. Para alguns dentre os presentes, a negativa da PM teve como motivo “preservar a reputação do shopping como templo de segurança”. Se assim foi, a foto acima, com os jovens sentados no chão sob vigilância, e o vídeo abaixo, mostrando-os sendo forçados a descer em fila indiana sob a mira da Polícia, se tornam ainda mais graves como exemplos de arbítrio, violência e desrespeito aos direitos humanos. E isso só se torna pior quando acontece ainda sob os aplausos dos ‘consumidores’…”

Encontro Nacional de Jovens Feministas da UJS


Participe: I Encontro Nacional de Jovens Feministas da UJS

jovens feministas
O I Encontro de Jovens Mulheres Feministas da UJS irá acontecer nos dias 13, 14 e 15 de dezembro, em Brasília, com o objetivo de aprofundar a elaboração e ativismo para conquistar mais direitos para as jovens mulheres brasileiras e afirmar o socialismo como caminho para sua plena emancipação.
A abertura do evento, que será realizado no Congresso Nacional, terá o ato político “Meninas no Poder – Reforma Política Já!”, e contará com a presença da ministra da Secretária Especial de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci.
O Encontro contará com parlamentares, intelectuais, artistas e movimentos sociais e terá uma programação cultural permanente. A I Mostra Cultural Feminista terá oficinas de bateria, grafite, estêncil e rádio web com o CEMJ, e o palco estará aberto para aqueles que queiram realizar apresentações culturais (para se apresentar, basta enviar um e-mail para ujsfeminista@gmail.com).
Os temas discutidos irão desde a história e correntes do feminismo até temas como: a democratização da mídia para combater a reprodução do machismo; a mulher no mercado de trabalho; violência e sexualidade.
O Encontro reunirá mulheres de todo o país, tendo como tema “Combater o machismo, emancipar as mulheres, construir o socialismo”, o evento vem para coroar o empoderamento das mulheres na União da Juventude Socialista.
De acordo com a diretora nacional de jovens mulheres da organização, Maria das Neves, a iniciativa responde a uma demanda complexa da resistência ao machismo. “Lutamos por uma sociedade justa e igualitária e o machismo é parte dos obstáculos da construção do socialismo. Internamente, estamos desnaturalizando esse problema. O empoderamento das meninas na nossa organização é um caminho sem volta”, disse ao resgatar o fato de que as presidentes da UNE, UBES e ANPG são mulheres.

Revista Playboy faz campanha motivada pela “masculinidade sufocada”

“Sim, adoramos ver uma bela bunda passar” e “Como casamento dá trabalho, deveríamos receber um mês de férias por ano” são algumas das frases que compõem a Constituição do Homem Livre
05/12/2013
Isadora Otoni,

 A revista Playboy lançou em novembro uma campanha em conjunto com a The Heart Corporation exaltando a masculinidade. A ação publicitária teve origem nas reclamações dos leitores, que lamentam a perda do protagonismo dos homens na sociedade, segundo a revista Meio & Mensagem. Para a campanha, foi escrita a Constituição do Homem Livre, composta de frases como “Sim, adoramos ver uma bela bunda passar” e “Como casamento dá trabalho, deveríamos receber um mês de férias por ano”.

O teaser da “Constituição” explica o motivo de os homens não protestarem pela bandeira defendida: “Não gostamos de muito homem junto”. A regra não se aplica às mulheres. Valmir Leite, sócio da The Heart Corporation, disse que a campanha foi feita para agradar aos homens e, quanto às mulheres: “Podem protestar quanto quiserem. Se fizerem isso nuas, melhor ainda”. Lenina Vernucci, do Coletivo Ana Montenegro, considerou o manifesto muito heteronormativo. “O objetivo que eles querem com o tal manifesto é legitimar a dominação do homem sobre a mulher, em particular seu corpo”.

Leite ainda contou: “Queremos dizer ao leitor que estamos ao lado dele. Na revista, ele encontra espaço para exercer sua liberdade, conversar com amigos, admirar mulheres e não ser massacrado pelo clima politicamente correto”. Sobre esse “clima”, Lenina entende que os grupos privilegiados passaram a se incomodar somente após terem suas atitudes questionadas por movimentos sociais.

“Observamos que a grande angústia do homem moderno é o fenômeno da ‘masculinidade sufocada’”, relatou Ricardo Sapiro, sócio da Touch Branding, ao site AdNews. O novo fenômeno se deve ao espaço de poder masculino, que está sendo disputado por bandeiras feministas. “Perder o espaço, perder ou diminuir as correlações de força sempre gera problemas. Sim, eles sentem que estão sendo sufocados porque agora não é mais aceitável serem tidos como superiores. Agora o ‘poder do macho’ é questionado, é posto à prova”, opinou Lenina.

A ação também vai disponibilizar espaços para os homens escreverem suas regras, além de prever intervenções em portais de revistas femininas. A revista Veja também ganhou o teaser da constituição em suas páginas. Para ilustrar, a campanha conta a utilização de imagens históricas manipuladas.

Mais Médicos beneficiará mais de 212 mil indígenas

Mais Médicos beneficiará mais de 212 mil indígenas

Com a chegada de mais 47 médicos na próxima semana, os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) passarão a contar com 122 profissionais de saúde garantidos pelo programa
05/12/2013
Por Murilo Caldas,
Da Agência Saúde 
Quarenta e sete profissionais do Programa Mais Médicos chegam na próxima semana a 16 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). Esses novos médicos somam-se a 75 que já estão atuando nas aldeias, totalizando 122 profissionais em 28 DSEIs.
O anúncio foi feito durante a abertura da 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena, realizada na noite de segunda-feira (2), no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília (DF) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Com a chegada de novos profissionais, o programa beneficiará aproximadamente 212 mil indígenas. Além dos profissionais garantidos pelo programa, a assistência à saúde indígena é feita por 264 médicos que atuam nos 34 DSEI.
“Nós já temos mais de 70 médicos, do Mais Médicos, que vieram de vários países do mundo para atender os povos indígenas que não tinham médicos. Agora, em dezembro nós vamos chegar a 122. O pedido feito por todos os Distritos Sanitários Especiais de Saúde Indígenas, foi termos mais 250 médicos na saúde indígena. Nós, vamos ter até março do ano que vem, ao todo, 250 novos médicos para atender os povos indígenas”, destaca o ministro Padilha.
Durante a abertura do evento, o ministro assinou portaria que autoriza a compra, pelos DSEIs, de todos os medicamentos da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais – RENAME, o que otimiza a oferta de medicamentos nas aldeias e cria grupo de trabalho para avaliação e elaboração de incorporação de novos medicamentos e insumos para atendimento à Saúde Indígena no SUS.
O ministro também assinou, junto com os presidentes do CONASS e CONASEMS, resolução que inclui a participação de representantes dos DSEI nas comissões intergestores bipartite e regionais de estados e municípios que possuem povos indígenas nas suas jurisdições.
"Vocês trazem muito forte um sentimento de cobrança, de cobrar dos governantes desse país uma saúde de qualidade. É muito positivo vermos cada vez mais mulheres, cada vez mais jovens assumindo lideranças. Esses jovens são exemplo de pertencimento da juventude em continuar a luta do seu povo", disse a presidente do Conselho Nacional de Saúde, Maria do Socorro de Souza.
Até chegar à Conferência Nacional, os povos indígenas participaram de 34 etapas distritais e 306 etapas locais que definiram sete diretrizes e 453 propostas nos quatro eixos temáticos: Atenção Integral e Diferenciada nas Três Esferas de Governo (gestão, recursos humanos, capacitação, formação e práticas de saúde e medicinas tradicionais indígenas); Controle Social e Gestão Participativa; Etnodesenvolvimento e Segurança Alimentar e Nutricional; e Saneamento e Edificações de Saúde Indígena.
"Essa Conferencia foi feita com muito carinho para vocês, delegados, delegadas, representantes dos povos indígenas para oferecer o melhor porque vocês merecem o melhor", declarou o secretário especial de Saúde Indígena e coordenador-geral da 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena, Antônio Alves.
Saúde
Foram convidados para participar da 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena os representantes de órgãos, entidades, instituições nacionais e internacionais, personalidades nacionais e internacionais, com atuação de relevância na área de saúde indígena e setores afins, entidades/movimentos sociais indígenas. Na Conferência, os indígenas, representantes dos trabalhadores e gestores vão validar ou excluir diretrizes e propostas estabelecidas nas etapas locais e distritais.
A Secretaria Especial de Saúde Indígena – SESAI – é a área do Ministério da Saúde criada para coordenar e executar o processo de gestão do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) no âmbito do Sistema Único de Saúde –  SUS - em todo o  Território Nacional. Fruto de uma diretriz definida na 1ª Conferência Nacional de Saúde Indígena em 1986, a SESAI foi criada em 2010 e tem como missão principal a gestão da saúde indígena.
Desde 2011, os recursos orçamentários da Sesai aumentaram 92%, passou de R$ 479 milhões para R$ 920 milhões em 2013. Entre os gastos na área, o Ministério da Saúde tem investido em obras de 11 Casais, três Polos Base e 11 Postos de Saúde. Em 2013, foram aprovados projetos para reforma, ampliação e construção de outros 17 postos de saúde.
Outro importante investimento para atender aos indígenas nas áreas de difícil acesso foi na reestruturação do setor de transporte. Ao todo, os investimentos no setor superam R$ 320 milhões, incluindo a compra de veículos, barcos, contratação de horas voo, além dos contratos de locação de veículos. Só em veículos, o investimento é de R$ 168 milhões, o que inclui a compra de 404 picapes, 78 automóveis de passeio, 21 caminhões e 27 micro-ônibus, além de contratos de locação em 31 dos 34 DSEIs.
Para ajudar a gerenciar e coordenar as ações regionalmente, a Sesai conta com 34 DSEI, 354 Polos Bases, 68 Casas de Saúde Indígena (CASAI) e 751 Postos de Saúde. As CASAI ficam em municípios de referência dos distritos e é um estabelecimento de cuidados de enfermagem de apoio aos pacientes encaminhados à rede do SUS para tratamento. Fornece alojamento e alimentação para pacientes e acompanhantes e é responsável por marcar e acompanhar os indígenas em consultas, exames complementares ou internação hospitalar.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

AINDA DEVENDO

Brasil ainda ocupa um dos últimos lugares em ranking da Educação

O Brasil ocupa um dos últimos lugares em um ranking de 65 países no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) 2012, na 58ª posição em matemática, 55ª em leitura e 59ª em ciências. A avaliação é semelhante a 2009, quando o país ficou no  53º lugar em leitura e ciências e 57º em matemática. Especialistas dizem que o Brasil registrou avanços na última década, mas que não representaram melhoria expressiva na aprendizagem. De acordo com a Agência Brasil, o exame é aplicado a cada três anos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e avalia o conhecimento de estudantes de 15 anos. Nas três áreas avaliadas, o Brasil está abaixo da média dos países da OCDE e a maioria dos estudantes tem conhecimentos básicos.

INDIOS NO PLANALTO

Indígenas tentam invadir Palácio do Planalto em protesto por demarcação de terras.

Indígenas tentam invadir Palácio do Planalto em protesto por demarcação de terras

Em protesto por demarcação de terras, representantes de comunidades indígenas tentaram invadir nesta quarta-feira (4) o Palácio do Planalto, em Brasília. Policiais militares impediram a entrada dos cerca de 500 manifestantes, que seguiram em direção ao Ministério da Justiça. A mobilização ocorreu depois de o movimento ter acesso à minuta de uma portaria da pasta que estabelece instruções ao procedimento de demarcação de terras indígenas, nos termos do Decreto 1775/96. "Contrariamente às alegações do governo, a dita portaria eterniza a não demarcação de terras indígenas, fragiliza por vez a Funai, e desenha um quadro assustador de acirramento de conflitos", critica nota enviada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), organização que propôs o protesto, ao considerar que a portaria vai inviabilizar o direito constitucional à terra tradicional. O grupo participa da Conferência Nacional de Saúde Indígena, que ocorre em Brasília até o final desta semana, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB). De acordo com o Ministério da Justiça, os indígenas devem ser recebidos ainda nesta quarta para discutir as reivindicações.


PROTESTOS DESMASCARADOS

 MÁSCARAS PODEM SER PROIBIDAS NAS MANIFESTAÇÕES EM 2014

                                                 
 Andrei Rodrigues, secretário-executivo da Secretaria Especial de Grandes Eventos (Sege) do governo federal, falou nesta quarta-feira (4), em Costa do Sauípe, sobre as propostas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para as medidas de segurança durante a Copa do Mundo de 2014. A principal preocupação da imprensa internacional é saber como o governo lida com a possibilidade de manifestações como as que ocorreram durante a Copa das Confederações, em junho. De acordo com o secretário, o CNJ deve criar um pronto-atendimento judicial, em modelo similar ao que foi utilizado na Copa da África do Sul em 2010, para acompanhar e agilizar situações durante o Mundial. "Queremos ter essa parceria entre polícia, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), defensoria pública e Judiciário", afirmou. 
Sobre o uso de máscaras durante as manifestações, Rodrigues não descartou a possibilidade de proibição. "O que pode ser identificado é esse processo da criação de protocolos de atuação das forças de segurança. Nas discussões, enfrentamos todos os temas para que todos tragam a sua visão a respeito desse processo, da legalidade ou não", comentou. Ainda de acordo com o secretário, os turistas que vierem ao Brasil receberão orientações sobre segurança e rotas que poderão ser usadas com mais tranquilidade.

DAVI CONTRA GOLIAS.

A LUTA DE UMA COMUNIDADE TRADICIONAL CONTRA UM GIGANTE DO CAPITAL.

A pequena comunidade de VILAMAR, localizada na VILA DE SAUÍPE, litoral norte da Bahia, está passando por momentos difíceis e descabidos para uma sociedade que se diz civilizada e em pleno século XXI.

Não pode instalar luz elétrica em suas casas, não pode construir um acesso digno à comunidade e nem pode construir, ampliar ou ao menos rebocar suas casas. E por quê? Porque está em uma área de proteção ambiental. Ah tá.

Estão ameaçados de despejo dessa área, doada na década de 60 do século passado pelo administrador municipal da época, doação essa ratificada e documentada na década de 80, com termos de doação emitidos e assinado pelo prefeito da época, reconhecido em cartório. Etc... Motivo??? Ora vejam só, a área doada e documentada agora pertence à ODEBRECHT, um gigante da construção civil do país. Mas e a doação?

A época da doação a LINHA VERDE não existia, as terras tinham pouco valor. Não haviam condomínios de luxo no litoral norte, agora existem e precisam ser expandidos. Nada melhor  do que expulsar as pequenas comunidades de seus locais de nascimento.

E a área de proteção ambiental. Bom essa só vale para a comunidade que vive da agricultura, extração e do fabrico de artesanato, pois as construtoras destroem o meio ambiente à vontade, com a devida licença ambiental, já a comunidade não pode cavar um poste para instalar uma fiação elétrica.



Esse é o Brasil onde vivemos, uma pequena comunidade, rica culturalmente, que vive em harmonia com a natureza corre o risco de ser expulsa do seu chão para dar lugar a um empreendimento imobiliário que agride e destrói, além de segregar à população e criar um sistema de castas no nosso belo Litoral Norte. 

Não podemos deixar isso acontecer, ajude, apoie,  lute. Não deixe Vilamar virar uma lembrança triste.


Fotos: Paraná.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

PELO FIM DE UM CRIME.

CPI do Tráfico de Pessoas da AL define casos que serão apurados


A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas da Assembleia Legislativa do Estado (AL-BA) definiu, durante reunião na última quarta-feira (20/11), a pauta dos trabalhos. Em destaque, está a escolha do caso de adoção ilegal no município de Monte Santo, que teve repercussão nacional, com a convocação dos envolvidos para prestação de explicações.



Outro caso já está na lista de apuração da CPI é o suposto aliciamento e roubo de duas crianças do município de Camaçari por uma mulher portuguesa. Através de uma manobra jurídica, a mulher conseguiu a guarda das crianças brasileiras e obrigou a mãe biológica, que tinha ido a Portugal atraída por melhores condições oferecidas por ela, a voltar ao Brasil.

A intenção dos integrantes da comissão é aumentar a lista de casos a serem investigados. Para isso, a deputada Kelly Magalhães (PC do B) sugeriu a criação de um Disk Denúncia, que funcionaria como um canal direto e sigiloso para o recebimento de informações.

Além disso, a comissão deve contar, também, com os meios de informação já existentes nos órgãos estaduais ou municipais, como Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e Posto de Saúde da Família (PSF).

Na primeira reunião, a CPI também aprovou a realização de uma audiência pública, que acontecerá no dia 12 de dezembro, na Assembleia Legislativa. Serão convidados todos os prefeitos e demais autoridades municipais dos 20 municípios que estão na rota principal do tráfico de pessoas, tais como Ipiaú e Feira de Santana.

POLÍCIA PARA QUEM???

Rio Real: Dez PMs respondem por homicídios; juiz retira família da cidade após denúncias.



Dez policiais militares que atuam ou atuaram em Rio Real sob o comando do major Florisvaldo Ribeiro, responsável pela 6ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), respondem a processos na Justiça por crimes de homicídio, tentativa de homicídio e tortura praticados no município do nordeste baiano. 
Os rio-realenses vivem um clima de medo, com diversos relatos de abusos cometidos por policiais, suspeitos até de integrar um grupo de extermínio. Conforme nova denúncia, os dez PMs respondem a sete processos no Fórum da cidade. Os soldados Lenildo José da Silva, Valney de Jesus Silva e Anderson Clay Batista dos Santos respondem por homicídio. Apesar dos processos, segundo o juiz da comarca local Josemar Dias Cerqueira, os três continuam no trabalho ostensivo. O soldado Edval Nepomuceno Santana é acusado de tentativa de homicídio e também estaria trabalhando normalmente em Rio Real. 
Respondendo a duas acusações, por homicídio e tortura, o soldado Gildásio João Barbosa da Silva é outro profissional queainda exerce o ofício na região. Quanto aos casos de tortura, estão sob investigação o soldado Genildo Oliveira de Lima, lotado na 6ª CIPM, os soldados reformados Evandro de Souza Alves e Ramon Rodrigues de Lima, além dos tenentes Leanderson Antônio dos Santos e Marcus Vinícius Pereira Bastos. 
Nesta quinta-feira (21), o juiz decidiu retirar sua família de Rio Real. A mulher e o filho foram levados para outro município. O magistrado teme represálias após tornar públicos os relatos formais e informais sobre abusos do grupo liderado pelo major. “Com família, nós não temos segunda chance. Enquanto a Secretaria da Segurança Pública não der uma solução ao problema, minha família não fica em Rio Real”, justificou em entrevista ao diário baiano. O comando da Polícia Militar da Bahia informou que o major Florisvaldo Ribeiro já foi ouvido e seu destino será decidido nesta sexta (22).

MOVIMENTO E LUTA!

Movimentos ocupam área explorada pela Veracel em Mascote (BA)

A partir da opção do governo estadual de apoiar o agronegócio em detrimento da luta dos camponeses e dos povos tradicionais do sul, extremo sul e sudoeste da Bahia e cansados da falta de ação das autoridades para reverter o atual quadro de violência e perseguição que vêm sofrendo as lideranças e pelo processo de judicialização das lutas, os movimentos sociais do campo em conjunto com os povos indígenas realizaram no último dia 17 de novembro, a ocupação da Fazenda Conjunto Santa Helena, com cerca de 1.300 hectares, no distrito de Teixeira do Progresso, município de Mascote.

Cerca de 200 famílias ocuparam a área, que a empresa Veracel vem explorando com o plantio extensivo de eucalipto. O plantio tem causado a destruição das nascentes e da biodiversidade desta região, mortes de animais e, o pior de tudo, a expulsão de famílias camponesas, o que, consequentemente, causa o desabastecimento de alimentos saudáveis para as cidades. Apesar de todos estes crimes a empresa Veracel conta com todo o apoio do governo do estado. Não é à toa que a mesma foi uma das maiores financiadoras da campanha eleitoral do atual governo.

Os movimentos sociais do campo e as entidades que apoiam a legitima ação de ocupação apresentam suas reivindicações pautadas no Manifesto “Terra para quem vive, trabalha e cuida dela!”.

Leia o manifesto na íntegra abaixo:

TERRA PARA QUEM VIVE, TRABALHA E CUIDA DELA!

Nós, movimentos de luta pela terra, povos e comunidades tradicionais (indígenas e quilombolas) do sul e sudoeste baiano, sociedade civil organizada do campo e da cidade, juntamente com diversas entidades de apoio, denunciamos:

- A entrega das terras para os fazendeiros e o agronegócio (plantação de eucalipto, soja, pecuária, mineradoras, etc), que expulsa as famílias e destrói a natureza;

- A apropriação ilegal das terras públicas (grilagem) pelas empresas do agronegócio, que invadem estas terras com o aval do Estado;

- A paralisação da reforma agrária e da demarcação dos territórios tradicionais;

- O sucateamento dos órgãos responsáveis por estes processos (Incra, Funai e CDA);

- A lentidão do poder Judiciário para as emissões de posse em favor dos povos do campo e tradicionais;

- A criminalização dos que lutam por terra, território e igualdade social.

Somos responsáveis pela produção de 70% dos alimentos consumidos no Brasil.

A cada 180 hectares de eucalipto apenas uma pessoa é empregada. Em 20 hectares da agricultura familiar trabalham cinco pessoas.

Estamos mobilizados e convocamos a sociedade a nos apoiar para exigirmos:

- Discriminação das terras públicas no estado da Bahia;

 - Desapropriação das terras improdutivas;

 - Regularização dos territórios indígenas e reforma agrária já.

MLT, Ceta, FTL, Povo Tupinambá, Jupará, MST, Resex Canavieiras, Quilombolas, Efa-Ilhéus

Apóiam: CEPEDES , CPT, OCA, CIMI, AATR, ARES, FÓRUM DE ARTICULAÇÃO

CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL

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O Grupo Força Jovem do Povo Indígena Kariri-Xocó município de Porto Real do Colégio, localizados ao Sul do Estado de  Alagoas, estão realizando neste dia 20 de novembro atividades coletando plásticos, garrafas de vidro, papéis, alumínio, metais de resíduos sólidos fazendo uma limpeza geral nas ruas da comunidade. Nossos jovens estão dando um exemplo de Conscientização Ambiental mostrando o que aprenderam nas escolas que frequentam, diante do grande acúmulo de lixo que vem acontecendo nos últimos anos estar aumentado cada vez mais. Os povos indígenas tinham em suas culturas hábitos alimentares de produtos naturais retirados das florestas, da caatinga, com a chegada de produtos industrializados também veio as suas consequências em lidar com o lixo de embalagens plastificadas, enlatados, engarrafados e embutidos. No estado natural os indígenas alimentavam-se com carnes de caças, frutas naturais, peixes tudo que podiam ser benéficos ao meio ambiente na questão dos restos alimentares, podiam ser decomposto com facilidade pela terra. Os resíduos sólidos das embalagens dos produtos industrializados são pelo contrário duram séculos para decompor no meio ambiente. Agora temos que enfrentar esta realidade com ações concretas em Campanha de Conscientização Ambiental realizando atividades que amenizem os impactos causados pela globalização. Neste  sábado vai haver uma palestra sobre Conscientização Ambiental pelos jovens da aldeia para os adultos que são os menos informados do assunto por não frequentarem a escola nos dias de hoje. No passado aqui não havia esse problema de plásticos, mais ou menos a partir dos anos de 1963 esse produto veio chegando como embalagem aqui na aldeia, agora encontramos espalhados em todo lugar que olhamos. Devemos sim fazer um trabalho de conscientização ambiental com ações concretas como estas movidas pelos jovens, parabéns pela iniciativa.
Nhenety Kariri-Xocó
Esta matéria foi publicada originalmente na Rede Índios on Line - www.indiosonline.net

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

LEMBRANÇAS RUINS, MUITO RUINS...

Atriz Bete Mendes, brutalmente torturada pelo Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra na ditadura, pede atenção à democracia no Brasil

Presa e torturada em 1970, a atriz Bete Mendes encontrou o coronel Brilhante Ustra numa viagem ao Uruguai em 1985. Ela era deputada federal, e ele atuava na embaixada em Montevidéu. Na volta, ela denunciou Ustra ao presidente Sarney. Aos 64, a atriz diz não temer retrocessos, mas pede atenção aos movimentos contra a democracia. Em depoimento publicado domingo, no diário paulistano Folha de S.Paulo, a atriz afirma que superou o trauma com tratamento psicológico e se afirma socialista.
Leia abaixo as declarações de Bete Mendes.
Fui presa duas vezes. Na primeira, não fui torturada fisicamente. Na segunda, foi total. Fui torturada [em 1970] e denunciei [o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra]. Isso me marcou profundamente. Não desejo isso para ninguém – nem por meus inimigos. A tortura física é a pior perversidade da raça humana; a psicológica, idem.
atriz bete mendes tortura ditadura
“Não dá para ter raiva de quem me torturou. A gente é tão humilhado, seviciado, vilipendiado que o que se quer é sobreviver e bem”, diz Bete Mendes
Não dá para ter raiva (de quem me torturou). A gente é tão humilhado, seviciado, vilipendiado,  que o que se quer é sobreviver e bem.
 Estou muito feliz, sobrevivi e bem. E não quero mais falar desse assunto.
Superei isso com tratamento psicológico e com trabalho. Agradeço à família, à classe artística, aos amigos que foram meu alicerce.
Carlos Zara me convidou para fazer a novela “O Meu Pé de Laranja Lima”, e isso me salvou. Continuei o trabalho artístico, fui fundadora do PT, fui deputada federal duas vezes e secretária da Cultura de São Paulo.
Comecei a fazer teatro e cantar com seis anos de idade. Com oito já participava de manifestações de alunos. Era do grêmio do colégio, depois fui para o diretório da faculdade. Em bibliotecas públicas ou pegando livros emprestados lia tudo: Rousseau, Marx, Mao, Lênin, Gorki, Aristóteles. Depois, adotei o codinome de Rosa em homenagem a Rosa Luxemburgo.

PRESOS MATADORES DE TRÊS ÍNDIOS.

   Os irmãos  José Carlos Araújo Nascimento, Marcos Araújo Nascimento e Lindomar Araújo Nascimento, 35 anos, foram presos   em consequência da morte de três índios no sul da Bahia, na última sexta-feira. Outro irmão, Damião Araújo Nascimento, que também é acusado, continua foragido.
   De acordo com informações de policiais do 3º Pelotão de Polícia de Una, testemunhas afirmaram  que o crime foi cometido por vingança. Segundo elas, um dos índios teria  esfaqueado Lindomar, por motivo de ciúmes.
   Os índios da tribo Tupinambá foram mortos na comunidade de Acuípe, entre os municípios de Ilhéus e Una. Segundo lideranças indígenas da área, os três índios tinham acabado de sair de uma fazenda quando foram cercados por homens armados. As vítimas, de 28 anos, 36, 30 receberam vários tiros.
   A PF averigua também se a denúncia de que  em Buerarema dois agricultores teriam sido  espancados no sábado. O objetivo é saber se há ligação entre os fatos.  
   Representantes da Fundação Nacional dos Índios (FUNAI) estão também na região. Há uma área de 47 mil hectares em disputa e  localizada naquela região.
   Em um estudo realizado pela FUNAI há 18 anos ficou constatado que o local é ocupado por famílias indígenas. Desde agosto último, a Força Nacional de Segurança está na região por causa da intensificação dos conflitos, com invasões e protestos.
   No último dia 25 de agosto um conflito entre índios e produtores rurais pela posse da terra levou o  governador Jaques Wagner à região.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

CONFLITOS IDEOLÓGICOS DE IDEOLOGIAS PARES...

Para os seres acabados, os “moderninhos” e os da esquerda “bem comportada”


   Lendo o Brasil de Fato, sobre a defesa que o Subcomandante Marcos Todos Somos Marcos dos anarquistas, diante da critica recebida da esquerda “bem comportada” e de “moderninhos”, ambos ficam orbitando a luta de classes, orbitando por diversos motivos, inclusive filhos e filhas de industriários, latifundiários e até herdeiros da aristocracia, que ficam “brincando” de revolucionários, mas quero ver quando a pólvora entrar pelas narinas, se realmente vai se voltar contra seus pró-genitores ou se irão preservar a manutenção da propriedade da família e coloco propriedade aqui como bem tratou Proudhon.
O texto de Marcos, me fez pensar muito e me ajudou a formular algumas coisas. Principalmente na relação entre indígenas e não-indígenas de boas intenções.
Eu afirmaria que é uma resposta ao PSTU, mas infelizmente, não cabe só ao PSTU, que muito tem errado em seus julgamentos de companheiros e companheiras que adotam a tática Black Bloc. Essa carapuça serve para milhares de “moderninhos” e esquerdistas “bem comportados”, pois almejam o poder, tanto quanto Lula, Fernando Henrique, Serra, Maluf, Alkimim, Hadad, Kassab, Cabral e os cambal.

Quantos e quantos chegam numa aldeia com o intuito de ensinar, com toda boa intenção do mundo. É agroecologia, é permacultura, é gestão territorial, é construções ecologicamente corretas, adobe, taipa, bambu, roupa e por aí vai. Até o socialismo tem gente indo ensinar para os povos indígenas.

Muitos que chegam para “ensinar” seus ismos, chegam com tanto ceitos, prés e cons que não conseguem escutar. Não nos escutam. Mas falam da forma que vivemos tanto na cidade, como no campo e na floresta, lugar que para estes bem intencionados, nós nunca deviamos ter saído, pois “lugar de índio é na floresta”. Mas qual floresta, “cara pálida”? Aquela que os seus destruíram? Nos criticam porque estamos nas cidades, mas não nos escutam para saber em qual contexto chegamos nas cidades ou em qual contextos as cidades chegaram onde nós estamos, dois exemplos que nos serve de fonte de aprendizado são os Guarani Mbyá da cidade de São Paulo e os Tuxá de Rodelas.
Os Guarani Mbyá vivem em duas minúsculas aldeias na zona noroeste de São Paulo, com privações de tudo, terra, saneamento, moradia adequada a sua cultura e a sua sobrevivência e inclusive liberdade. Não são livres para caçar, pois não tem onde caçar, não são livres para pescar, pois não tem peixe nos rios, não são livres para ir e vir, pois tem rodovia, ferrovia e uma cidade para atravessar. E há as duas aldeias no extremo sul da cidade, com outro contexto, porém com algumas semelhanças nas privações. Quantos olhares recebem dos bem intencionados, desde os “moderninhos” aos da “esquerda bem comportada”? Só mesmo os próprios Guarani Mbyá podem nos dizer.

Os Tuxá, vivem em contexto totalmente diferente das dos Guarani Mbyá, porém a cidade de Rodelas chegou até eles/elas, no sertão do extremo norte da Bahia, as margens do grandioso Opará. Moram numa aldeia construída pela usina hidrelétrica, que os expulsaram de sua taba de origem, alagando tudo com as aguas represadas. Para os preconceitos, se trata de um condomínio, como estas vilas que vemos em alguns bairros operários de São Paulo. Casas de alvenaria, bem acabadas, cada uma no seu quadrado. O que diriam esses bem intencionados lá? “Nossa, perderam a sua cultura”. Creio que isso deve ter acontecido com muitos que passaram por lá. Muitos desses que Marcos trata em seu texto. Que chegam com seus ismos e ceitos. Não conseguem aprender nada, pois chegam acabados e um ser acabado nada aprende, não é mesmo Paulo Freire?
Tive a felicidade de poder ir lá para conhecer os Tuxá de Rodelas. Conhecer e aprender que não é o contexto que nos faz. Que não é a violência extremada dos que só tem a ganancia para nos ensinar que vai nos tirar o que somos. E que ótimo que temos bem aqui do lado um povo chamado Mapuche, que nos ensinam muito sobre isso.
Nos primeiros segundos estranhei um pouco aquelas casas. Mas como nasci e cresci num contexto urbano, não tive nenhum ceito, nem pré nem con. E o que não me foi surpresa, vi toda a cultura Tuxá expressa no cotidiano daquela gente. Não importa se em sua totalidade, mais estava ali presente e nem tenho parâmetro suficiente para afirmar se foi ou não alterado sua cultura, pois juntando todas as vezes que estive com os Tuxá de Rodelas, não chega a 60 dias, prazo muito pouco para poder ter dimensão de uma cultura, ainda mais em relação a povos indígenas e ainda, os Tuxá não deixam que terceiros assistam a todas suas manifestações culturais. Então, nunca eu iria saber.
Tive outras experiências muito semelhante com os Nhandeva, Kaiowá e Terena do MS, Pankará e Pankararu do Pernambuco e aqui em São Paulo mais de 30 povos, que vivem em mesmo contexto que eu, mas cada com sua especificidade pertinente a sua origem étnica.
Com os Zapatistas muito aprendi e aprendi porque não sou um ser acabado, pois este é um dos requisitos para o aprendizado constante e permanente: ser inacabado, que escuta, que observa.
Esta matéria foi publicada originalmente na Rede Índios on Line - www.indiosonline.net

- escreveu 21 materias em Índios Online.
militante do Tribunal Popular: o Estado brasileiro no banco dos réus


JUSTIÇA SOCIAL...

Trabalho infantil é discutido em encontro na OAB-BA

Na sexta-feira (08/11), acontece o seminário O Trabalho Infantil sob a ótica de gênero e raça: a importância do debate e da promoção da igualdade nas políticas públicas, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA), Centro de Salvador. O evento, previsto para começar às 14h, é promovido pelo Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador (Fetipa-BA) em parceria com a OAB-BA.


A abertura do seminário ficará por conta da auditora fiscal da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), Teresa Calabrich, que falará sobre Cenários do trabalho infantil, no Brasil, na Bahia e em Salvador. Em seguida, a técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Flávia Rodrigues, lança o estudo Trabalho Infantil na Bahia nos anos 2000, produzido pelo Observatório do Trabalho da Bahia, sob a coordenação da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).

“Esse estudo temático visa o aprimoramento do desenvolvimento metodológico da formulação de indicadores acerca da erradicação do trabalho infantil e também o aprofundamento do debate sobre o tema, subsidiando as políticas públicas relacionadas com a garantia dos direitos de crianças e adolescentes”, avalia Flávia Rodrigues.

Desde a sua fundação, o Fetipa-BA trabalha na erradicação do trabalho infantil na Bahia, com a proteção e a garantia dos direitos dos adolescentes no trabalho. No momento, o fórum está sendo presidido pela Setre, que também coordena a Agenda Bahia do Trabalho Decente, um compromisso coletivo, entre governo, trabalhadores, empregadores, e a sociedade civil organizada.

VITÓRIA DO ATIVISMO.

Instituto Royal decide encerrar atividades em laboratório de São Roque

Instituto Royal decide encerrar atividades em laboratório de São Roque
Foto: São Roque Notícias
    Dezenove dias após ter o laboratório invadido e 178 cães da raça beagle levados por ativistas, o Instituto Royal decidiu encerrar as atividades de pesquisas em animais no município de São Roque, em São Paulo. O instituto informou, por meio de nota, que a decisão foi tomada em assembleia geral realizada entre os associados. De acordo com o Royal, a invasão provocou "elevadas e irreparáveis perdas" e a retirada dos animais prejudicou uma década de pesquisas. A empresa disse ainda temer pela segurança dos funcionários. A retirada dos beagles ocorreu após relatos de maus tratos dos animais em experiências no laboratório, o que é negado pelo instituto. O Royal afirmou que preservará a integridade dos animais que ainda estão sob os cuidados da entidade e que tomará as "providências necessárias junto aos órgãos regulatórios competentes, para assegurar que continuem sendo dados a eles tratamento e destinação adequados". De acordo com a Folha de S. Paulo, os funcionários já foram informados sobre a demissão. O instituto informou que a decisão por enquanto não afetará a unidade Genotox, de Porto Alegre, onde não são realizados experimentos em animais.

TÁ RUIM PARA TODO MUNDO!!!

Comandante da Polícia Militar da Bahia é assaltado na Boca do Rio

Comandante da Polícia Militar da Bahia é assaltado na Boca do Rio
 

   O comandante da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), coronel Alfredo Castro, foi assaltado na manhã de quarta-feira (6), na orla do bairro da Boca do Rio, por dois criminosos, quando realizava sua corrida matinal. Segundo informações obtidas pelo Bahia Notícias, a carteira e o telefone celular do coronel foram levados. Até o momento, os assaltantes não foram localizados.

LÍDER ASSASSINADO?

Relatório médico aponta morte de Yasser Arafat por envenenamento.

Relatório médico aponta morte de Yasser Arafat por envenenamento
    Um levantamento médico divulgado pela rede televisiva Al Jazeera aponta que o líder palestino Yasser Arafat foi envenenado. Segundo o documento, níveis de polônio radioativo ao menos 18 vezes acima do normal foram encontrados nos restos mortais de Arafat. Assim, o relatório "apoia moderadamente a proposição de que a morte foi causada por envenenamento". Os testes foram realizados pelo Centro Universitário de Medicina Legal de Lausanne, na Suíça e os cientistas afirmam, em um relatório de 108 páginas, ter até 83% de confiança de que Arafat foi envenenado por polônio. No teste, foram identificados sinais de polônio nas costelas e na pélvis de Yasser Arafat. O corpo de Arafat foi exumado em novembro passado, após suspeitas de que o líder teria sido assassinado. Até o momento, não há indicações de responsabilidade pela morte dele, mas o polônio encontrado é de um tipo raro, em geral obtido por meio do acesso a reatores nucleares. Informações da Folha.

CONTRA ATAQUE DA BURGUESIA.

Relatório do MPT aponta ‘fortes indícios’ de irregularidades em formato do Mais Médicos.

   Um relatório parcial do Ministério Público do Trabalho (MPT) apontou “fortes indícios” de irregularidades no formato do Mais Médicos. De acordo com o documento, lido nesta quinta-feira (5) em audiência pública do MPT com a Advocacia-Geral da União e os ministérios da Saúde e da Educação, há no mínimo "desvirtuamento de uma autêntica relação de trabalho". Segundo o MPT, o programa precisa de ajustes, principalmente no caráter de prestação de serviço. “É importante que a remuneração não seja em forma de bolsa e sim de salário", afirmou o relator do inquérito, Sebastião Caixeta. O MPT também defende que a relação de trabalho dos cubanos deve ser igual a dos brasileiros. No programa, a bolsa-formação paga é de R$ 10 mil. O Ministério da Saúde diz que eles não têm vínculo empregatício, pois participam de especialização nos moldes de uma residência médica. A carga horária de trabalho é de 32 horas semanais e os profissionais não têm contrato de trabalho, com direito a 30 dias de descanso anual remunerado, folga semanal, licenças maternidade e paternidade, pois pagam previdência social. Em nota, o MPT ainda informou que vai continuar em diálogo com o Ministério da Saúde e irá visitar locais de trabalho dos médicos, mas que não tem expectativas de que a argumentação do governo mude a posição do órgão de controle de que há uma relação de trabalho. Caso não haja acordo, há possibilidade de o MPT entrar com ação civil pública contra o programa. Informações da Agência Brasil.

   A QUEM INTERESSA QUE A POPULAÇÃO POBRE FIQUE DESASSISTIDA??

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

ENQUANTO VOCÊ DÁ UM DURO DANADO....

Deputados preferem jogar no celular ao invés de acompanhar sessão.

Deputados preferem jogar no celular ao invés de acompanhar sessão, diz colunista
    A sessão desta terça-feira (5) não foi muito interessante para dois deputados federais, que preferiram passar o tempo no famoso cafezinho, sala privativa para parlamentar nas Casas Legislativas. De acordo com o colunista da Veja, Lauro Jardim, Mandetta (DEM-MS) e William Dib (PSDB-SP), optaram por relaxar um pouco ao invés de acompanhar as discussões que aconteciam no plenário ou dar atenção para o jogo de futebol que passava na TV. O democrata passou o tempo jogando damas no tablet, enquanto o tucano preferiu disputar algumas partidas de Candy Crush. Mesmo com o tempo “vago” para focar nos games, o colunista afirma que nenhum dos dois conseguiu “passar de fase”. 

MAIS JUSTIÇA E IGUALDADE.

Dilma assina projeto de cotas no serviço público

Dilma assina projeto de cotas no serviço público
 
   A presidente Dilma Rousseff assinou mensagem encaminhando ao Congresso Nacional projeto de lei que reserva aos negros 20% das vagas oferecidas em concursos públicos. A presidente participa na noite desta terça-feira (5), da abertura da 3ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, em Brasília. Dilma também assinou decreto que aprova o regulamento do sistema nacional de promoção da igualdade racial. "Todos sabemos que o povo brasileiro tem na sua formação uma união de povos, de índios, de negros, de brancos e de comunidades tradicionais provenientes das mais diversas populações e povos. Cada um de nós traz em si uma parte dessa união e só somos íntegros quando olhamos que a nossa história produziu uma nação imensa geograficamente, com uma grande diversidade e sobretudo com uma imensa diversidade racial que se expressou na sua cultura, na sua arte, na sua forma de viver, na alegria de viver", disse a presidente. Dilma afirmou que o projeto é uma iniciativa que tem imenso potencial transformador. "É um exemplo para os outros entes da federação, Estados e municípios, e também para os demais poderes, Legislativo e Judiciário", pontuou.

A SERVIÇO DO ESTADO...

Polícia baiana foi a que mais matou no Brasil em 2012, aponta levantamento

   Os dados do 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicados nesta terça-feira (5), apontam que a polícia baiana é a que mais matou em 2012,  em números relativos. Ao todo, foram 344 pessoas mortes em confrontos com as polícias Civil e Militar, o que corresponde a uma taxa de 2,4 mortes por cada 100 mil habitantes. Em São Paulo, onde a polícia matou 563 pessoas, a taxa é de 1,3. Na Bahia, a PM registrou 284 autos de resistência seguidos de morte no ano passado, enquanto a Polícia Civil contabilizou 60 casos. Na avaliação do secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, os números da Bahia são elevados por serem fornecidos com “lisura”. “Dos 19 estados do grupo que fornece dados confiáveis, somente nove, entre eles a Bahia, registraram as informações (das mortes em confronto com a polícia). É comparar o igual aos desiguais. Tem estado que não quer fornecer os dados e quem fornece, e com lisura, é penalizado”, argumentou Barbosa, em entrevista ao Correio. Ainda de acordo com os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em 2012 houve uma queda no número de policiais militares mortos em serviço na Bahia. Foram três registros, contra seis em 2011. No entanto, com os PMs fora de serviço, a situação se inverte. As mortes cresceram de uma em 2011 para 23 em 2012. Em relação aos policiais civis, foram contabilizadas três mortes fora de serviço no ano passado e nenhuma em 2011. Com os policiais em serviço, não houve registros de morte em 2012.

PRECONCEITO DE GÊNERO.

Bahia não tem serviço de aborto legal para vítimas de estupro


                    Bahia não tem serviço de aborto legal para vítimas de estupro
     Se o número de estupros no país, divulgado nesta terça-feira (5), é alarmante – com 50.617 casos em 2012, o que supera o total de homicídios dolosos no mesmo período, 47.136 –, a retaguarda para atendimentos a vítimas também é preocupante. Segundo o Ministério da Saúde, existem apenas 65 serviços específicos para abortos legais no país, e nenhum deles está na Bahia. De acordo com a assessoria da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), os procedimentos são feitos mediante autorização judicial em qualquer maternidade do estado, porém não há centros específicos para os atendimentos. Pesquisa do 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) registrou 2.511 estupros no estado em 2012 contra 2.068 em 2011, aumento de 20,4% no período.  Os dados do Fórum revelam que os serviços de atendimento ao aborto legal também são mal distribuídos no território nacional. No estado de Roraima, que obteve a maior média de estupros por cem mil habitantes (52,2), por exemplo, também não existe nenhum centro. Em Minas Gerais, com uma das taxas mais baixas (10,1), contam dez. São Paulo, estado com mais mulheres violentadas (12.886), tem cinco. No Rio de Janeiro, segundo colocado em mulheres vitimadas por estupro (5.923), existe apenas um. A taxa de mulheres que engravidam após a violência é de 6%. Como efeito do problema, a presidente Dilma Rousseff anunciou pelo Twitter, também na terça, o lançamento do programa Casa da Mulher, como parte do plano de combate à violência de gênero. 

QUE É ISSO COMPANHEIRO?


Em reação a líder nacional que apoia Gabrielli, MST baiano diz que prefere candidatura de Rui Costa
Em reação a líder nacional que apoia Gabrielli, MST baiano diz que prefere candidatura de Rui Costa
   Membros da cúpula do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Bahia reagiram à declaração de apoio prestada por João Pedro Stédile, líder nacional do movimento, ao secretário estadual de Planejamento, José Sérgio Gabrielli, que disputa a condição de candidato do PT para o governo baiano em 2014. Por meio de nota, a direção do MST no estado reiterou a preferência pelo secretário estadual da Casa Civil, Rui Costa, apontado como o petista preferido do governador Jaques Wagner para disputar a sucessão. “Em relação ao vídeo postado nas redes sociais e veiculado nos meios de comunicação da Bahia, afirmamos que tal posicionamento reflete uma opinião pessoal de nosso companheiro e não uma posição da direção do MST na Bahia”, afirma Márcio Matos, sobre o depoimento gravado por Stédile a favor do ex-presidente da Petrobras. Integrante da direção nacional do movimento, Matos explicou a preferência da ala baiana do movimento pelo chefe da Casa Civil. “Estamos com ele pela sua relação histórica com o MST baiano, desde os tempos em que o mesmo era dirigente do Sindiquímica, e pela sua atenção na pauta da reforma agrária no estado”, argumentou. De acordo com a nota, a candidatura de Costa também é defendida pelo deputado federal Valmir Assunção (PT) e pela secretária estadual de Política para as Mulheres (SPM), Vera Lúcia Barbosa, ambos ligados ao MST da Bahia.

BOA NOTÍCIA PARA O SERTÃO

Agricultores baianos poderão ter dívidas de até R$ 30 mil anistiadas

Agricultores baianos poderão ter dívidas de até R$ 30 mil anistiadas
    Os limites de valores para anistia e renegociação de dívidas de agricultores baianos – contraídas com o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) – podem passar de R$10 para R$ 30 mil. A proposta, de autoria da senadora Lídice da Mata (PSB), foi aprovada nesta quarta-feira (6), em caráter terminativo, pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado. Isso significa que, se não houver apresentação de recurso para votação no plenário da Casa, a matéria segue direto para a Câmara. Pelo texto, os profissionais agrícolas que têm dívidas de até R$ 200 mil também serão beneficiados. Para liquidar o saldo, eles poderão ter mais descontos. O benefício pode ser solicitado até 31 de dezembro de 2014.

OLD BLACK BLOC

 


Filho, eu descobri essas coisas no seu armário…
- Qual é o problema de ter uma máscara do anônimos e um taco de beisebol?
- Você usa isso?
- Não… quer dizer, as vezes…
- É que que estou precisando. Será que você me empresta?
- Precisando? Pra quê?
- É que eu li as coisas que você andou escrevendo na internet…
- Você andou lendo o meu face?
- Qual é o problema? Não é público?
- É…mas…
- Pois é, eu li o que você escreveu e …
- Pai, eu sei que você não gostou do que eu escrevi lá , mas… eu não vou discutir, são as minhas ideias. Eu sou anarquista e…
- Não. Eu achei legal. Você me convenceu.
- Convenci? De quê?
- Tá tudo errado mesmo… eu li o que você escreveu e concordo. Agora eu sou anarquista também, que nem você…
- Você o quê? Pai… que história é essa?
- É, você fez a minha cabeça. tem que quebrar tudo mesmo! Agora eu sou Old Black Bloc!
- Pai, você não pode… você é diretor de uma empresa enorme e…
- Não sou mais não. Larguei o meu emprego. Mandei o meu chefe tomar no cu. Mandei todo mundo lá tomar no cu.
- Pai, você não pode largar o seu emprego. Você está há 30 anos lá…
- Posso sim! Aliás tô juntando uma galera pra ir lá quebrar tudo.
- Quebrar tudo onde?
- No meu trabalho! Vamos quebrar tudo ! Abaixo a opressão! Abaixo tudo!
- Você não pode fazer isso, pai…
- Posso sim! É só você me emprestar a máscara e o taco de beisebol. E aí, você vem comigo?
- Não… acho melhor não…
- É melhor você vir porque agora que eu larguei tudo, a gente vai ter sair desse apartamento…
- Sair daqui? E a gente vai morar aonde?
- Sei lá! Vamos acampar em frente a uma empresa capitalista qualquer e exigir o fim do capitalismo!
- Pai, você não pode fazer isso ! Não pode abandonar tudo!
- Tô indo! Fui!
- Peraí, pai! Pai! Volta aqui! Volta aqui, pai!!! Voooltaaaaa!