quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Novembro passou, é tempo de contar a verdadeira história


Novembro passou, é tempo de contar a verdadeira história

quilombo
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E mais um mês de novembro passou, um dos meses mais simbólicos para o seguimento negro brasileiro. Como em várias partes do Brasil, as organizações realizam eventos comemorativos, na capital amazonense não foi diferente. E nos perguntamos, por que celebrar essa data em Manaus, já que não tivemos presença negra nessa localidade?
Bom, aproveito e convido você para uma breve reflexão. Se não houve pretos, nas terras de Ajuricaba, o porquê da existência de bairros que concentram grande quantidade populacional negra, como Praça 14 de Janeiro e Morro da Liberdade, que ainda cultivam culturas e costumes dos seus antecessores? E a grande concentração de terreiros das mais variadas nações, oriundos de casas tradicionais? Onde está Joana Galante e Mãe Zulmira? Quem foi o governador negro que tivemos? Eduardo Ribeiro? Quem foi Nestor Nascimento? Como, quem, quando, onde? Essas são algumas das perguntas que faço quando passeio pela bela “Paris dos Trópicos”.
Outro dia me deparei com a seguinte noticia: Governo reconhece cinco comunidades remanescentes de quilombos em Barreirinha. Ué, se nunca existiu negros nessa região, como existem remanescentes de quilombos? Se existem remanescentes não é pelo fato de ter existido quilombo? E quilombos não são comunidades de resistência? Têm-se focos de resistência, não seria porque existiram opressão e submissão de algum modo?
Pois é, para quem não sabe no estado temos mais de 15 municípios, até o momento, com focos de populações quilombolas, bem como a comunidade do Tambor, no município de Novo Airão, primeira reconhecida pelo Governo Federal.
Na verdade muitos se questionam ou até mesmo afirmam que o Amazonas não teve e, de certa forma, não tem contribuição negra na formação deste povo. Um dos motivos, em minha opinião, é a grande concentração de etnias indígenas na região, o que nos faz achar que, o amazonense descende apenas desse grupo étnico. Por outro lado, a falta de mais estudos e pesquisas para desmistificar tal afirmação ainda é reduzida, do ponto de vista acadêmico. Como bem coloca a professora Patrícia Sampaio no Livro “O fim do Silêncio”, “contudo, em se tratando de Amazônia e, mais particularmente, do Amazonas, estamos diante de um tema muito pouco frequentado pelos estudiosos. Um silêncio persistente que insiste em apagar memórias, histórias e trajetórias de populações muito diversificadas que fizeram desta região seu espaço de luta e sobrevivência. Esta é uma divida de muitas gerações que ainda reclama a sua paga…”.
Por tudo isso, é preciso contar e escrever uma nova história. Não a esquecida, mas aquela que esteve apagada. É preciso romper a barreira do silêncio e fazer ecoar o grito daqueles que até então, estavam calados. É preciso dar um urro de liberdade e quebrar as correntes que ainda prendem e negam o saber da sua origem. É preciso contar o que os ancestrais nos ensinaram através da oralidade, repassados aos seus filhos, netos e assim por diante.
É preciso falar de Luiz Fernando, de Mãe Emília, de Gláucio da Gama, de Arlete Anchieta, de Elizangela Almeida, de Cristiano Correa, de Juarez Silva, de Nonata Freitas, de Emanuel Medeiros, de Sidney Barata, de Nonata Correa, de Índia Nevez, de outros Zumbis e Dandaras que se mantêm fortes, para que acordemos com manhãs escritas e pintadas, com a cor da liberdade.
São por essas razões, que Manaus tem muito a dizer, não somente nesse novembro. Mas todos os dias sobre “os invisíveis numa terra de gente morena”.
“Até que os leões tenham suas histórias, os contos de caça glorificarão sempre o caçador” – Provérbio africano
Por Maick Soares

Shopping Vitória: corpos negros no lugar errado


Shopping Vitória: corpos negros no lugar errado

imagem
Por Douglas Belchior
Sábado, 30 de novembro, fim de tarde. Várias viaturas da Polícia Militar, Rotam e Batalhão de Missões Especiais cercaram o Shopping Vitória, na Enseada do Suá, no Espírito Santo. Missão: proteger lojistas e consumidores ameaçados por uma gente preta, pobre e funkeira que, “soube-se depois”, não ocuparam o shopping para consumir ou saquear, mas para se proteger da violência da tropa da PM que acabara de encerrar a força o baile Funk que acontecia no Pier ao lado.
Amedrontados, lojistas e consumidores chamaram a polícia e o que se viu foram cenas clássicas de racismo: Nenhum registro de violência, depredação ou qualquer tipo de crime. Absolutamente nada além da presença física. Nada além do corpo negro, em quantidade e forma inaceitável para aquele lugar, território de gente branca, de fala contida, de roupa adequada.
E a fila indiana; e as mãos na cabeça; e o corpo sem roupa, como que a explicitar cicatrizes nas costas ou marcas de ferro-em-brasa, para que assim não se questione a captura.
A narrativa de Mirts Sants, ativista do movimento negro do Espírito Santos nos leva até a cena:
“Em Vitória, a Polícia Militar invadiu um pier onde estava sendo realizado um baile funk, alegando que estaria havendo briga entre grupos. Umas dezenas de jovens fugiram, amedrontados, e se refugiaram num shopping próximo.
Foi a vez, entretanto, de os frequentadores do shopping entrarem em pânico, vendo seu ‘fetiche de segurança’ ameaçado por “indesejáveis, vestidos como num baile funk, de tez escura e fragilizando o limite das vitrines que separam os consumidores de seus desejos”. Resultado: chamaram a PM, acusando os jovens de quererem fazer um arrastão.
A Polícia chegou rapidamente e saiu prendendo todo e qualquer jovem que se enquadrasse no ‘padrão funk’. Fez com que descessem em fila indiana e depois os expôs à execração pública, sentados no chão com as mãos na cabeça. E isso tudo apesar de negar que tenha havido qualquer arrastão, “exceto na versão alarmista dos frequentadores”.
Se chegou a haver algo parecido com uma tentativa de ‘arrastão’ ao que parece é impossível saber. Para alguns dentre os presentes, a negativa da PM teve como motivo “preservar a reputação do shopping como templo de segurança”. Se assim foi, a foto acima, com os jovens sentados no chão sob vigilância, e o vídeo abaixo, mostrando-os sendo forçados a descer em fila indiana sob a mira da Polícia, se tornam ainda mais graves como exemplos de arbítrio, violência e desrespeito aos direitos humanos. E isso só se torna pior quando acontece ainda sob os aplausos dos ‘consumidores’…”

Encontro Nacional de Jovens Feministas da UJS


Participe: I Encontro Nacional de Jovens Feministas da UJS

jovens feministas
O I Encontro de Jovens Mulheres Feministas da UJS irá acontecer nos dias 13, 14 e 15 de dezembro, em Brasília, com o objetivo de aprofundar a elaboração e ativismo para conquistar mais direitos para as jovens mulheres brasileiras e afirmar o socialismo como caminho para sua plena emancipação.
A abertura do evento, que será realizado no Congresso Nacional, terá o ato político “Meninas no Poder – Reforma Política Já!”, e contará com a presença da ministra da Secretária Especial de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci.
O Encontro contará com parlamentares, intelectuais, artistas e movimentos sociais e terá uma programação cultural permanente. A I Mostra Cultural Feminista terá oficinas de bateria, grafite, estêncil e rádio web com o CEMJ, e o palco estará aberto para aqueles que queiram realizar apresentações culturais (para se apresentar, basta enviar um e-mail para ujsfeminista@gmail.com).
Os temas discutidos irão desde a história e correntes do feminismo até temas como: a democratização da mídia para combater a reprodução do machismo; a mulher no mercado de trabalho; violência e sexualidade.
O Encontro reunirá mulheres de todo o país, tendo como tema “Combater o machismo, emancipar as mulheres, construir o socialismo”, o evento vem para coroar o empoderamento das mulheres na União da Juventude Socialista.
De acordo com a diretora nacional de jovens mulheres da organização, Maria das Neves, a iniciativa responde a uma demanda complexa da resistência ao machismo. “Lutamos por uma sociedade justa e igualitária e o machismo é parte dos obstáculos da construção do socialismo. Internamente, estamos desnaturalizando esse problema. O empoderamento das meninas na nossa organização é um caminho sem volta”, disse ao resgatar o fato de que as presidentes da UNE, UBES e ANPG são mulheres.

Revista Playboy faz campanha motivada pela “masculinidade sufocada”

“Sim, adoramos ver uma bela bunda passar” e “Como casamento dá trabalho, deveríamos receber um mês de férias por ano” são algumas das frases que compõem a Constituição do Homem Livre
05/12/2013
Isadora Otoni,

 A revista Playboy lançou em novembro uma campanha em conjunto com a The Heart Corporation exaltando a masculinidade. A ação publicitária teve origem nas reclamações dos leitores, que lamentam a perda do protagonismo dos homens na sociedade, segundo a revista Meio & Mensagem. Para a campanha, foi escrita a Constituição do Homem Livre, composta de frases como “Sim, adoramos ver uma bela bunda passar” e “Como casamento dá trabalho, deveríamos receber um mês de férias por ano”.

O teaser da “Constituição” explica o motivo de os homens não protestarem pela bandeira defendida: “Não gostamos de muito homem junto”. A regra não se aplica às mulheres. Valmir Leite, sócio da The Heart Corporation, disse que a campanha foi feita para agradar aos homens e, quanto às mulheres: “Podem protestar quanto quiserem. Se fizerem isso nuas, melhor ainda”. Lenina Vernucci, do Coletivo Ana Montenegro, considerou o manifesto muito heteronormativo. “O objetivo que eles querem com o tal manifesto é legitimar a dominação do homem sobre a mulher, em particular seu corpo”.

Leite ainda contou: “Queremos dizer ao leitor que estamos ao lado dele. Na revista, ele encontra espaço para exercer sua liberdade, conversar com amigos, admirar mulheres e não ser massacrado pelo clima politicamente correto”. Sobre esse “clima”, Lenina entende que os grupos privilegiados passaram a se incomodar somente após terem suas atitudes questionadas por movimentos sociais.

“Observamos que a grande angústia do homem moderno é o fenômeno da ‘masculinidade sufocada’”, relatou Ricardo Sapiro, sócio da Touch Branding, ao site AdNews. O novo fenômeno se deve ao espaço de poder masculino, que está sendo disputado por bandeiras feministas. “Perder o espaço, perder ou diminuir as correlações de força sempre gera problemas. Sim, eles sentem que estão sendo sufocados porque agora não é mais aceitável serem tidos como superiores. Agora o ‘poder do macho’ é questionado, é posto à prova”, opinou Lenina.

A ação também vai disponibilizar espaços para os homens escreverem suas regras, além de prever intervenções em portais de revistas femininas. A revista Veja também ganhou o teaser da constituição em suas páginas. Para ilustrar, a campanha conta a utilização de imagens históricas manipuladas.

Mais Médicos beneficiará mais de 212 mil indígenas

Mais Médicos beneficiará mais de 212 mil indígenas

Com a chegada de mais 47 médicos na próxima semana, os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) passarão a contar com 122 profissionais de saúde garantidos pelo programa
05/12/2013
Por Murilo Caldas,
Da Agência Saúde 
Quarenta e sete profissionais do Programa Mais Médicos chegam na próxima semana a 16 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). Esses novos médicos somam-se a 75 que já estão atuando nas aldeias, totalizando 122 profissionais em 28 DSEIs.
O anúncio foi feito durante a abertura da 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena, realizada na noite de segunda-feira (2), no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília (DF) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Com a chegada de novos profissionais, o programa beneficiará aproximadamente 212 mil indígenas. Além dos profissionais garantidos pelo programa, a assistência à saúde indígena é feita por 264 médicos que atuam nos 34 DSEI.
“Nós já temos mais de 70 médicos, do Mais Médicos, que vieram de vários países do mundo para atender os povos indígenas que não tinham médicos. Agora, em dezembro nós vamos chegar a 122. O pedido feito por todos os Distritos Sanitários Especiais de Saúde Indígenas, foi termos mais 250 médicos na saúde indígena. Nós, vamos ter até março do ano que vem, ao todo, 250 novos médicos para atender os povos indígenas”, destaca o ministro Padilha.
Durante a abertura do evento, o ministro assinou portaria que autoriza a compra, pelos DSEIs, de todos os medicamentos da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais – RENAME, o que otimiza a oferta de medicamentos nas aldeias e cria grupo de trabalho para avaliação e elaboração de incorporação de novos medicamentos e insumos para atendimento à Saúde Indígena no SUS.
O ministro também assinou, junto com os presidentes do CONASS e CONASEMS, resolução que inclui a participação de representantes dos DSEI nas comissões intergestores bipartite e regionais de estados e municípios que possuem povos indígenas nas suas jurisdições.
"Vocês trazem muito forte um sentimento de cobrança, de cobrar dos governantes desse país uma saúde de qualidade. É muito positivo vermos cada vez mais mulheres, cada vez mais jovens assumindo lideranças. Esses jovens são exemplo de pertencimento da juventude em continuar a luta do seu povo", disse a presidente do Conselho Nacional de Saúde, Maria do Socorro de Souza.
Até chegar à Conferência Nacional, os povos indígenas participaram de 34 etapas distritais e 306 etapas locais que definiram sete diretrizes e 453 propostas nos quatro eixos temáticos: Atenção Integral e Diferenciada nas Três Esferas de Governo (gestão, recursos humanos, capacitação, formação e práticas de saúde e medicinas tradicionais indígenas); Controle Social e Gestão Participativa; Etnodesenvolvimento e Segurança Alimentar e Nutricional; e Saneamento e Edificações de Saúde Indígena.
"Essa Conferencia foi feita com muito carinho para vocês, delegados, delegadas, representantes dos povos indígenas para oferecer o melhor porque vocês merecem o melhor", declarou o secretário especial de Saúde Indígena e coordenador-geral da 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena, Antônio Alves.
Saúde
Foram convidados para participar da 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena os representantes de órgãos, entidades, instituições nacionais e internacionais, personalidades nacionais e internacionais, com atuação de relevância na área de saúde indígena e setores afins, entidades/movimentos sociais indígenas. Na Conferência, os indígenas, representantes dos trabalhadores e gestores vão validar ou excluir diretrizes e propostas estabelecidas nas etapas locais e distritais.
A Secretaria Especial de Saúde Indígena – SESAI – é a área do Ministério da Saúde criada para coordenar e executar o processo de gestão do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) no âmbito do Sistema Único de Saúde –  SUS - em todo o  Território Nacional. Fruto de uma diretriz definida na 1ª Conferência Nacional de Saúde Indígena em 1986, a SESAI foi criada em 2010 e tem como missão principal a gestão da saúde indígena.
Desde 2011, os recursos orçamentários da Sesai aumentaram 92%, passou de R$ 479 milhões para R$ 920 milhões em 2013. Entre os gastos na área, o Ministério da Saúde tem investido em obras de 11 Casais, três Polos Base e 11 Postos de Saúde. Em 2013, foram aprovados projetos para reforma, ampliação e construção de outros 17 postos de saúde.
Outro importante investimento para atender aos indígenas nas áreas de difícil acesso foi na reestruturação do setor de transporte. Ao todo, os investimentos no setor superam R$ 320 milhões, incluindo a compra de veículos, barcos, contratação de horas voo, além dos contratos de locação de veículos. Só em veículos, o investimento é de R$ 168 milhões, o que inclui a compra de 404 picapes, 78 automóveis de passeio, 21 caminhões e 27 micro-ônibus, além de contratos de locação em 31 dos 34 DSEIs.
Para ajudar a gerenciar e coordenar as ações regionalmente, a Sesai conta com 34 DSEI, 354 Polos Bases, 68 Casas de Saúde Indígena (CASAI) e 751 Postos de Saúde. As CASAI ficam em municípios de referência dos distritos e é um estabelecimento de cuidados de enfermagem de apoio aos pacientes encaminhados à rede do SUS para tratamento. Fornece alojamento e alimentação para pacientes e acompanhantes e é responsável por marcar e acompanhar os indígenas em consultas, exames complementares ou internação hospitalar.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

AINDA DEVENDO

Brasil ainda ocupa um dos últimos lugares em ranking da Educação

O Brasil ocupa um dos últimos lugares em um ranking de 65 países no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) 2012, na 58ª posição em matemática, 55ª em leitura e 59ª em ciências. A avaliação é semelhante a 2009, quando o país ficou no  53º lugar em leitura e ciências e 57º em matemática. Especialistas dizem que o Brasil registrou avanços na última década, mas que não representaram melhoria expressiva na aprendizagem. De acordo com a Agência Brasil, o exame é aplicado a cada três anos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e avalia o conhecimento de estudantes de 15 anos. Nas três áreas avaliadas, o Brasil está abaixo da média dos países da OCDE e a maioria dos estudantes tem conhecimentos básicos.

INDIOS NO PLANALTO

Indígenas tentam invadir Palácio do Planalto em protesto por demarcação de terras.

Indígenas tentam invadir Palácio do Planalto em protesto por demarcação de terras

Em protesto por demarcação de terras, representantes de comunidades indígenas tentaram invadir nesta quarta-feira (4) o Palácio do Planalto, em Brasília. Policiais militares impediram a entrada dos cerca de 500 manifestantes, que seguiram em direção ao Ministério da Justiça. A mobilização ocorreu depois de o movimento ter acesso à minuta de uma portaria da pasta que estabelece instruções ao procedimento de demarcação de terras indígenas, nos termos do Decreto 1775/96. "Contrariamente às alegações do governo, a dita portaria eterniza a não demarcação de terras indígenas, fragiliza por vez a Funai, e desenha um quadro assustador de acirramento de conflitos", critica nota enviada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), organização que propôs o protesto, ao considerar que a portaria vai inviabilizar o direito constitucional à terra tradicional. O grupo participa da Conferência Nacional de Saúde Indígena, que ocorre em Brasília até o final desta semana, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB). De acordo com o Ministério da Justiça, os indígenas devem ser recebidos ainda nesta quarta para discutir as reivindicações.


PROTESTOS DESMASCARADOS

 MÁSCARAS PODEM SER PROIBIDAS NAS MANIFESTAÇÕES EM 2014

                                                 
 Andrei Rodrigues, secretário-executivo da Secretaria Especial de Grandes Eventos (Sege) do governo federal, falou nesta quarta-feira (4), em Costa do Sauípe, sobre as propostas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para as medidas de segurança durante a Copa do Mundo de 2014. A principal preocupação da imprensa internacional é saber como o governo lida com a possibilidade de manifestações como as que ocorreram durante a Copa das Confederações, em junho. De acordo com o secretário, o CNJ deve criar um pronto-atendimento judicial, em modelo similar ao que foi utilizado na Copa da África do Sul em 2010, para acompanhar e agilizar situações durante o Mundial. "Queremos ter essa parceria entre polícia, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), defensoria pública e Judiciário", afirmou. 
Sobre o uso de máscaras durante as manifestações, Rodrigues não descartou a possibilidade de proibição. "O que pode ser identificado é esse processo da criação de protocolos de atuação das forças de segurança. Nas discussões, enfrentamos todos os temas para que todos tragam a sua visão a respeito desse processo, da legalidade ou não", comentou. Ainda de acordo com o secretário, os turistas que vierem ao Brasil receberão orientações sobre segurança e rotas que poderão ser usadas com mais tranquilidade.

DAVI CONTRA GOLIAS.

A LUTA DE UMA COMUNIDADE TRADICIONAL CONTRA UM GIGANTE DO CAPITAL.

A pequena comunidade de VILAMAR, localizada na VILA DE SAUÍPE, litoral norte da Bahia, está passando por momentos difíceis e descabidos para uma sociedade que se diz civilizada e em pleno século XXI.

Não pode instalar luz elétrica em suas casas, não pode construir um acesso digno à comunidade e nem pode construir, ampliar ou ao menos rebocar suas casas. E por quê? Porque está em uma área de proteção ambiental. Ah tá.

Estão ameaçados de despejo dessa área, doada na década de 60 do século passado pelo administrador municipal da época, doação essa ratificada e documentada na década de 80, com termos de doação emitidos e assinado pelo prefeito da época, reconhecido em cartório. Etc... Motivo??? Ora vejam só, a área doada e documentada agora pertence à ODEBRECHT, um gigante da construção civil do país. Mas e a doação?

A época da doação a LINHA VERDE não existia, as terras tinham pouco valor. Não haviam condomínios de luxo no litoral norte, agora existem e precisam ser expandidos. Nada melhor  do que expulsar as pequenas comunidades de seus locais de nascimento.

E a área de proteção ambiental. Bom essa só vale para a comunidade que vive da agricultura, extração e do fabrico de artesanato, pois as construtoras destroem o meio ambiente à vontade, com a devida licença ambiental, já a comunidade não pode cavar um poste para instalar uma fiação elétrica.



Esse é o Brasil onde vivemos, uma pequena comunidade, rica culturalmente, que vive em harmonia com a natureza corre o risco de ser expulsa do seu chão para dar lugar a um empreendimento imobiliário que agride e destrói, além de segregar à população e criar um sistema de castas no nosso belo Litoral Norte. 

Não podemos deixar isso acontecer, ajude, apoie,  lute. Não deixe Vilamar virar uma lembrança triste.


Fotos: Paraná.