terça-feira, 30 de julho de 2013

MÉDICOS CUBANOS - Parte 1

COMO É UM ASSUNTO COMPLEXO, SERÃO NECESSÁRIOS VÁRIOS PONTOS DE VISTA


Formados em Cuba, brasileiros destacam atenção à saúde primária “que rompe com a ditadura do dinheiro”


Andreia Campigotto trabalha em Cajazeiras, no sertão paraibano

A saúde no Brasil tem sido tema de grandes debates nas últimas semanas, provocados tanto pelas manifestações das ruas, que exigem melhoras e mais investimentos na área, quanto pelas propostas recentes do governo em trazer médicos de outros países para trabalhar em regiões mais carentes.
Essas propostas, assim como a obrigação dos estudantes de universidades públicas em cumprir dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS), tem sido alvo de fortes críticas das associações de médicos, que afirmam que essas não seriam as soluções para os problemas.
A Página do MST conversou com Augusto César e Andreia Campigotto, ambos militantes do Movimento e formados em medicina em Cuba, sobre o tema.
Nascido em Chapecó e com 25 anos de vida, Augusto César ainda não exerce a profissão. Está estudando para fazer a prova de revalidação do diploma cubano e, assim, poder atuar no Brasil. Quando conseguir seu registro, pretende trabalhar na área rural, atendendo os Sem Terra e os assentados da Reforma Agrária.
Andreia Campigotto tem 28 anos e nasceu em Nova Ronda Alta (RS). Trabalha em Cajazeiras, no sertão paraibano, como residente em medicina da família em uma unidade básica de saúde, que atende uma comunidade de 4 mil pessoas.
Formato
O curso de medicina cubano dura seis anos. Para estudantes de outros países, ele se inicia na Escola Latinoamericana de Medicina, localizada em Havana. Depois de um período inicial de dois anos, os estudantes são enviados para as diversas universidades do país. Augusto e Andreia foram para a universidade da província de Camagüey.
O curso de medicina cubano não se difere muito do brasileiro, do ponto de vista curricular.
Augusto é de Chapecó e estuda para fazer o Revalida
“Os dois primeiros anos trabalham com as ciências médicas. Estudamos fisiologia humana, anatomia humana e desde o primeiro ano temos contato com os postos de saúde. Quando somos distribuídos para as universidades, vivenciamos o sistema público de saúde. Comparado com o Brasil, o nível teórico é igual, mas o nível de prática é maior”, afirma Augusto.
“Um estudo do governo federal mostra a compatibilidade curricular dos cursos de medicina de 90% entre Brasil e Cuba. Então, não há grandes diferenças teóricas”, conta Andreia.
A diferença principal entre os dois cursos está na concepção de medicina e de saúde na formação dos médicos. “O curso brasileiro é voltado para as altas especialidades. Tem essa lógica de que você faz medicina, entra numa residência e se especializa. Já em Cuba o curso se volta à atenção primária de saúde, para entendermos a lógica de prevenção das doenças e o tratamento das enfermidades que as comunidades possam vir a ter”, diz Augusto.
Em contrapartida, “saúde” e “medicina” no Brasil são sinônimos de pedidos de exames e tratamento com diversos medicamentos, calcados em sua maioria na alta tecnologia. Com isso, a medicina preventiva fica em segundo plano, alimentando uma indústria baseada na exigência destes procedimentos.
“No Brasil, temos uma limitação na formação do profissional, pois ela é voltada ao modelo hospitalacêntrico, que pensa só na doença e no tratamento. Em Cuba isso já foi superado. Lá eles formam profissionais para tratar e cuidar com qualidade, humanismo e amor cada paciente; aprendemos de verdade a lidar com a saúde do ser humano”, analisa Andreia.
Ela destaca que os médicos formados na ilha são capazes de atender a população sem utilizar somente a alta tecnologia, condição que não necessariamente limita um atendimento com qualidade à população que mais carece.
“É mais barato fazer promoção e prevenção de saúde. No entanto, isso rompe com a ditadura do dinheiro. Com isso, os médicos aguardam o paciente ficar doente para pedir um monte de exames e dar um monte de medicamentos”, afirma Augusto.
De acordo com ele, essa estrutura fortalece o complexo médico-industrial, que se favorece sempre que há alguém internado ou que precise tomar algum medicamento.
“Não negamos a necessidade de medicamentos e equipamentos, porque precisamos dar atenção a esse tipo de paciente. Mas não precisamos esperar que todas as pessoas fiquem doentes para começar a trabalhar a questão da saúde”, acredita Augusto.
Nesta série de reportagens, os dois relatam as diferenças entre os cursos e a concepção de medicina em Cuba e no Brasil, opinam sobre os problemas brasileiros em relação à saúde e defendem uma medicina que sirva para atender com qualidade o povo brasileiro. Na quarta-feira (29/07), Andreia e Augusto contam como é a prova de revalidação dos diplomas estrangeiros, e analisam a elitização da medicina nas universidades brasileiras.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

FORO DE SÃO PAULO

Movimentos convocam sociedade para o Foro de São Paulo

O Foro de São Paulo é um encontro que reúne organizações, partidos políticos de esquerda e progressistas da América Latina e Caribe, com objetivo de elaborar alternativas às políticas neoliberais dominantes na região, promovendo a integração econômica, política e cultural entre os países latino-americanos. 


Este ano, o XIX Foro será realizado no Brasil, entre os dias 29 de julho e 4 de agosto na cidade de São Paulo, e terá participação do ex-presidente Lula, do presidente da Bolívia, Evo Morales e do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Alemão Abreu, faz um convite aos interessados e destaca o ato político na Quadra dos Bancários.

CPT ENTREGA CARTA AO PAPA FRANCISCO.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT), junto com as Pastorais do Campo, como Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Serviço Pastoral do Migrante (SPM) e Pastoral da Juventude Rural (PJR), enviaram, através de Dom Enemésio Lazzaris, presidente da CPT, Carta ao Papa Francisco chamando-o para conhecer a realidade das comunidades rurais no Brasil. O documento, assinado por Dom Enemésio, salienta a postura simples do novo Papa, e as recorrentes falas de aproximação da Igreja aos pobres. Da mesma forma, apresenta o trabalho das Pastorais do Campo, que ouvem os clamores desses povos e suas lutas cotidianas pela garantia de seus direitos e pela permanência na terra.
A Carta destaca que a regularização dos territórios tradicionalmente ocupados e da tão sonhada reforma agrária, ainda são assuntos intermitentes na pauta governamental. Ao mesmo tempo, as Pastorais demonstram esperança de que um dia o Papa possa visitar essas comunidades, dando uma demonstração concreta do compromisso da Igreja, conforme Jesus, com os pobres na terra.
Confira o documento:

Caríssimo Irmão Francisco, 
Como é bom nos dirigir ao senhor chamando-o simplesmente de irmão, sem qualquer outro título que o distancie do projeto de Jesus. Sentimo-nos muito próximos do senhor por esta sua postura simples e sonhamos com um dia a Igreja se ver totalmente livre, simples e pobre como Jesus de Nazaré, ao lado dos pobres com tantos rostos e nomes. Queremos saudar sua presença no Brasil na Jornada Mundial da Juventude.
Quem somos nós? Somos um conjunto de pastorais da igreja que atuam junto aos homens e mulheres do campo e das águas: o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), que atua junto aos povos indígenas de todo o Brasil; a Comissão Pastoral da Terra, CPT, que tem sua atuação junto às diversas categorias de camponeses e camponesas, junto aos trabalhadores e trabalhadoras sem-terra, aos pequenos agricultores familiares, às comunidades quilombolas (comunidades remanescentes formadas por afrodescendentes fugidos da escravidão) e junto aos trabalhadores que acabam submetidos a condições análogas ao trabalho escravo; o Conselho Pastoral dos Pescadores, CPP, que tem como objetivo ser presença de gratuidade evangélica no meio dos pescadores e pescadoras artesanais, estimulando suas organizações para a preservação do meio ambiente e a permanência em seus territórios tradicionais;  o Serviço Pastoral dos Migrantes, SPM, que desenvolve sua ação junto às famílias que constantemente migram em busca de melhores condições de vida, ou de pessoas que todos os anos procuram em outras regiões, longe de suas casas,  trabalhos temporários;  a Pastoral da Juventude Rural, PJR, que atua com os jovens camponeses.
Neste serviço solidário ouvimos todos os dias os gemidos de dor e angústia de milhares de famílias que foram ou ainda são espoliadas de suas terras, de seus meios de subsistência e de sua cultura, que são discriminadas e invisibilizadas Os direitos destes povos, comunidades e famílias são constantemente negados para abrir espaço ao avanço de empresas e empreendimentos capitalistas com seus grandes projetos de “desenvolvimento” com construção de hidrelétricas, exploração de minérios, monocultivos do agronegócio e outros que tudo querem transformar em mercadoria.
Quando alguns direitos são reconhecidos, acabam não sendo respeitados. Para serem reconhecidos é preciso percorrer um penoso e desgastante processo que se prolonga por décadas. Isto acontece, sobretudo quando se trata do direito aos territórios dos povos indígenas, das comunidades quilombolas, dos pescadores e ribeirinhos e de outras comunidades tradicionais. Porém o reconhecimento e regularização destes territórios e a sonhada Reforma Agrária continuam presentes na sua pauta.
Este trabalho evangélico desenvolvido por bispos, padres, religiosos e religiosas e, sobretudo, por leigos e leigas sofre o ataque de diversos setores da sociedade, em especial daqueles que se colocam como os únicos portadores de direitos, em particular do direito de propriedade e dos que os apoiam. O mais angustiante, porém, é que esta incompreensão a encontramos também em setores da própria igreja e da parte de muitos bispos e padres que estão mais ao lado dos que têm bens e poder, do que ao lado dos pobres.
Irmão Francisco, cada vez que o ouvimos falar que a igreja deve sair de dentro de suas estruturas e estar ao lado dos pobres para ouvir seus clamores e sentir de perto seus sofrimentos, nos sentimos apoiados e fortalecidos em nosso trabalho e em nossa Missão que é a missão samaritana de ajudar a que os caídos se levantem e caminhem por si, a que os oprimidos ergam a cabeça reconhecendo sua dignidade de filhos e filhas de Deus.
Gostaríamos imensamente que um dia o senhor pudesse pessoalmente conhecer de perto a realidade do povo das comunidades com as quais trabalhamos para dar-lhes uma palavra de incentivo e afeto. Mas como no momento não é possível, gostaríamos que mesmo de longe envie sua palavra de conforto para eles  que sofrem a cada dia as violências e as ameaças à vida e à dignidade humana.
Que o Senhor que é pai e mãe de todos abençoe seu ministério à frente da Igreja e abençoe a todos e todas nós.
Dom Enemésio Lazzaris - Bispo de Balsas - MA                                      
Presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT)
Rio de Janeiro, 23 de julho de 2013.

INDÍGENAS OCUPAM A SEDE DA SPDM EM SÃO PAULO-SP


Desde a tarde de ontem, 24 de julho de 2013, cinquenta membros dos povos Guarani Mbyá e Tupinambá das aldeias do Litoral Paulista e indígenas que vivem em contexto urbano da Grande São Paulo ocupam a sede da Associação Paulista de Desenvolvimento da Medicina, SPDM, na zona sul de São Paulo-SP.
 
As lideranças, que fizeram uma série de manifestação desde a semana passada, após ocupar o polo base da SESAI em Peruíbe e a Funai de Itanhaém, fizeram esta ocupação na sede da ONG por esta ser a gestora dos recursos da SESAI no Estado de São Paulo (entre outros). Os indígenas vem reclamando há, pelo menos 2 anos da administração e aplicação dos recursos da SESAI em São Paulo. As aldeias estão sem equipes de saúde, sem postos de saúde e sem ambulância. Além da falta do atendimento ambulatorial, ainda reclamam de medidas preventivas de saúde, como exames, orientação de higiene e sexual e o principal, as aldeias estão sem saneamento, o que tem causado a morte de crianças e idosos, por beberem água contaminada.
 
As lideranças indígenas fizeram esta ocupação pacífica no intuito de conseguir uma reunião com a direção da SPDM e a SESAI, pedem o apoio dos indígenas que vivem em contexto urbano, pois estes também são prejudicados sem o serviço de atendimento diferenciado na cidade de São Paulo e toda a Grande São Paulo, região onde reside a maior parte dos indígenas do estado de São Paulo, há uma estimativa do movimento indígena que são 70 mil indígenas vivendo na região metropolitana de São Paulo. Pedem também apoio da sociedade civil e organizações classistas de trabalhadores e estudantes.
 
Conseguiram agendar uma reunião para amanhã, sexta feira, as 14h00 na sede do MPF em Santos. As lideranças estão decidindo em ir hoje para Santos, mobilizar mais indígenas para a reunião de amanhã e pedem a solidariedade de todos para conseguirem cobertores e colchonetes para pernoitarem em Santos.
 
Esperamos que a SPDM resolva o problema destes indígenas e atenda todas as reivindicações, já que segundo a SESAI, os repasses são feitos e a administração é por conta da ong. Fica o jogo do empurra empurra. Na fase de transição, a FUNASA era procurada, respondiam que já não eram responsáveis pela saúde indígena, que deveriam procurar a SESAI, ja está dizia que não estava com os recursos ainda estava na fase de implantação. Enquanto isso a população indígena sofria, adoecendo e morrendo. Hoje, para os indígenas de São Paulo a situação permanece. Continua o jogo do empurra empurra entre a SESAI e a SPDM. Uma fala que repassou os recursos e a outra até o momento só se esquivou, fugindo da reunião com as lideranças e MPF.

Funcionários da Funai detidos devido a problemas na SESAI. Como entender isso?

Desde o dia 15, segunda-feira, uma comissão de indígenas ocupou o Polo Base da Sesai (Secretaria de Saúde Indígena) sediado no município de Peruíbe reivindicando o atendimento às demandas que já foram inclusive acordadas em reuniões ocorridas no ano corrente junto ao Coordenador do DSEI Litoral Sul (Distrito Sanitário Especial Indígena), Sr. Paulo Camargo, uma vez que os compromissos não estão sendo cumpridos: nas aldeias segue faltando o atendimento pelas equipes de saúde, que por sua vez acusam a falta de veículos para que cheguem até os locais de atendimento. Após a ocupação, os funcionários do polo foram detidos apenas para garantir que houvesse o diálogo com o Sr. Paulo Camargo, que agendou uma reunião com os indígenas na sexta-feira, dia 19 de julho, sexta-feira.
Após a ocupação pelos indígenas do Polo Base da Sesai em Peruíbe, a Funai participou das negociações para garantir uma reunião com a Sesai, com intervenção do Ministério Público e da Polícia Federal, em troca da liberação dos funcionários da Sesai que eram mantidos detidos pelos indígenas. Porém, a Sesai não compareceu à reunião acordada e a Funai do Litoral Sul sofre neste momento, por tabela, a sua ocupação ocasionada da total falta de compromisso e responsabilidade da Sesai no atendimento às aldeias e sua incapacidade de negociação e diálogo com os indígenas.
Entretanto, frente à falta de diálogo com a Sesai, seis servidores da Funai se encontram detidos neste momento e cerceados do direito de ir e vir pelos indígenas que reivindicam a melhoria do atendimento à Saúde Indígena junto à Sesai.
É preciso esclarecer a todos que a execução desta ação não passa em nenhum momento pelo crivo da Funai, que não tem poder algum sobre ela, mas que cabe somente acompanhar a sua execução, ou seja, reproduzir a reclamação dos indígenas, o que temos feito seguidamente nestes dois anos e meio de existência da Sesai.
Acrescente-se a isto o momento delicado em que se encontra a Funai, sofrendo ataques seguidos e sistemáticos dos três poderes, executivo, legislativo e judiciário, e a fúria devastadora do latifúndio e o agronegócio, todos querendo enfraquecer o papel da Funai na demarcação das Terras Indígenas e arruinar de vez o acesso dos indígenas a suas terras tradicionalmente ocupadas ainda não regularizadas.
A situação da Saúde Indígena no Estado de São Paulo, que já não era exemplar durante o período de 10 anos com a Funasa (Fundação Nacional da Saúde), declinou gravemente a partir da transferência desta Ação Orçamentária para o Sesai, e já no primeiro ano da transição as cobranças dos indígenas se transformaram em um jogo de empurra entre os dois órgãos, que terminavam por não resolver os problemas apresentados. Depois da Funasa sair definitivamente do cenário, o Coordenador do Sesai ainda levou mais de dois anos para fazer sua primeira conversa com os indígenas no Estado de São Paulo, criando entre os indígenas a sensação de abandono frente à demanda pelo atendimento diferenciado compreendido pelas peculiaridades geográficas e culturais destes povos. As aldeias indígenas encontram-se em locais que muitas vezes não são atendidos pelo sistema público de transporte, e a insegurança se agrava em relação aos casos de emergência.
As equipes estão muitas vezes despreparadas para compreender e respeitar as práticas tradicionais de saúde, gerando em muitos casos desentendimentos e conflitos que podem ser evitados. Outro problema gravíssimo envolve as condições de Saneamento, onde se passam os anos e segue a precariedade no tratamento da água, falta de material para a manutenção da captação e distribuição, péssima política para o tratamento dos dejetos, sem sustentabilidade ambiental e prejudicando consequentemente os indígenas que habitam estes locais.
A falta de Saneamento adequado, responsabilidade também da Sesai, é a fonte de muitos dos problemas de Saúde que poderiam ser evitados com esta ação básica de prevenção. Será que vão continuar deixando morrer crianças indígenas, anciãos e pessoas que necessitam de acompanhamento médico e medicamentos controlados?
Histórico da transição Funasa para Sesai
A Funasa durante mais de dez anos foi usada e abusada por uns tantos esquemas de corrupção como quase todos os setores da saúde do país. O próprio modelo de gestão já dava desde o início toda a abertura para que isto acontecesse, espirrando o dinheiro da saúde indígena nos municípios e no terceiro setor sem o devido controle público.
Os protestos das comunidades indígenas foram constantes, mesmo com as seguidas investidas dos envolvidos nos esquemas políticos no sentido da cooptação de lideranças, no que muitas vezes fracassaram. Tudo isto fez com que este serviço básico afundasse ainda mais e a relação com as comunidades fosse cada vez mais desgastada. Foram mais de dez anos sem que se tenha visto um programa sequer de nível nacional atendendo às reivindicações das comunidades para a valorização da medicina tradicional indígena, que nem sequer era respeitada, ou para o combate à dependência química, principalmente do álcool, nem houve qualquer programa em nível nacional para a promoção de sistemas de saneamento adequados à realidade indígena e rural. Enfim, elementos básicos para se vislumbrar um atendimento à saúde diferenciado.
A Funasa, com o corpo de funcionários afogado na burocracia e equipes de saúde terceirizadas, muitas vezes se resumiu a repassar verbas nem sempre utilizadas de forma correta e a disponibilizar veículos e motoristas para levar os indígenas para serem atendidos na cidade pelo SUS, no que sempre houve muita inconstância. Só nos últimos cinco anos em que a saúde indígena esteve sob responsabilidade da Funasa foram desviados mais de meio bilhão de reais.
Passou-se o ano de 2010 com a perspectiva de que a ação de saúde indígena iria ser transferida da Funasa para a nova Secretaria de Saúde Indígena a ser criada. Em 2011 a transferência da ação de saúde indígena da Funasa para a Sesai foi mais de uma vez protelada, e muitas vezes não se sabia a quem recorrer, se à Funasa, que alegava estar encerrando suas ações de saúde indígena, ou à Sesai, que alegava estar ainda em processo de estruturação e por este motivo ainda não havia assumido a ação.
O jogo de empurra durante o ano de 2011 entre Funasa (Fundação Nacional da Saúde) e Sesai (Secretaria de Saúde Indígena) só fez com que esta ação definhasse.
Recapitulando com maiores detalhes: durante o ano de 2011, houve inúmeros casos de falta de medicamentos, dificuldade das equipes de saúde em se deslocar para as aldeias, inacessibilidade dos indígenas ao serviço de transporte dos enfermos, principalmente em casos de urgência, omissão no controle da qualidade da água nos sistemas de abastecimento, falta de água causada por omissão na manutenção e reposição de materiais, morosidade ou mesmo inoperância na instalação e manutenção de sistemas de saneamento.
Um caso emblemático foi o da aldeia Tangará, em Itanhaém – SP, onde entre 2010 e 2011 vieram a óbito quatro crianças. Em uma delas foi feita biópsia e foi constatado forte indício de que a anemia profunda que sofria foi causada por contaminação da água e levou à morte da criança. Uma servidora pública que vinha acompanhando com preocupação a situação desta comunidade e pretendia investigar inclusive a qualidade da água foi vetada por pessoas da Funasa de prosseguir com suas visitas à aldeia. Todos estes problemas se repetiram nos anos de 2012 e 2013.
Entretanto, uma dúvida: Foi a crise permanente da Funasa na ação de saúde indígena que motivou a criação da Secretaria de Saúde Indígena – SESAI? Será que devemos ser otimistas em relação às decisões dos mesmos governantes que tantas provas nos deram do amor que têm pelo povo? Hoje, em 2013, a responsabilidade da ação de saúde indígena está toda na Sesai, porém, simplesmente iniciamos o ano novamente sem qualquer ação na área da saúde: as equipes não têm condições de serem transportadas, pois os carros estão parados.
Apesar de haver se passado dois anos da criação da Sesai, será que não houve tempo hábil para a transição? Será a falta de contratos, licitações para combustível, manutenção de veículos? Não existe uma série de argumentos jurídicos e administrativos que tratam da emergência no atendimento à saúde com os quais se dispensam de licitação até mesmo ambulâncias e equipamentos caríssimos, frequentemente utilizados para o desvio de verbas? Por outro lado, vemos argumentos referentes às mudanças na gestão da saúde indígena, no sentido da otimização dos recursos públicos. Pergunto: Será ótimo para quem? Otimizar para reduzir as verbas realmente aplicadas na ponta e continuar a alimentar a máquina burocrática e o desvio? Otimizar o clientelismo político?
Haveremos de ver uma verdadeira reestruturação do atendimento público à saúde indígena, onde os altos recursos que hoje são sugados pela máquina e pela corrupção sejam investidos realmente em saúde? Uma na qual haja o apoio à medicina tradicional, à fitoterapia e às formas indígenas próprias de curar enfermidades de ordem mental, espiritual, que venham a contribuir até mesmo no tratamento de casos como a dependência química dentre outros problemas advindos do contato com a sociedade não-indígena? Para que isto aconteça estou certo da necessidade primordial da organização das comunidades indígenas neste sentido e dos trabalhadores que com elas atuam, pois isto não será realizado por nenhum governante. Pretendo com estas palavras não apenas a denúncia, que por si não tem a capacidade de transformar a realidade, mas conclamar a sociedade, indígena ou não, que conscientes do direito fundamental à saúde, viremos o jogo a nosso favor por meio da organização, da prática e da luta.

terça-feira, 23 de julho de 2013

CÂMARA MUNICIPAL DE SALVADOR CONTINUA OCUPADA.

Trinta integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) de Salvador foram à Câmara Municipal de Salvador e ocuparam a casa, na tarde de ontem (22). A ocupação foi feita minutos depois de a sessão da Casa ser suspensa por falta de quórum.

Os manifestantes afirmaram que vão continuar no n local até que o prefeito ACM Neto se reúna com eles. Alguns jovens estão acorrentados a estruturas da sala. O grupo transmitiu uma mensagem à população, ressaltando que não vão realizar "atos de vandalismo ou esbulho" no prédio. Na ocasião, o grupo conclamou a população a aderir aos protestos.

A carta do MPL elenca 6 reivindicações consideradas "prioritárias", entre elas, a redução imediata da tarifa dos ônibus urbanos de R$ 2,80 para R$ 2,50, a circulação 24 horas de ônibus pelos "principais terminais e logradouros" da cidade e "abertura das planilhas" do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps).

A Prefeitura ainda não se pronunciou sobre a ocupação. A assessoria da Câmara classificou a ocupação como "normal" e informou que a Casa "está aberta a manifestações populares".

PROTESTO DO MPL NA PARALELA

Manifestantes chegam ao Viaduto Leonel Brizola
Em protesto que segue da Avenida Paralela até o Centro Administrativo da Bahia (CAB) na manhã desta terça-feira (23), os cerca de 80 representantes do Movimento Passe Livre (MPL) passam neste momento pelo Viaduto Leonel Brizola e travam o trânsito na via no sentido aeroporto.
Muitos motoristas impedidos de trafegar buzinam para tentar furar o ato,  mas os militantes começam a sentar no chão para evitar que a manifestação seja dissipada. A todo momento, o grupo lembra que a tarifa de transporte público caiu em São Paulo e Pernambuco e cobra a apuração das contas do metrô de Salvador.

MAIS UMA DO MPL!!! A LUTA NÃO PARA!!

MPL cola homenagem a Marighella em placa para Luís Eduardo Magalhães


MPL cola homenagem a Marighella em placa para Luís Eduardo Magalhães
Integrantes do Movimento Passe Livre (MPL), reunidos na Avenida Paralela para uma marcha até o Centro Administrativo da Bahia (CAB), prevista para começar às 10h, realizaram um ato simbólico na manhã desta terça-feira (23) em homenagem ao ex-deputado federal e um dos principais nomes da luta contra a ditadura militar no Brasil, Carlos Marighella. Os manifestantes colaram na placa que acompanha a estátua do ex-deputado Luís Eduardo Magalhães um adesivo com o nome e a foto do militante de esquerda. “Marighella serve de exemplo para continuarmos lutando”, discursou o representante do MPL, Walter Takemoto, ao citar o número de 5,8 mil negros entre 6 mil mortos em Salvador e Região Metropolitana recentemente.
Em entrevista ao Bahia Notícias, o manifestante anunciou que o grupo pretende passar pela sede do Tribunal de Justiça da Bahia e Secretaria de Segurança Pública antes de chegar à Governadoria, onde entregará uma carta com cinco reivindicações ao governador Jaques Wagner: redução da tarifa do transporte público; abertura das contas do Setps; participação popular no Conselho Municipal de Transporte; quatro horas de bilhete único e uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) – que teria que ser apurada pela Câmara de Vereadores –sobre as obras do metrô. De acordo com Takemoto, ficou agendada para as 14h a resposta do colegiado de líderes do Legislativo soteropolitano e do presidente da Casa, Paulo Câmara (PSDB), aos pleitos do MPL. "A desoneração federal significa a redução de R$ 0,20 na passagem. Ou o prefeito reduz, ou assume ter compromisso com o lucro dos empresários", provocou o manifestante.
Do site Bahia Notícias.

DIQUE DO TORORÓ RENOVADO.

Dique do Tororó ganha nova iluminação
Foto: Valter Pontes/ Agecom
O Dique do Tororó, em Salvador, ganhou uma iluminação nova e mais potente, com um investimento de R$ 288 mil da gestão municipal, em 150 pontos no entorno do espaço, além do reforço de refletores em 13 ruas adjacentes. A ação teve início antes da Copa das Confederações e foi entregue agora pela Secretaria Municipal da Ordem Pública (Semop). As esculturas em homenagem aos orixás também tiveram a iluminação reforçada pelo órgão, que, somente este ano, já investiu mais de R$ 9 milhões em 1,7 mil novos pontos de luz na cidade e modernização de outros dois mil. O Dique do Tororó já foi chamado de Riacho das Tripas, quando foi represado pelos invasores holandeses, em 1624, para reforçar as defesas da cidade. O represamento deu origem ao largo cinturão de águas e terras pantanosas.

HABEMUS PRINCEPS

Nasce o filho de William e Kate: é um menino

Veio ao mundo nesta segunda-feira (22) o primeiro filho do príncipe William e da duquesa Kate. É um menino que nasceu às 16h24 (horário local, 12h24 do Brasil) pesando 3,79 quilos. O nascimento, muito aguardado especialmente pela imprensa e curiosos que cercavam o hospital nos últimos dias, será comemorado com salvas de tiros e luzes coloridas iluminando a cidade de Londres. O bebê nasceu no Hospital St Mary, o mesmo onde, 31 anos antes, a princesa Diana deu à luz seu primogênito. A chefia da equipe médica que realizou o parto de Kate ficou por conta do doutor Alan Farthing - ginecologista da rainha e professor do Imperial College London.

DIARREIA CAUSA MORTES NO NORDESTE

Diarreia já matou 54 pessoas no Nordeste


Um surto de diarreia no Nordeste já vitimou 54 pessoas até o momento. Das mortes, 48 ocorreram em Alagoas e 6 foram registradas no sertão pernambucano. De acordo com boletim da Vigilância Epidemiológica, da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), até este domingo (21), 77.727 pessoas foram acometidas pela doença este ano em 25 cidades do Estado. Os municípios mais vulneráveis, segundo o boletim, são os do Agreste e do Sertão de Alagoas, porém outros casos foram registrados na Zona da Mata Norte e no litoral norte do estado. Já em Pernambuco, os casos de diarreia aguda aumentaram 48,6% este ano, em relação ao mesmo período de 2012, informou a pasta da saúde do mesmo Estado. Em Pernambuco, foram registrado 130.219 casos em 2013, enquanto que em 2012, de janeiro a julho, 87.596 pessoas sofreram com a doença. Neste ano, foram seis mortes em cinco municípios do Sertão. Segundo a secretaria de saúde pernambucana, a motivação é a seca, pelo fato de a água muitas vezes estar contaminada. Com o surto em Alagoas, com número superior aos 37.656 casos do ano passado (crescimento de 77%), a diretora de Vigilância em Saúde Ambiental, Elizabeth Rocha, enviou técnicos para inspecionar a região de Palmeira dos Índios (AL), onde ocorreram 11 mortes neste ano decorrentes da enfermidade

segunda-feira, 22 de julho de 2013

INDÍGENAS NO COMITÊ DO SÃO FRANCISCO



Índios têm nova representação no Comitê




As comunidades indígenas localizadas às margens do Rio São Francisco escolheram os representantes que farão parte da nova gestão do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF, a partir do próximo mês de agosto, com mandato de três anos. A decisão foi tomada em evento realizado no município de Rodelas (BA), no último final de semana. A escolha dos nomes foi feita através de consenso, sem a necessidade de disputa pela representação.
Os titulares da representação indígena junto ao CBHSF são Uilton Tuxá, da tribo Tuxá, localizada em Minas Gerais, e Iveraldo Fulni-ô, representante da tribo Fulni-ô, de Pernambuco, que assume a titularidade da representação, após o exercício da suplência nos últimos três anos. Na oportunidade, também foram escolhidos como suplentes a cacique Anália Aparecida, da aldeia Tuxá, e Ricardo Tingui-Botó, da aldeia alagoana de Tingui-Botó.
O encontro também serviu para a comunidade indígena discutir temas de interesse comum, a exemplo dos projetos hidroambientais a cargo do comitê que estão em execução e são voltados para a comunidade indígena, bem como os novos canais da transposição, cuja proposta é retirar água do Velho Chico para abastecer às populações do semiárido baiano.
O secretário-geral do CBHSF, José Maciel Oliveira, também presente à reunião, falou à comunidade sobre o andamento das obras que beneficiam a população indígena. “Temos recursos destinados e garantidos exclusivamente aos índios. Isso foi estipulado por toda a diretoria”, garantiu ele. O evento foi encerrado com uma apresentação do toré, considerado o símbolo maior de resistência e união entre os índios brasileiros.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

MAIS UMA VITÓRIA DO MPL.

Tarifa de transporte coletivo é reduzida R$ 0,15 em Juazeiro

A Câmara de Vereadores de Juazeiro, extremo norte do estado, aprovou um projeto de lei para isenção de Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) para a empresa de ônibus coletivo e a prefeitura municipal publicou um decreto para reduzir o valor da passagem na cidade.  No perímetro urbano, o valor baixou R$ 0,15 e a tarifa passa a custar R$ 2,35. Já para as linhas de transporte de Carnaíba e Rodeadouro a taxa será de R$ 2,80. A medida ocorre após negociação com o movimento Vale Acordou, que comandou protestos na ponte Presidente Dultra, que liga o município a Petrolina (PE).

JUSTIÇA MANDA DESOCUPAR SEDE DO INCRA EM BRASÍLIA

Justiça Federal manda desocupar prédio do Incra em Brasília


A Justiça Federal notificou nesta quinta-feira (18), por volta das 12h30, representantes da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do Distrito Federal e Entorno (Fetraf-DFE) para que desocupem o prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A liminar deu aos manifestantes duas horas para deixar o prédio. Após esse prazo, será aplicada multa de R$ 5 mil por hora de atraso. Os agricultores chegaram ao prédio na madrugada de ontem (17) e passaram a noite lá.



 Um oficial de Justiça leu para os integrantes da Fetraf-DFE, em um microfone, a notificação. Em seguida, um dos representantes da federação, George Almeida Xavier, disse que os manifestantes vão permanecer no prédio, já que as reivindicações ainda não foram atendidas. O grupo decidiu realizar assembleia às 17h para definir os rumos da mobilização.




Segundo o coordenador da Fetraf-DFE, Francisco Lucena, um representante da Fetraf nacional mantém contato com o Incra. “Estamos analisando e negociando. Não vamos nos desmobilizar sem nenhuma conquista. Faremos uma assembleia às 17h, mas, até lá, não vamos sair do prédio ”, afirmou.

A assessoria de imprensa do Incra informou que a direção do órgão mantém a posição de receber representantes da federação para uma reunião e discutir a pauta de reivindicações apenas depois da desocupação do prédio.

Uma das reivindicações do grupo é a liberação de recursos para o assentamento de 3 mil famílias no Distrito Federal e para assistência técnica e infraestrutura aos assentados.

O pedido de desocupação da sede do Incra foi encaminhado à Justiça Federal pela Advocacia-Geral da União (AGU).

MINHA CASA, MINHA VIDA RURAL

Programa Nacional de Habitação Rural beneficiou 76 mil famílias

O Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) já atendeu a cerca de 76 mil famílias de agricultores e trabalhadores rurais. De acordo com informações divulgadas nesta quinta-feira (18) pela Caixa, desde o início do programa, em setembro de 2009, foi investido cerca de R$ 1,7 bilhão no setor. Para 2013, a Caixa Econômica Federal espera superar o resultado do ano passado, quando contratou 40 mil unidades habitacionais no campo.


O PNHR é integrante do Programa Minha Casa, Minha Vida e também prevê a instalação de cisternas em localidades sem acesso à solução de abastecimento de água, por meio de convênio firmado entre o Ministério do Desenvolvimento Social e o Ministério das Cidades.

Para famílias com renda anual de até R$ 15 mil (Grupo 1), o valor do subsídio, com recursos do Orçamento Geral da União, é até R$ 28,5 mil para construção e até R$ 17,2 mil para reforma. Cada família devolve à União 4% do valor subsidiado, em quatro parcelas anuais (1% por ano – 96% do valor total do projeto é subsidiado). Para a Região Norte, o valor do subsídio é de até R$ 30,5 mil para construir, e de até R$ 18,4 mil para reformar a moradia.

As propostas devem ser apresentadas à Caixa por intermédio de uma entidade organizadora, sem fins lucrativos, com no mínimo quatro e no máximo 50 famílias por grupo (exceto para assentados do Plano Nacional de Reforma Agrária). É destinado subsídio de R$ 1 mil por família para a prestação de assistência técnica e execução do trabalho social para os beneficiários dos Grupos 1 e 2, com renda anual de até R$ 30 mil.

As famílias beneficiadas pelo PNHR recebem, ainda, capacitação técnica e orientação sobre gestão da propriedade rural, melhoria das moradias, cooperativismo, participação da mulher na gestão da propriedade e ações que visem à permanência do jovem no campo.

Famílias com renda anual entre R$ 15 mil e R$ 60 mil (Grupos 2 e 3) podem financiar valores de até R$ 90 mil, com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O Grupo 3 atende a famílias com renda bruta anual que vai de R$ 30 mil até R$ 60 mil.

AÇÃO DAS MULHERES NO JULGAMENTO DA NEW HIT

Nos dias 3 a 5 de setembro: julgamento dos estupradores da banda New Hit.

As mulheres do núcleo Negra Zeferina da Marcha Mundial das Mulheres estão, novamente, mobilizando e organizando a ida de mulheres de todo estado para o julgamento da banda New Hit. A audiência de instrução acontecerá nos dias 3, 4 e 5 de setembro na cidade de Ruy Barbosa. A primeira audiência aconteceu em fevereiro deste ano e foi adiada. A MMM estava nas ruas de Ruy Barbosa, dialogando com a população, debatendo a naturalização de todas as formas de violência contra as mulheres e a impunidade dos agressores. Além disso, denunciamos a total inversão de valores: os estupradores soltos e realizando shows pelo país, e as meninas encarceradas e sendo culpabilizadas pela violência sofrida.
Apenas 2% dos agressores de mulheres são condenados no Brasil. É de fundamental importância que façamos muita pressão política e social para que sejam condenados os estupradores da banda New Hit. Queremos que haja não só punição para os casos de violência sexista, mas também um processo educativo contínuo que contribua para desnaturalizar o machismo.Por isso a nossa luta não pára!
Estamos realizando a campanha financeira para que o maior número de mulheres possa estar presente durante os dias do julgamento. Sabemos que a nossa presença lá contribuiu para que mais um caso não caia no esquecimento e para  dar celeridade no processo. Você que quer contribuir financeiramente ou de alguma outra forma, entre em contato com a gente através do nosso email – mmm.negrazeferina@gmail.com ou pelo facebook na página do Núcleo Negra Zeferina.
Juntas podemos mostrar que a impunidade dos agressores gera mais violência e banalização da vida das mulheres. Este não é o mundo que queremos! E o mais importante, organizadas podemos pensar e agir para combater a violência e destruir os valores machistas!
A condenação dos estupradores da Banda New Hit será uma vitória para todas e todos que lutam por um mundo de justiça, igualdade e liberdade.

PROTESTOS DURANTE A COPA AINDA TEM REPERCUSSÃO.

Brasil pode ter sido uma escolha errada como sede da Copa, diz presidente da Fifa

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse que o Brasil pode ter sido a escolha errada como país-sede da Copa do Mundo de 2014 se o torneio for afetado por protestos sociais semelhantes aos que aconteceram no mês passado, durante a Copa das Confederações.
Blatter disse à agência de notícias alemã DPA que, se os protestos acontecerem novamente, podem questionar se tomaram a decisão errada ao dar os direitos de sede ao Brasil.
A assessoria de imprensa da Fifa respondeu que a frase completa de Blatter sobre as manifestações foi: "Se isso acontecer novamente em 2014 nós podemos questionar se nós tomamos a decisão certa ao conceder o direito ao Brasil. Porém, isso não irá acontecer. Estou confiante de que o Brasil irá realizar uma grande Copa do Mundo. É o lugar certo. No entanto, eu irei discutir isto e outros assuntos com a presidente Dilma Rousseff em setembro".
Centenas de milhares de brasileiros saíram às ruas durante o torneio preparatório para a Copa, em junho passado, exigindo melhores serviços públicos e questionando os custos para sediar a Copa do Mundo.
Após a Copa das Confederações, a Fifa falou com o governo brasileiro sobre as manifestações. Blatter diz que, agora, está ciente de que no próximo ano a Copa do Mundo não deveria ser atrapalhada. O presidente da Fifa ainda disse que vai discutir o assunto com a presidente Dilma Rousseff, em setembro, no Brasil.
POLÊMICA
Durante entrevista após o título do Brasil, no último dia 30, o técnico da seleção, Luiz Felipe Scolari, se recusou a responder uma pergunta sobre os protestos populares pelo país durante a Copa das Confederações.
Um repórter perguntou em inglês sobre o tema, e Felipão fechou o semblante e foi seco. "Não. Essa não é minha área. Não posso falar nada", disse o técnico.
No dia da final, um grupo de cerca de 500 manifestantes protestou desde às 16h, ocupando a avenida Maracanã, um dos principais acessos ao estádio, na zona norte do Rio. Com isso, a dispersão dos torcedores que assistiram à decisão foi comprometida.
A presidente Dilma Rousseff (dir.) observa discurso do presidente da Fifa, Joseph Blatter, na abertura da Copa das Confederações; os dois foram vaiados
Presidente Dilma Roussef ao lado do presidente da FIFA na abertura da Copa das Confederações 2013

quarta-feira, 17 de julho de 2013

ARTE BAIANA EM SP.

Pra gringo (e Paulista) ver...

Raras tentativas de definição são tão polêmicas como aquelas usadas para definir - e segregar - a arte popular. Termos como naïf, primitivo e ingênuo carregam, evidentemente, noções que ajudam a explicar uma produção de caráter autodidata, distante do mundo das escolas e academias. Mas são elementos que também trazem embutidos certo ranço de superioridade e distanciamento que não fazem mais sentido no contexto da arte contemporânea, em que os artistas transitam de forma livre entre estilos, gêneros, técnicas.
Em trabalhos como o de Aurelino, em ampla exposição na Galeria Estação até 31 de agosto, o aspecto mais impactante e evidente não é o fato de o artista ser de origem humilde, iletrado e com graves problemas psíquicos. Se sua biografia auxilia a entender sua obra, ela não se sobrepõe à impressionante trama geométrica na qual o artista soteropolitano transforma a paisagem urbana, criando uma obra de grande qualidade técnica e potente simbologia.
 - Divulgação
É uma das maiores mostras organizadas em torno da obra de Aurelino, que já tem mais de 70 anos e vive miseravelmente na capital baiana - apesar de estar presente em importantes coleções como a do Museu Afro Brasil. A exposição procura escapar dessa visão reducionista sobre essa produção. A seleção proposta pelo curador Lorenzo Mammì enfatiza as soluções formais encontradas pelo pintor, que demonstra um interesse em recriar fachadas arquitetônicas por meio de tramas geométricas; paisagens urbanas; estranhas figuras meio humanas, meio mecânicas; mosaicos de intenso colorido e jogos entre formas retas e elementos sinuosos. Ele lida com círculos, triângulos, retângulos, criados com objetos recolhidos na rua e adotados como gabaritos de forma obsessiva, como maneira de criar a cena e ordenar seu mundo interno.
Suas composições são sempre observadas de um ângulo muito próximo, impedindo, na maioria das vezes, uma visão abrangente daquilo que é representado - com exceção, talvez, de Boa Viagem, de 1990. Ao mesmo tempo, suas obras possuem uma variedade e amplidão de detalhes surpreendentes. Mammì fala em "um todo compacto, encarado de fora" para defini-las.
As paisagens e fachadas seguem um padrão bastante claro: ocupam a quase totalidade da tela, sendo contidas apenas por uma estreita faixa de calçada e uma pequena nesga de céu. Há uma evidente e fascinante contraposição, tensão, entre formas rígidas e flexíveis. É exatamente no embate entre geometria e animismo que reside a qualidade dessa pintura, acredita o curador.
A sobreposição e uma necessidade de lidar de forma ordenada e suave com as transições também se fazem sentir no maravilhoso uso da cor por Aurelino. Como descreve Mammì, suas cores são geralmente "ácidas e dissonantes". Mas seja pela tensão recíproca, seja pelo uso (sobretudo em trabalhos dos anos 1990) de uma suave velatura de tinta branca mesclada à areia, ele obtém uma textura homogênea, vibrante, capaz de criar impressionante harmonia.
Usando a metáfora do confronto quixotesco e tomando emprestada a definição de "arte liminar", de Lélia Coelho Frota, o curador vai pouco a pouco demonstrando, em sua análise, porque considerar Aurelino um pintor naïf é no mínimo reducionista e inadequado quando se observa a estruturação de suas telas: "Não há dúvida de que seu ponto de partida é a planaridade da pintura moderna", sintetiza Mammì.

AGRICULTORES FAMILIARES DO NORDESTE PODERÃO TER DÍVIDAS PERDOADAS


Já está nas mãos da presidenta Dilma Rousseff a Medida Provisória (MP) 610/201, aprovada no Senado Federal no último dia 11/6. Se sancionada, os agricultores familiares com operações de crédito contratadas entre 1° de janeiro de 2003 e 31 de dezembro de 2004, através de Cédulas de Produto Rural do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), terão suas dívidas perdoadas. 

A possibilidade vem da emenda proposta pelo Deputado Valmir Assunção (PT-BA), transformada no artigo 47 da Medida. “Durante os anos de 2003 e 2004, um dos mecanismos autorizados pelo PAA foi o da compra antecipada de alimentos, mediante assinatura de Cédulas de Produtor Rural. Conforme relatórios da Conab, os beneficiários plantaram os produtos previstos, mas, devido às secas, pragas, ou excesso de chuvas, 44% dos contratantes tiveram perdas parciais e 29% tiveram perdas totais da produção”, explica Valmir Assunção.

Segundo o deputado baiano, foram 44544 de agricultores contratantes do PAA no período, sendo que 58% estão na região Nordeste. “Já se tentou solucionar as dívidas, mas as medidas se tornaram insuficientes, pois os encargos são superiores aos praticados pela agricultura familiar. Além disso, o valor médio das dívidas corrigidas é inferior a R$ 10 mil, o que justifica a remissão”, completou Valmir.

O deputado ainda informa que a União já tomou medidas parecidas, em situações semelhantes, como na edição da MP 449/2008, que foi transformada nas leis 11941/2009 e 12249/2010. 

Também ficarão prorrogados, até o dia 31 de dezembro de 2014, os prazos de liquidação das dívidas das operações do Programa de Recuperação da Lavoura Cacaueira Baiana, cujo risco parcial ou integral seja do Tesouro Nacional, do Tesouro do Estado da Bahia, da Agência de Fomento do Estado da Bahia, do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste do Brasil.

“Esperamos que a presidenta Dilma sancione estas emendas que, com certeza, beneficiam a centenas de agricultores baianos”, disse o deputado Valmir.

PASSE LIVRE PELO INTERIOR

Ocupações do MPL em Camaçari e Ilhéus. Os estudantes estão fazendo uma movimentação poucas vezes vista no Brasil, inspirados nas primaveras ocorridas em vários países do mundo, fazem o "inverno" brasileiro.
Câmara de Camaçari é ocupada e vereador diz que não será possível atender pedido de manifestantes
A Câmara de Vereadores de Camaçari foi ocupada na manhã de terça-feira 16 de Julho por manifestantes. O grupo se reuniu às 7h na Praça Desembargador Montenegro e pedia a integração do orçamento participativo na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que seria votada nesta terça. Por conta do protesto na Casa, a votação foi suspensa e só deverá ocorrer na próxima quinta (18). Em entrevista ao Bahia Notícias, o presidente do Legislativo camaçariense, Teobaldo Ribeiro (PT), disse que o ato é válido, mas que os manifestantes “nem sabem o que querem”. O edil foi enfático em dizer que não há possibilidade de o pedido ser atendido. “A LDO já passou por todos os trâmites legais e todos os prazos já foram excedidos, ela não cabe nessa matéria. Eles estão mal informados”, julgou. Quando questionado sobre a possibilidade de novos protestos na quinta, o petista disse ter certeza do acontecimento. Segundo informações obtidas pelo BN, até o momento, pessoas ocupam o plenário da Câmara, o estacionamento e a parte exterior do prédio.

Ilhéus: Estudantes permanecem no prédio da prefeitura
Os estudantes que ocuparam na terça-feira 17 de julho o Palácio Paranaguá, sede do governo de Ilhéus, no sul baiano, voltaram a afirmar que só deixarão o prédio quando tiverem as planilhas usadas pelas empresas e prefeitura para calcular o preço da tarifa do transporte coletivo no município. Segundo reportagem do site Jornal Bahia Online, os manifestantes asseguram que estão preparados para ficar no local o tempo que for necessário. No início da noite desta terça, um oficial da Polícia Militar tentou negociar com os manifestantes, todos ligados ao Movimento “Reúne Ilhéus”, mas sem sucesso. Cerca de 60 manifestantes estão acampados nas salas e gabinetes da prefeitura. Não há informação se o expediente foi suspenso pelo prefeito Jabes Ribeiro (PP). O Bahia Notícias tentou entrar em contato com a administração municipal, mas as ligações para os números disponíveis não foram completadas. Em nota postada na página oficial da prefeitura, a atual gestão informou que entregou ao movimento uma cópia do protocolo dos ofícios encaminhados às empresas de ônibus solicitando os balancetes contábeis. Segundo o comunicado, essa seria a única pendência, já que que todos os outros solicitados anteriormente pelos representantes do "Reúne Ilhéus" já foram entregues. "Em reunião com representantes do movimento, o prefeito Jabes Ribeiro, além de prometer o repasse de todos os documentos solicitados, informou que iria determinar uma auditoria minuciosa no sistema de transporte coletivo de Ilhéus para que pudesse ser tomada uma decisão abalizada a respeito da questão das tarifas", informou o texto.

MÉDICOS EM GREVE... PARA OS USUÁRIOS DO SUS O QUE VAI MUDAR?

Médicos de todo o país vão paralisar as atividades nos dias 23, 30 e 31 deste mês suspendendo os atendimentos nas redes pública e privada de saúde, incluindo as consultas. A decisão foi tomada, na quinta-feira 11 de julho pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), entidade que representa os sindicatos estaduais da categoria, em resposta às medidas anunciadas nesta semana pelo governo federal para a área da saúde.


Para a população que utiliza dos serviços do SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE, o famigerado SUS, a mudança é mínima. Ao invés de ter a dúvida do atendimento, haverá a certeza do não atendimento. Aqueles que não tiverem problemas tão graves vão poupar a passagem do ônibus, pois não adiantará se dirigir ao posto de saúde/ hospital....Aqueles que dependem de uma atendimento emergencial irão à unidade de saúde munidos do cartão do sus e do livro de orações,pois para ser atendido normalmente já é uma procissão, imagina em greve.
A vida de pobre é difícil, é difícil como o quê.

PROTESTOS PREOCUPAM NA VISITA DO PAPA AO BRASIL.

Protestos acendem sinal vermelho na segurança da Jornada Mundial da Juventude.

Protestos acendem sinal vermelho na segurança da Jornada Mundial da Juventude
Avaliação de risco à visita do papa.
As manifestações, que no mês passado levaram milhões de pessoas às ruas em todo o país, são a principal ameaça na realização da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, de acordo com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O evento acontece entre 23 e 28 de julho, sendo que a possibilidade de protestos interferirem na segurança do papa Francisco é vista como “fonte de ameaça”. Em um painel de monitoramento no Centro de Inteligência Nacional, na sede do órgão em Brasília, é possível identificar seis preocupações imediatas: problemas de trânsito, crime organizado, organizações terroristas, movimentos reivindicatórios, grupos de pressão e criminalidade comum. As manifestações entram no quesito “grupos de pressão”, único que aparece com o sinal vermelho de alerta. Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (16), para apresentação do centro de monitoramento, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, José Elito Siqueira, avaliou que os protestos “não serão problema”. “Temos que encarar com total naturalidade e, claro, olhar, acompanhar para evitar que aquelas manifestações tenham uma repercussão a ponto de prejudicar um grande evento. Isso não vai acontecer”, sinalizou o ministro.

terça-feira, 16 de julho de 2013

BALAIO DE GATOS

Bem assim mesmo...

COMISSÃO DA VERDADE BAIANA.

Integrantes da Comissão Estadual da Verdade são nomeados.

O Diário Oficial do Estado (DOE) publicou, na última sexta-feira (12/7), a nomeação dos membros da Comissão Estadual da Verdade, instituída pelo Decreto nº 14.227 de 10 de dezembro de 2012. A comissão tem por objetivo examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas no estado, no período de 1946 a 1988.


Os integrantes do grupo são Amabília Vilaronga de Pinho Almeida, Antônio Walter Pinheiro, Carlos Navarro Filho, Dulce Tamara Lamego Silva e Aquino, Jackson Chaves de Azêvedo, Joviniano Soares de Carvalho Neto e Vera Christina Leonelli. O enfoque principal de pesquisa são mortes e desaparecimentos ocorridos durante o regime de 64-85.

Serão investigadas, ainda, outras graves violações aos direitos humanos, como tortura, violência sexual, terrorismo de Estado, além das violações sofridas por grupos específicos, a exemplo dos trabalhadores rurais, sindicalistas, mulheres, indígenas e estrangeiros. 

O trabalho pretende efetivar o direito à memória e à verdade histórica na Bahia e contribuir para a promoção da reconciliação nacional, por meio da interlocução com a Comissão Nacional da Verdade. 

Na próxima semana, a Comissão se reúne para definir o plano de trabalho e metodologia das reuniões. A Comissão atuará em articulação permanente com outros colegiados existentes no âmbito do Executivo Federal, do Legislativo Estadual e das universidades públicas. 

MASSACRE DA JUVENTUDE BRASILEIRA.

Morte prematura de jovens custa R$ 79 bilhões por ano.

Mais de 53 mil pessoas são assassinadas por ano e as vítimas tornaram-se cada vez mais jovens. O perfil desses jovens, vítimas dos vários tipos de mortes violentas, é em sua maioria homens, pardos, com 4 a 7 anos de estudo, mortos nas vias públicas, por armas de fogo.


Esse é um dos dados que consta no estudo Custo da Juventude Perdida no Brasil, de autoria de Daniel Cerqueira, diretor de Estado, Instituições e Democracia do Ipea.

O estudo indica que a morte prematura de jovens devido às violências custa ao país cerca de R$ 79 bilhões a cada ano, que correspondente a 1,5% do PIB Nacional. Cerqueira alerta que não só mortes com armas de fogo foram dignas de destaque, a taxa de óbitos em acidentes de trânsito envolvendo jovens aumentou em 44,6% na última década.

Os resultados indicaram que a violência letal na juventude pode responder por uma perda de expectativa de vida ao nascer dos homens de até dois anos e sete meses, como é o caso em Alagoas, mas de, no máximo, quatro meses para as mulheres, conforme observado em Roraima.

A mortalidade violenta de jovens (entre 15 e 29 anos) no Brasil é um problema que veio se agravando nas últimas décadas, sobretudo no que diz respeito à letalidade ocasionada por homicídios e por acidentes de transporte.

No que se refere aos homicídios, a piora se deu em dois planos. Não apenas a letalidade aumentou ano a ano, mas as vítimas tornaram se gradativamente mais jovens. 


Este fenômeno pode ser observado no gráfico acima, em que as taxas de homicídio para cada idade aumentaram e as distribuições foram deslocadas para a esquerda. 

Com efeito, enquanto o máximo da taxa de homicídios por 100 mil habitantes cresceu 154% entre 1980 e 2010, quando passou de 27,7 para 70,6, a idade em que se alcançou essa taxa máxima de homicídio variou de 25 para 21 anos.

Fonte: Adital, com informações do Ipea e portal Vermelho

MPL EM AÇÃO, O GIGANTE CONTINUA ACORDADO!

Movimento Passe Livre realizará ato no CAB no próximo dia 23.


Como resultado da reunião deste domingo (14) no Passeio Público, no bairro do Campo Grande, o Movimento Passe Livre (MPL) de Salvador decidiu realizar um ato no dia 23 deste mês. A manifestação, marcada para as 8h, terá concentração no Monumento Luís Eduardo Magalhães, na Avenida Paralela, e pretende chegar até o Centro Administrativo da Bahia (CAB). Para Yuri Brito, coordenador do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal da Bahia (DCE/Ufba) e integrante do MPL, o grupo está mais organizado em relação às últimas ações. Segundo ele, apesar de algumas reivindicações já terem sido atendidas, a entidade não está satisfeita. “Essa discussão do Conselho Municipal de Transporte está muito rasa [veja aqui]", pontuou, em entrevista ao Bahia Notícias. Brito, a exemplo do colega Marcos Musse (veja aqui), também criticou a postura do presidente do Legislativo soteropolitano, Paulo Câmara (PSDB). “Ele diversas vezes respondia fora da hora da sua fala e fazia caras e bocas”, analisou. Contudo, na avaliação do ativista, o encontro entre o MPL e a Câmara foi positivo. “Os vereadores sentiram a pressão das ruas”, considerou. Quando questionado sobre a escolha do local do evento, Musse disse que ela se deu com o objetivo de “repudiar a ação violenta da Policia Militar do Estado” com os manifestantes, já que, segundo o estudante, “o CAB tem uma série de órgãos que têm a ver com as demandas”