segunda-feira, 30 de junho de 2014

ALDEIA MÃE DOS PATAXÓS

BARRA VELHA, O BERÇO DOS PATAXÓS.


A Aldeia de Barra Velha, reconhecida pelos Pataxó como o seu local de origem – onde todos nasceram e foram criados -, localiza-se nos limites meridionais do município de Porto Seguro, a menos de um quilômetro da costa, entre as embocaduras dos rios Caraíva e Corumbáu. O território delimitado pelos cursos destes dois rios pela costa atlântica a Leste, e pelo Monte Pascoal a Oeste – cerca de 20.000 hectares -, é tradicionalmente identificado pelos Pataxó como o seu território. O Monte Pascoal, além de se constituir num limite territorial, tem grande valor simbólico como marco de identidade étnica Pataxó.
Embora concentrados majoritariamente na Aldeia de Barra Velha tem ainda mais dois núcleos de povoamento. O mais antigo deles, o de Embiriba, está localizado cerca de 20 Km ao Norte de Barra Velha, também junto à costa, próximo à foz do Rio dos Frades, enquanto que o núcleo da Coroa Vermelha, a formação mais recente e estimulada pela atividade artesanal e pelo fluxo turístico, localiza-se à margem da rodovia que liga Porto Seguro a Santa Cruz de Cabrália, próximo a estas duas cidades.
O habitat dos Pataxó compreende uma área litorânea com ocorrência de mangues e terrenos arenosos junto à costa, e faixas de campo e floresta nas áreas mais interiores. O clima é tropical, quente e úmido.  
O povo identificado como Pataxó pelas diversas fontes históricas, vivia tradicionalmente em bandos, entre as bacias dos rios João Tiba e São Mateus, ao sul, e Pardo e Contas, ao norte, convivendo com um bom número de outras etnias. A sociedade brasileira através de suas frentes de expansão predominantemente agrícolas, alcança-os em épocas históricas diversas mas sempre de forma violenta, atingindo primeiramente os bandos situados mais ao sul, conforme permitem concluir os dados existentes. As diversas etnias dessa faixa territorial, tiveram como polo de atração a então Vila do Prado, seguindo uma estratégia usual do processo de colonização, uma prática que teria gradativamente provocado a redução das especificidades culturais daquelas etnias.

O aldeamento do povo Pataxó no sítio da atual Aldeia de Barra Velha data, segundo fontes históricas, de 1861, atendendo deliberação do governo da Província à época. Desde então, têm os Pataxó permanecido neste local, onde durante muito tempo mantiveram-se relativamente isolados da sociedade nacional, isolamento este que vem sendo crescentemente rompido nos últimos trinta anos.
O território tradicional dos Pataxó de Barra Velha passou, a partir de 1961, com a criação do Parque Nacional do Monte Pascoal, a ser objeto de disputa entre os índios e o IBDF (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal), tendo os primeiros enfrentado um longo período de privações provocado pela proibição de utilização econômica do seu próprio território, imposta por aquele órgão – situação que motivou uma grande dispersão dos Pataxó, compelidos a buscar meios de subsistência em outras áreas. O encaminhamento de uma solução para esse problema tem se prolongado por vinte anos, e, mais recentemente, a FUNAI e o IBDF chegaram a um acordo que descina aos Pataxó apenas 8.720 hectares dos 22.500 que compõem o Parque. Além de ser esta uma área extremamente reduzida para as necessidades da sociedade Pataxó, abrange, em sua maior parte, terrenos impróprios para a agricultura (brejos, faixas arenosas e campos), o que tem provocado grandes manifestações de insatisfação e revolta por parte dos Pataxó.

GOLPES NA DEMOCRACIA SOFRERÃO PUNIÇÕES.

Partidos serão punidos por candidaturas fictícias de mulheres para preencher cota.

Ministério Público Eleitoral alerta legendas que não serão admitidos registros fictícios de mulheres para atingir cota feminina exigida pelo TSE, além de outras práticas fraudulentas

Candidaturas fictícias de mulheres para preencher cota de gênero, de servidores públicos para garantir três meses de licença remunerada ou que apresentem gastos inexistentes ou votação ínfima serão consideradas fraudulentas. O alerta foi feito pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) por meio de uma recomendação expedida ontem. De acordo com o procurador regional eleitoral de Minas Gerais, Patrick Salgado Martins, chefe do MPE, as candidaturas fictícias são identificadas com gastos de campanha inexistentes ou irrisórios e votação ínfima. “Este ano, o Ministério Público Eleitoral estará especialmente atento a essa prática ilícita e fraudulenta”, afirma. 

A recomendação também alerta partidos e coligações para a falta de documentos para o registro. De acordo com a norma, neste pleito não será feita nenhuma diligência para suprir eventual lacuna nos pedidos de registro apresentados à Justiça Eleitoral, e os requerimentos incompletos serão imediatamente impugnados. Para contestar essa decisão, o candidato terá de contratar advogado e recorrer à Justiça Eleitoral. 

Um dos principais alvos da recomendação são as candidaturas fictícias apresentadas pelas agremiações partidárias apenas para alcançar os percentuais mínimos exigidos pela lei no que diz respeito à participação feminina, ou mesmo por parte de servidores públicos que não têm qualquer compromisso sério de se engajarem nas campanhas e só se candidatam para usufruir os três meses de licença remunerada. 

De acordo com a Lei das Eleições, cada partido ou coligação deve preencher, nas eleições proporcionais (deputado federal e estadual), o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. Como a maioria dos candidatos é do sexo masculino, esse percentual na prática é reservado às mulheres. Portanto, de acordo com a recomendação, os partidos políticos deverão obedecer fielmente o que diz a legislação eleitoral quanto ao percentual mínimo de 30% dos registros para candidaturas femininas. 

Patrick Salgado alerta que esse percentual deve ser cumprido durante todo o processo eleitoral, não apenas no ato do registro das candidaturas, e os partidos e coligações devem oferecer as mesmas condições e espaços políticos para as candidatas mulheres. “O que percebemos, em toda eleição, é que os partidos usam vários subterfúgios para se esquivar do cumprimento da cota feminina. Na maioria das vezes, fazem os cálculos com base no número abstrato previsto na Lei das Eleições, mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já decidiu que os percentuais legais devem levar em conta o número de registros de candidatura efetivamente requeridos.” 

DESISTÊNCIA Outra forma de burlar a lei está nas substituições de candidatos que ocorrem após o prazo do registro, quando as agremiações aproveitam para simular a desistência de candidatas mulheres, trocando-as por candidatos do sexo masculino. Este ano, segundo o alerta do MPE, qualquer tentativa de descumprimento da lei será objeto de impugnação. Para evitar esse tipo de fraude, o MPE vai exigir que todos os formulários de registro de candidatura sejam assinados pelas postulantes aos cargos de deputadas. 

Em relação à impugnação por documentação incompleta, o procurador afirma que partidos e coligações costumam adotar a prática, mesmo sabendo de antemão quais são os documentos exigidos por lei. “É uma postura negligente e até desrespeitosa, porque obriga a Justiça Eleitoral e o próprio Ministério Público a suprir a ineficiência dos partidos e dos próprios candidatos, verificando, página por página, cada um dos milhares de pedidos de registro que são apresentados no tribunal, no curtíssimo prazo que temos para impugnação, que é de 5 dias corridos”, diz
.

INFÂNCIA AMEAÇADA.

Criança indígena é encontrada amarrada em praça na Bahia


Uma criança indígena que aparenta ter cerca de três anos foi encontrada amarrada a uma estrutura de ferro, semelhante a uma barraca, na Praça da Bíblia, no centro de Teixeira de Freitas, no sul na Bahia, na manhã de terça-feira (24). De acordo com a polícia, moradores da região acharam o menino e acionaram a polícia, que chamou a Assistência Social e o Conselho Tutelar do município.
De acordo com a assistente social Sirlene Bernardina Silva, que acompanhou o caso, ao chegar ao local, a criança recebia ajuda de policiais militares e jornalistas. "Ela estava amarrada pelo pé e sendo cuidada por um policial e por uma repórter, que estava com ela no colo", relatou.
Moradores informaram que uma mulher indígena havia sido localizada no bairro de Timotão, bem distante de onde o menino foi achado, e identificada como a mãe do pequeno. Ela estaria jogada no chão de um campo de futebol, totalmente embriagada.
Os órgãos municipais envolvidos na ação tentaram contato com a mulher, mas não conseguiram entender o que ela dizia, por não falarem o idioma dela e pelo estado de embriaguez em que ela se encontrava.
Segundo Sirlene, a mulher e a criança fazem parte de um grupo de cerca de 50 indígenas que vagam pela região pedindo esmolas e bebendo. O grupo pertence à localidade de Machacalis, em Itanhém, próximo à divisa com Minas Gerais.

Ainda de acordo com Sirlene Silva, frequentemente é preciso mandar os índios de volta para seu local de origem, o que não é incumbência da entidade. Segundo ela, os órgãos responsánveis não se pronunciam sobre a situação.
"De manhã, nós já tínhamos reunido em um ônibus uns 50 indígenas para levá-los de volta ao destino deles. À tarde, me ligaram para dizer que havia outros na rua e essa criança amarrada. Os índios informaram que a mãe da criança que amarrou o filho saiu andando sem destino, alcoolizada", contou a assistente social.
"Isso é com frequência que ocorre, e sempre a assistência social tem que estar levando eles, sendo que não é nosso papel. Eles ficam completamente embriagados e não têm noção do estão fazendo, [são] quase seres irracionais, inocentes. Quando vamos levá-los, temos que esperar a boa-vontade deles e dá muito trabalho conseguir reuni-los, porque eles fogem. As crianças ficam ao relento. Nós deixamos de fazer o nosso serviço para ajudá-los, porque, afinal de contas, são seres humanos", destacou Sirlene.
Segundo a assistente social, cerca de 20 crianças vivem com o grupo, e não se sabe como nem por que os indígenas saem de sua região rumo a Teixeira de Freitas. Alguns deles dizem que chegam ao local pedindo carona, fato que gera desconfiança entre as autoridades.
O Conselho Tutelar da cidade, que também acompanhou a operação, informou que a criança e a mãe foram levadas de volta a seu local de origem, junto com o grupo. O caso foi registrado na polícia e será denunciado ao Ministério Público.
A Fundação Nacional do Índio (Funai) informa que índigenas daquela região têm o costume de fazer esse tipo de percurso. Antigamente, explica a Funai, as famílias faziam para colher frutos e sementes no caminho e que, com o crescimento da cidade, passaram a mendingar. Um projeto está em execução para fazer mapeamento da situação. Além disso, está sendo criado grupo de trabalho, com servidores da Fundação que falam o dialeto específico do local, na tentativa de manter o diálogo e chamar atenção aos perigos. Sobre a criança, a Funai informa que eles têm o entendimento de que, amarrando, ela não vai se perder.

POVO INDÍGENA EM PERIGO NOVAMENTE.

Urgente: Pistoleiros instalam Estado de sítio no oeste da Bahia


A região oeste da Bahia é formada pela união de 24 municípios, entre eles o município de Cocos, onde reside um grupo indígena Xakriabá. Os principais municípios são: Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e Santa Maria da Vitória.

Existe na região uma privilegiada bacia hidrográfica, com topografia plana e clima com estações definidas, o que tornou possível a expansão das lavouras de sequeiro e a implantação de projetos de irrigação, especialmente nos municípios de Barreiras e São Desidério.

A região oeste da Bahia fica à margem esquerda do rio São Francisco, banhada pelas bacias dos rios Grande, Preto, Corrente e Carinhanha, formada por 29 rios perenes. Geograficamente está inserida na região mais rica em recursos hídricos do Nordeste brasileiro. As bacias desses rios atingem 62.400 km² o que equivale a 82% das áreas dos cerrados do oeste baiano.

Nas duas últimas décadas, a região sofreu um grande assédio do agronegócio em busca de terra e água para o monocultivo de commodities agrícolas e desenvolvimento da pecuária para exportação, expulsando de lá os pequenos agricultores e populações tradicionais. A região tornou-se, então, a principal fronteira agrícola do estado da Bahia.

O município de Cocos, com cerca de 20 mil habitantes, se localiza a 684 km de Brasília e a 878 km de Salvador.

Nos últimos anos, as populações tradicionais (quilombolas, ribeirinhos e povos indígenas) têm se articulado para resistir ao ataque desta frente de expansão do agronegócio, que desconsidera totalmente a existência dessas populações. No município de Cocos, a ausência do Estado tem fortalecido grupos que atuam nos “gerais”, controlam a região e expulsam comunidades de suas terras sempre com o uso de milícias armadas. São rotineiras as denúncias feitas à Polícia Federal da prática de trabalho análogo à escravidão utilizada pelos fazendeiros da região, retornando ao período da Colônia, onde a lei do mais forte impera.

A comunidade indígena Xakriabá da Aldeia de Porcos, município de Cocos, há mais de quatro anos vem sendo atacada no intuito de demovê-los da ideia de se firmarem naquele território e lutarem em defesa de seus direitos.

Em 2014 esses ataques foram intensificados, deixando os indígenas isolados, sem acesso ao atendimento à saúde, principalmente as crianças, idosos e gestantes, que são os que mais sofrem com a falta de atendimento. Na aldeia, há pacientes hipertensos e mulheres grávidas que precisam de acompanhamento sistemático.

Com a imposição dos pistoleiros, as famílias também estão impossibilitadas de ter acesso à cidade de Cocos para realizar serviços básicos e necessários como o recebimento de benefícios e fazer compras. Os veículos que transportam os moradores até a zona urbana de Cocos estão proibidos pelos pistoleiros de transportar os indígenas mesmo que estes paguem pelo serviço. A comunidade indígena está localizada a 110 quilômetros da sede do município em uma área de difícil acesso.

As ações violentas contra a comunidade indígena Xakriabá de Porcos vêm sendo coordenadas localmente por um capataz de fazendas instaladas próximas à aldeia. O mesmo foi devidamente identificado e denunciado às autoridades policiais.

Em 2013, a comunidade indígena, com o apoio do Padre Albanir da Mata Souza, pároco da Paróquia de São Sebastião, da Diocese de Bom Jesus da Lapa, obteve um veículo, junto à Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), para atendimento à saúde, o que despertou a ira dos fazendeiros, que passaram, então, a ameaçar o Padre Albanir e a liderança indígena Divalci. Esse veículo está, atualmente, impedido pelos fazendeiros de entrar ou sair da aldeia. Albanir está também impedido pelos pistoleiros de celebrar missa em diversas áreas rurais do município sob ameaça de tocaia e morte. As ameaças ao religioso ocorrem diariamente. O mesmo já registrou boletins de ocorrências, identificando autores de ameaças, junto à Polícia Civil e junto ao Ministério Público Federal de Barreiras.

Em maio de 2014, a comunidade foi contemplada com a perfuração de um poço artesiano, mas as obras não foram concluídas devido ao ataque de pistoleiros. A prefeitura municipal foi impedida de realizar obras de melhoria das estradas que iriam facilitar a mobilidade rural e acesso à aldeia. Os funcionários da prefeitura também foram ameaçados pelo mesmo grupo de pistoleiros e fazendeiros e tiveram que suspender os trabalhos sob ameaça de que as máquinas doadas ao município pelo Governo Federal seriam incendiadas.

No dia 3 de junho, o veículo da Sesai, onde se encontrava a família do cacique, foi atacado por dois pistoleiros e obrigado a retornar para a aldeia indígena. Os autores do ataque foram identificados e denunciados. A tocaia à família do cacique ocorreu por volta das seis horas da manhã, quando a liderança seguia para a cidade de Cocos, e em seguida iria a Barreiras, onde seria recebida pelo procurador no Ministério Público Federal. A interceptação ocorreu de forma violenta e o motorista do veículo foi obrigado a retornar depois de ter percorrido cerca de 40 quilômetros em direção a Cocos.

Ao chegarem à aldeia indígena, o cacique foi cercado por aproximadamente 40 homens que o hostilizaram e comemoraram a sua captura. Os pistoleiros responsáveis pelo ataque foram ovacionados e recebidos com gritos e aplausos. Em seguida, um dos pistoleiros, também identificado, fez diversas ameaças ao cacique e informou-lhe que a partir daquele momento o carro da Sesai ou qualquer outro veículo que representasse órgãos de defesa e efetivação de direitos indígenas estavam proibidos de circular naquela localidade, e que, caso a sua ordem não fosse respeitada, os veículos que estivessem a serviço da comunidade seriam incendiados. Estes pistoleiros também foram denunciados junto ao MPF de Barreiras.

Sitiada e ameaçada, a comunidade indígena conseguiu contato com a Funai em Paulo Afonso, Bahia, e solicitou uma visita urgente à área, para exigir providências na proteção aos seus direitos.

No dia 19 de junho, a Coordenação Regional da Funai de Paulo Afonso se dirigiu até a aldeia de Porcos com vistas a averiguar a situação e buscar soluções para o conflito. No dia anterior surgiram boatos na região de que haveria um atentado contra a equipe da Funai e a ameaça se cumpriu. O fato ocorreu por volta de 18hs30min, quando os funcionários públicos retornavam da reunião ocorrida na Aldeia de Porcos. O veículo que conduzia a equipe federal foi alvejado por disparos de armas de fogo de grosso calibre.

A equipe de servidores da Funai compareceu à Polícia Civil de Cocos e registrou boletim de ocorrência. A perícia do veículo foi solicitada pelo coordenador regional da Funai de Paulo Afonso.

A situação e fatos vêm sendo denunciados aos órgãos competentes, mas nenhuma solução tem sido apontada ou executada até o presente momento. Famílias estão separadas em função do domínio que os pistoleiros exercem sobre as áreas que dão aceso à aldeia. Estão com o direito de ir e vir negado, vivem exiladas. Quem está na aldeia não pode sair e os que estão na cidade não podem retornar à aldeia.

Nesta região, como evidente, fazendeiros e pistoleiros instalaram um “Estado” à parte, onde o Estado brasileiro não se impõe e a violação de direitos de cidadãos é flagrante, cotidiana e permanente.

Manifestamos solidariedade aos Xakriabá da aldeia de Porcos, no município de Cocos, às comunidades tradicionais do oeste baiano, bem como, ao Padre Albanir da Mata Souza. Defendemos que se cumpra a Constituição reconhecendo e demarcando o território tradicional Xakriabá e a efetivação de seus direitos, inclusive o de ir e vir. Exortamos as autoridades e órgãos públicos para que restabeleçam o Estado de Direito na região, tomando medidas emergenciais e estruturantes para a proteção dos Xakriabá da aldeia de Porcos, das comunidades tradicionais e do Padre Albanir, que estão sob risco de vida e sendo desrespeitados em sua dignidade devido à ganância de latifundiários, representantes do agronegócio predatório.

Denunciamos o vínculo umbilical existente entre as ações destes fazendeiros e seus pistoleiros com os discursos de incitação ao crime, proferidos por parlamentares da Frente Parlamentar Agropecuária, e as pautas anti-indígenas defendidas pela bancada ruralista no Congresso Nacional, a exemplo das PECs 215/00, 237/13, 416/14 e do PLP 227/12.

terça-feira, 17 de junho de 2014

FIFA - Mais uma denúncia da Copa do Mundo

STEWARDS e suas más condições de trabalho

             Stewards são os vigilantes contratados por empresas de segurança que estão trabalhando nos estádios da Copa. Os "stewards" atuam como orientadores do público, ajudando a ocuparem os assentos corretos e impedindo o fechamento de saídas de emergência. Por partida, segundo as empresas, serão, ao menos, 800. 
                  

           Esses trabalhadores antes de iniciar a Copa já enfrentavam dificuldades, como a discussão relacionada ao valor a ser pago pela hora de trabalho. A FIFA não queria pagar o valor  condizente com os valores pagos pelos trabalhos de vigilante e segurança privada no Brasil.
                  Os desmandos da FIFA não param por ai, além de não receberem o devido pagamento pelo trabalho realizado, os Stewards tiveram que lidar com um condição de trabalho precária e sem apoio. Não havia alimentação e água disponível, locais para descanso ou uma cadeira para sentar nem pensar. 
                   A FIFA dá mais uma prova que seu compromisso com o nosso país é somente o "LUCRO", toda essa competição não passa de um negócio onde o objetivo é ganhar dinheiro. E nós trabalhadores, que fiquemos com o prejuízo.

domingo, 15 de junho de 2014

FEMINISMO SEM FRONTEIRAS.

Grupo feminista faz 'protesto poliglota' com cartazes em três idiomas no RS.


O grupo feminista Marcha Mundial das Mulheres espalhou cartazes em três idiomas próximo ao Beira-Rio
      Cartazes afixados em frente ao Beira Rio
O grupo feminista Marcha Mundial das Mulheres vai conseguir atingir mais do que os brasileiros em um protesto contra exploração sexual na Copa do Mundo. Nas cercanias do Beira-Rio, em Porto Alegre, seguidoras do movimento espalharam cartazes em português, espanhol e francês. Entretanto, as ações não visam manifestação mais forte durante o Mundial.
Através das redes sociais, o grupo organizou apoiadores em todas as cidades que receberão jogos da Copa do Mundo. Mas as atividades se encerram nesta quarta, véspera do primeiro jogo, e não irão atrapalhar o andamento do torneio.
Nos postes de luz próximos ao Beira-Rio, cartazes com frases contra exploração sexual atingirão mais do que apenas brasileiros. Franceses e argelinos poderão compreender os materiais em francês e os escritos em espanhol atingirão argentinos e hondurenhos. Além disso, há um número considerável de equatorianos na capital do Rio Grande do Sul, já que a seleção está treinando em Viamão, na região metropolitana.
"O mundo não é mercadoria. As mulheres também não" e "No mundial do capitalismo há turismo sexual" são alguns dos dizeres dos cartazes espalhados pelos postes, paredes de um posto de gasolina em reformas e também do novo corredor de ônibus da Avenida Padre Cacique, em frente ao Beira-Rio.
Porto Alegre receberá cinco jogos da Copa do Mundo, sendo quatro da primeira fase e um das oitavas de final. A estreia da cidade gaúcha ocorre no domingo com o duelo entre França e Honduras, às 16h.

O QUE A TV NÃO MOSTRA.


Índio fez protesto em campo durante cerimônia de abertura da Copa do Mundo




Ao final da cerimônia de abertura da Copa do Mundo, na tarde de ontem, um fato passou despercebido na transmissão oficial do evento: um pequeno indígena, que participou da apresentação, abriu um cartaz com a palavra “Demarcação”. A mensagem faz parte da campanha dos índios guaranis pela delimitação de novas terras indígenas.
No Facebook, a Comissão Guarani Yvirupa fez um post sobre o protesto.
- Nosso xondaro Wera aproveitando sua participação na abertura da Copa para deixar a público a pauta de todos os povos indígenas: demarcação já! - dizia o texto.



TRUCULÊNCIA SEM DISTINÇÃO.

Protestos contra Copa têm 18 detidos; argentinos levam spray de pimenta.

Protestos contra a Copa do Mundo em Belo Horizonte e Fortaleza tiveram pelo menos 18 detidos, enquanto no Rio de Janeiro a polícia dispersou torcedores argentinos com spray de pimenta.

O protesto em Belo Horizonte, onde neste sábado se enfrentaram Colômbia e Grécia, com a vitória de 3 a 0 dos sul-americanos, teve 15 pessoas detidas com coquetéis molotov, facas, garrafas de vinagre e máscaras, de acordo com fontes policiais.

O grupo de cerca de 200 pessoas queria chegar do centro da cidade até o Mineirão, onde era disputada a partida, mas a polícia o impediu, bloqueando as vias de acesso ao estádio.

Não foram registrados confrontos.

Também em Belo Horizonte a polícia deteve cinco peruanos e um colombiano que estavam roubando nas imediações do estádio.

Em Fortaleza, onde o Uruguai foi derrotado por 3 a 1 pela Costa Rica, cerca de cem manifestantes se aproximaram do estádio Castelão, em um protesto que terminou de forma pacífica, mas com três detidos.

Invasão de argentinos 
No Rio, cerca de mil argentinos fizeram a festa em Copacabana um dia antes da estreia de sua seleção contra a Bósnia Herzegovina no Maracanã.

A euforia dos torcedores alvicelestes acabou causando a interrupção do trânsito na Avenida Atlântica. A multidão foi dispersada pela polícia com spray de pimenta.

A confusão não estragou a festa e os 'hermanos' em Copacabana receberam até a "benção" de um homem fantasiado de papa Francisco.

O falso Papa saudava a multidão de um carro com uma réplica do troféu do Mundial nas mãos.

Os argentinos ainda provocaram os brasileiros, gritando que "Maradona é melhor do que Pelé!"

DIREITO DAS CRIANÇAS É VALORIZADO

CÂMARA DE SALVADOR APROVA PROJETO DE LEI PARA NOVA FORMAÇÃO DE PROFESSORES .

O Presidente da Comissão Especial de Defesa da Criança e do Adolescente, o vereador Hilton Coelho (PSOL) apresentou e conseguiu a aprovação pela Câmara Municipal de Salvador do projeto de lei que define a obrigatoriedade da introdução dos conteúdos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) na formação de professores da Rede Municipal de Ensino. "Objetivamos que tais conteúdos passem a compor currículo da educação fundamental para a generalização do conhecimento desses direitos na sociedade e possibilite novas condições para a defesa de uma vida digna e saudável para nossos adolescentes e crianças", afirma o vereador.
 
De acordo com o projeto aprovado fica a Prefeitura de Salvador obrigada a oferecer regularmente aos professores da rede municipal de ensino, programa de capacitação, a fim de proporcionar-lhes o conhecimento acerca dos direitos da criança e do adolescente, especialmente o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990).
 
Caberá à Secretaria de Educação do Município (Smed) elaborar a capacitação e incluí-la nos programas de formação continuada do corpo docente da rede municipal. É facultado à prefeitura a realização de parceria com entidades públicas ou privadas, estas sem fins lucrativos e com reconhecido trabalho na área de defesa dos direitos da criança e do adolescente, na elaboração e aplicação do curso. O programa de capacitação deve envolver professores de toda e qualquer disciplina do ensino fundamental, de forma que a temática do direito da criança e do adolescente seja ministrada, de forma transversal, no âmbito de todo o currículo escolar. 

ASSENTAMENTO RECEBE CASAS POPULARES E ESCOLA.

MST comemora inauguração de unidades habitacionais e escola em Santa Brígida


Políticas sociais voltadas à melhoria da qualidade de vida e acesso à educação já são realidade para mulheres trabalhadoras rurais, além de crianças, jovens e idosos do norte da Bahia. Em clima festivo foram entregues 80 unidades habitacionais e a Escola Estadual José Júlio dos Santos, neste sábado (14), no Assentamento Bom Jardim, localizado no município de Santa Brígida, a 424 km de Salvador. O evento contou com a presença dos beneficiários, lideranças da região e autoridades como a titular da Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres (SPM), Vera Lúcia Barbosa, e o superintendente do Instituto Nacional de Reforça Agrária (INCRA), Luiz Gugé, assim como o dirigente da Regional Nordeste do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Luis Carlos Santos.


A secretária da SPM disse que as iniciativas foram possibilitadas após demandas históricas do MST aos governos. “É um movimento que faz ocupação e organiza os trabalhadores porque defende uma bandeira maior, que é a reforma agrária”, afirmou Vera Lúcia Barbosa. O deputado federal Valmir Assunção (PT) destacou a importância da unidade pelo enfrentamento às desigualdades. “Precisamos da solidariedade dos companheiros, já que queremos construir uma nova vida. 

Temos que ser coletivos do ponto de vista da luta e da organização. Estamos disputando com o latifúndio e o agronegócio”, pontuou. O parlamentar ressaltou, ainda, os expressivos investimentos públicos na educação do país, como a criação de novas universidades, o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), cotas raciais, políticas de transferência de renda, entre outras medidas visando a ampliação das perspectivas de futuro e acesso aos bens de consumo para a população rural.




sábado, 14 de junho de 2014

VAI FALTAR GASOLINA

Trabalhadores de postos de combustíveis aprovam estado de greve


Convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia (Sinposba), a assembleia realizada na quinta-feira (12/06), no Posto Mataripe da Rodoviária de Salvador, aprovou estado de greve ao rejeitar a proposta de reajuste salarial de 5,81%, um domingo de folga no mês e redução do valor trabalhado de 60% para 20%, além do fim da periculosidade para quem trabalha nas lojas de conveniências e escritórios.



A mobilização contou com a presença dos dirigentes do Sinposba e da CTB Bahia, Rosa de Souza e Silvio Araújo, do vereador Everaldo Augusto (PCdoB) e de lideranças de outras categorias que foram declarar apoio a luta dos trabalhadores nesta campanha salarial.

Após três rodadas de negociações da Campanha Salarial 2014, entre o Sindicombustíveis e o Sinposba, não houve avanços e o patronato se recusa a discutir a pauta de reivindicações da categoria. No último dia 11, com a intermediação do Ministério Público do Trabalho, os empresários mantiveram a proposta inicial, apresentada na primeira reunião, realizada em 5 de maio, que não oferece ganhos reais para os trabalhadores.

A VERDADE APARECEU.

‘A falácia de que a Fifa geraria empregos foi desmascarada’, critica vereador em protesto


  Presente em protesto na praça do Campo Grande, em Salvador, na tarde desta sexta-feira (13), o vereador Hilton Coelho (PSOL) disse que sua participação na manifestação é justificada com três motivos: os altos gastos públicos com a Copa do Mundo, o que chama de “faxina étnica” com moradores de rua na região da Arena Fonte Nova e a suposta queda de emprego com o advento do torneio. Segundo o socialista, a Comissão de Reparação da Câmara Municipal já acompanha as acusações contra a prefeitura, acionada pela Defensoria Pública sobre os supostos excessos praticados na retirada de pessoas em situação de rua do entorno do estádio. Ele também argumenta que o prometido crescimento da oportunidade de emprego com o Mundial não aconteceu. ”A falácia de que a Fifa geraria empregos foi desmascarada”, criticou. De acordo com o vereador do PSOL, os pequenos empresários sofrem com queda de vendas no mesmo momento em que pagam reajuste do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). Já sobre o investimento gasto com o torneio, Hilton defende que seja realizada auditoria específica tanto nas contas da prefeitura quanto do governo estadual

CERCO AO ATIVISMO DURANTE A COPA.

Após prisão, ativista Sininho é indiciada por incitação à violência

Após prisão, ativista Sininho é indiciada por incitação à violência

Elisa de Quadros Sanzi, a ativista Sininho, foi indiciada por incitação à violência no inquérito da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), nesta sexta-feira (13), segundo seu advogado, Marino D'Icarahy. Na última quarta (11), Sininho foi presa com outros nove ativistas por um desdobramento de uma investigação da DRCI que apura a responsabilidade por atos violentos em protestos ocorridos no ano passado no Rio de Janeiro, de acordo com a Polícia Civil. D'Icarahy afirmou que não foi possível ter acesso a todo o processo. “Soube apenas por informação verbal do delegado, que ela estaria indiciada por incitação a atos violentos. Mas eu perguntei em função de que? Ninguém sabe responder", disse o advogado.

ECONOMIA SOLIDÁRIA EM CONQUISTA

Conquista: Feira de economia solidária junina vai até dia 24

Conquista: Feira de economia solidária junina vai até dia 24
 
   A tradicional Feira de Economia Solidária Junina de Vitória da Conquista, sudoeste do estado, vai até o dia 24 de junho. O evento ocorre em três espaços da cidade: na Praça 9 de Novembro, Praça Barão do Rio Branco e no Centro Cultural Glauber Rocha Educação e Cultura. De acordo com o Blog do Anderson, a Feira deve beneficiar diretamente mais de 150 famílias que podem vender produtos, artesanais e alimentícios. O evento tem parceria do poder público municipal e de organizações de economia solidária da região, como o Grupo de Economia Popular (GEP), a Associação de Economia Popular e Solidária (AEPS), a Associação Solidária de Pequenos Empreendedores Conquistenses (ASPEC), e a Associação de Artesanato Conquistense (AAC).

sexta-feira, 13 de junho de 2014

BRASIL, PAÍS DE ÍNDIO.

LOCAIS DIFERENTES, PROBLEMAS IGUAIS. ISSO É BAHIA, ISSO É BRASIL.


     No estado da Bahia as várias etnias indígenas, primeiros habitantes desta bela terra vivem dilemas iguais. Não obstante já estarem no país quando da chegada dos portugueses continuam, ainda hoje, a receber o mesmo tratamento de 514 anos atrás. Sua presença é solenemente ignorada pelo poder dominante, é quase como se não existissem. Não recebem a consideração devida como povo. São bem vistos quando, em suas aldeias, fazem suas danças típicas, cujo exotismo agrada aos turistas. 
   Quanto a receberem os direitos básicos, comuns aos outros cidadãos, são considerados indesejados, como povo sem voz e sem nenhum direito, nem à posse da terra, nem à saúde de qualidade, nem à uma educação digna. O estado brasileiro trata o indígena como um sub-povo, negando aos primeiros habitantes do Brasil o direito de evoluir e de, mantendo intactas suas tradições, ascender socialmente, direito básico de todos os seres humanos.
   No extremo sul da Bahia os índios da etnia Pataxó, primeiros a terem contato com os portugueses por ocasião do descobrimento, vivem e lutam e busca do simples reconhecimento de sua existência como povo. Povo esse que tem uma cultura, um conhecimento ancestral passado de geração para geração, povo que vive ainda em comunhão com a natureza e que não tem o devido reconhecimento por parte do estado brasileiro.
   Vivendo em pequenas aldeias, os Pataxó trazem a alegria para os visitantes das belas cidades de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, ambas no extremo sul da Bahia. Artesãos habilidosos, fazem belíssimas peças de artesanato indígena, que são vendidas à beira da estrada que liga as duas cidades, nas aldeias e em quiosques destinados ao comércio desses trabalhos.
   Mas é nas aldeias que se vê a cultura indígena em sua forma natural. Visitamos a aldeia Nova Coroa, às margens da BR 367 e pudemos conhecer um pouco mais da cultura daquele povo que, como seus parentes Tupinambás, luta ainda pela demarcação de seu território tradicional, vivendo, enquanto isso, sobressaltado e sem poder ter fé em um futuro tranquilo em sua terra.

   O cacique Sinaldo, de nome indígena Piki Pataxó, fala que não existe repartição pública do estado da Bahia ou do próprio Distrito Federal que não tenha recebido documentos com as demandas dos indígenas no que se refere a demarcação de seus territórios, a aldeia Nova Coroa está em processo de demarcação desde 2007 e, até agora, nada de solução.

   Assim é o respeito que o Brasil tem por seus povos indígenas, protelando uma solução por medo de tomar decisões, causando incerteza e mortes nos conflitos entre indígenas e fazendeiros, não apenas no extremo sul, mas em toda a Bahia e em todo o Brasil. Será que  nossas autoridades desconhecem as responsabilidades que lhes cabem, ou será omissão mesmo?
   Esperamos que seja encontrada logo uma solução para que não ocorra mais violência contra os índios, pois, desde 1500, eles são tratados como um povo sem voz, que ninguém houve. Isso precisa mudar, nosso país precisa respeitar aqueles que já estavam aqui e perderam tudo quando os portugueses chegaram, inclusive sua dignidade, recuperada lentamente ano a ano. O índio é a raiz do povo brasileiro e deve ser tratado com muito respeito.
Cacique Sinaldo, líder da aldeia pataxó Nova Coroa.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

ALUNOS, CUIDADO!

Estudante é assaltada dentro de micro-ônibus exclusivo da Ufba


Estudante é assaltada dentro de micro-ônibus exclusivo da Ufba

   Uma estudante da Universidade Federal da Bahia (Ufba) foi assaltada, por volta do meio dia desta segunda-feira (9), dentro de um micro-ônibus do sistema Buzufba, de transporte exclusivo para alunos da instituição. A vítima, que não teve o nome divulgado, foi rendida quando o veículo, da linha B3, passava pela região do Campo Grande. Segundo testemunhas, o suspeito estava armado e roubou o celular da mulher. Por meio de redes sociais, estudantes reclamaram da falta de controle de acesso aos ônibus do Buzufba. "Temos que exigir melhorias do serviço a esse reitor. Um controle de acesso, tipo um cartão. Nem que seja com catracas", escreveu um aluno. A orientação da universidade é que os motoristas chequem os comprovantes de matrícula dos passageiros, mas, de acordo com usuários do sistema, a medida não é cumprida. Este foi o segundo assalto ocorrido dentro de um micro-ônibus da Ufba neste ano. Em janeiro, dois homens renderam um grupo de pelo menos 10 estudantes, roubaram celulares e dinheiro. O crime aconteceu no ponto de ônibus em frente à Reitoria da instituição, no Canela.  

LUTA QUILOMBOLA.

Comunidade quilombola de Ilha de Maré faz reivindicação na Câmara


Denúncias sobre o aumento da poluição em Ilha de Maré, acompanhadas de reivindicações para melhorar a localidade, marcaram a audiência pública da Comissão de Reparação da Câmara com a comunidade quilombola desta localidade que pertence ao município de Salvador e fica na parte central da Baía de Todos os Santos. O debate dirigido pelo vereador Silvio Humberto (PSB), na manhã desta sexta-feira (6), no auditório do Edifício Bahia Center, que deu vez e voz para os pescadores quilombolas relatarem seus problemas.
“Estamos aqui para ouvir as reivindicações, atuando como ponte e concentrando esforços para que a prefeitura abra um canal de diálogo e atenda as demandas aqui apresentadas”, destacou o vereador Silvio Humberto. Ele dedicou a maior parte do tempo da audiência pública para que a comunidade quilombola de pescadores e marisqueiras de Ilha de Maré e regiões vinhas expusesse suas demandas.
Integrante do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais do Brasil, Marizélia Lopes fez sérias denúncias sobre a poluição das águas marinhas de onde centenas de famílias retiram o sustento. Segundo ela, por conta de acidentes com vazamento de produtos químicos no Porto de Aratu e na Refinaria Landulpho Alves, “milhares de vidas correm perigo por conta da contaminação dos pescados”.
Alerta
Marizélia alertou para os vazamentos de propeno, metano, arsênio e óleo, acrescentando a contaminação dos mariscos e pessoas com chumbo, cádmio e mercúrio. Também sugeriu a realização de exames médicos nos moradores de Ilha de Maré para medir o nível de contaminação. “Moramos dentro de um pólo químico”, considerou.
Além das denúncias, a representante da comunidade apresentou várias reivindicações em documento repassado aos vereadores Silvio Humberto e Hilton Coelho (PSOL). Vendo o pleito como direito e não favor, os moradores pediram escola de segundo grau, curso de capacitação, posto de saúde, creche, estrada interligando as comunidades, saneamento básico para evitar que a rede de esgoto seja ligada diretamente à praia, contaminado-a, melhorias na iluminação, dentre outras demandas.
Na compreensão de Marizélia, existe um “racismo institucional” contra as comunidades quilombolas. Ela encerrou a longa exposição chorando e frisando que “não estava pedindo nenhum favor, mas lutando para a garantia de direitos”.
Respostas
As palavras de Marizélia foram reforçadas pelos demais quilombolas, a exemplo de Elionice Sacramento, que defendeu um pacto de união para que as reivindicações sejam atendidas. Para Vilma Reis, a audiência pública que estava sendo realizada não poderia ficar sem respostas dos governantes. “São 10 mil pessoas que não ficarão em silêncio”, frisou, apontando também para outras mobilizações previstas.
Enquanto acontecia o debate público centrado em denúncias de poluição e demandas para Ilha de Maré, do lado de fora do anexo Bahia Center, na Rua Rui Barbosa, por conta da capacidade do auditório ter atingido o limite máximo, uma parte do grupo de pescadores quilombolas manteve a mobilização tocando sambas, canções de protesto e gritando palavras de ordem.
Participaram da mesa de trabalho da audiência pública, além dos vereadores Silvio Humberto e Hilton Coelho e de Marizélia Lopes, os representantes do governo estadual e prefeitura Eduardo Santana, Antônio Purificação, Gilberto Almeida, Joana D’arc, Rafael Cordeiro e Sônia Mota.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

FINALMENTE UMA OPÇÃO DE TRANSPORTE.

Após 14 anos, Metrô de Salvador entra em operação na quarta-feira


O Metrô de Salvador, em construção há 14 anos (2000-2014), entrará, finalmente, em operação na próxima quarta-feira (11/6), véspera da estreia da Copa do Mundo no Brasil, depois que o Governo do Estado assumiu as obras, no ano passado. O governador Jaques Wagner esteve nas estações do Acesso Norte do Metrô, na manhã desta quinta-feira (5), para testar o funcionamento dos trens e garantiu que está tudo pronto para os trens andarem de vez.




"É uma sensação de alegria, dever cumprido e orgulho muito grande. Eu acho que todo o povo de Salvador vai se orgulhar. O poder público estava com essa dívida há mais de 14 anos", afirmou o governador, através da assessoria. Wagner usou o transporte, visitando vagões e cabine de comando.

Na quarta-feira, a operação será em fase experimental, no trecho Lapa-Retiro (Lapa-Brotas-Campo da Pólvora - Acesso Norte - Retiro), com funcionamento gratuito, de segunda a sexta-feira, de 12h às 16h. Segundo a Secretaria de Comunicação do Governo (Secom), a experimentação seguirá até o mês de setembro e, após esse período, o serviço será ampliado até chegar ao atendimento pleno.

A fase experimental servirá, ainda segundo a Secom, para que a população da cidade se familiarize com o transporte e para que a CCR Metrô Bahia, empresa concessionária que opera o modal, realize os últimos ajustes. A capacidade máxima de passageiros por trem é de 200 passageiros sentados e 800 em pé.

Com expectativa de entrega para janeiro de 2015, as estações do Bom Juá e Pirajá finalizam a Linha 1 do metrô, que contou com investimento de R$ 8,7 milhões. A previsão é que, até abril de 2017, a população já tenha todo o sistema metroviário funcionando em Salvador, ainda segundo a Secretaria de Comunicação, quando ficará pronta a Linha 2, que irá até o aeroporto.

RECONHECIMENTO DE TERRITÓRIO TRADICIONAL QUILOMBOLA.

Justiça manda Incra publicar estudo que define território como quilombola

Relatório sobre "Rio dos Macacos" deve ser divulgado em 30 dias.
Documento deve ser usado para processo de demarcação de terras.



A Justiça determinou prazo de 30 dias para a divulgação do relatório técnico que considerou a comunidade do Rio dos Macacos, perto da Base Naval de Aratu da Barragem, em Simões Filho, território quilombola. O estudo, que foi concluído no ano de 2012 pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ainda não foi publicado oficialmente em edital.
A decisão da juíza federal Arali Duarte, da 1ª Vara Federal de Salvador, divulgada nesta quinta-feira (5), foi motivada por uma ação civil pública ajuizada em conjunto pela Defensoria Pública da União na Bahia (DPU-BA) e pelo Ministério Público Federal. A DPU informa que a União não foi notificada até o momento. 
A comunidade disputa posse de terra com a Marinha. De acordo com o DPU, que defende os moradores do quilombo, a publicação do estudo é necessário para a análise de órgãos como Fundação Palmares, Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional (Iphan) e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Na avaliação da Defensoria, não há motivo que justifique a paralisação do processo por tempo indefinido, tendo em vista o tempo longo que ainda vai levar o processo administrativo para depois ser feita a delimitação, demarcação e a titulação das terras.
O defensor Átila Ribeiro Dias afirma que a paralisação do processo contribui para acirrar os conflitos entre a Marinha e a comunidade. A DPU explica que o relatório é indispensável e foi solicitada pelo Rio dos Macacos em novembro de 2011.
Na pesquisa de campo, realizada por uma equipe multidisciplinar, ocorreram etapas como reuniões, visitas e entrevistas com moradores, reconhecimento e mapeamento dos lugares relevantes para vida passada e presente da população dentro do território.
A DPU ainda diz que o relatório já tinha sido enviado para publicação em edital por duas vezes consecutivas, o que não aconteceu. “Se o relatório tivesse sido publicado logo após a sua conclusão em 2012 e todos os outros atos tivessem sido realizados nos prazos determinados, o processo poderia já ter sido concluído. Se decidido pela titularidade das terras à comunidade, os títulos de propriedade já teriam sido emitidos”, disse Dias.
Em maio, o MPF/BA intermediou nova rodada de negociação entre a comunidade quilombola Rio dos Macacos e o Governo Federal, terminou mais uma vez sem acordo.
Conflito e tentativa de negociação
Os quilombolas reivindicam a integração da comunidade, a preservação dos sítios sagrados, como os terreiros de Candomblé, além de maior número de terras para o desenvolvimento da agricultura e o uso compartilhado da barragem de água existente no local, sob administração da Marinha.

Em relação ao território de 300 hectares ocupado pela comunidade, os representantes disseram estar dispostos a abrir mão de cerca de 22 hectares, localizados no entorno da Vila Militar, e da barragem. Os quiliombolas reforçaram a impossibilidade de se adequar à proposta feita pelo Governo, que reduziria a área para 86 hectares..

Informações do G1 Bahia

quarta-feira, 4 de junho de 2014

ESQUERDA MOBILIZADA. OU SE MOBILIZANDO.

Eleições presidenciais e o papel do esquerdismo.


   É tarefa das forças populares propagandear o que realmente está em jogo no Brasil e na América Latina. A disputa com as forças neoliberais nas eleições de 2014 será acirrada.

As forças populares devem cul­tivar uma concepção ampla da luta de classes. Isto coloca o desafio de reafir­mar uma estratégia revolucionária e, ao mesmo tempo, combinar firmeza ideológica com flexibilidade na tática. O ponto de partida certamente é fazer a análise concreta da situação concre­ta e aprender com o legado histórico das lutas e revoluções populares.
Uma concepção ampla da luta polí­tica significa reconhecer que a arena da luta de classes se caracteriza por três dimensões: a luta social, ideoló­gica e institucional. Um projeto po­lítico de natureza democrática e po­pular deve combinar as três dimen­sões para avançar na construção de hegemonia na sociedade. Além dis­so, como em última instância a polí­tica é definida pelo fator força social de massas, a luta ideológica e a luta institucional devem estar subordina­das à luta social. Ou seja, a batalha de ideias e a disputa das instituições da sociedade burguesa só fazem sentido na perspectiva do fortalecimento das lutas populares e, consequentemente, na construção de uma força social de massas. Atualmente esse desafio está colocado no Brasil.
Estamos diante de uma conjuntura em que as eleições presidenciais, en­quanto parte da luta institucional, ga­nha extrema importância. Diante do atual cenário eleitoral, ainda encon­tramos posições esquerdistas em se­tores da esquerda brasileira. O con­teúdo do esquerdismo reside em ig­norar a correlação de forças da luta política no Brasil e na América Lati­na. Para definir sua posição eleitoral, dá-se centralidade aos limites e equí­vocos do governo Dilma e se ignora o retrocesso que significaria para as conquistas populares obtidas nos úl­timos 11 anos em uma eventual vitó­ria das forças neoliberais nas eleições presidenciais de 2014.
O esquerdismo ignora que as expe­riências de governos progressistas e populares, como é o caso da Venezue­la, da Bolívia e do Equador, e mes­mo Cuba têm o governo Dilma como importante ponto de apoio. Ignoram que uma derrota de Dilma nas elei­ções de 2014 abre a possibilidade de alteração na correlação de forças na América Latina e, consequentemente, restauração das forças neoliberais.
Por isso, para serem condizentes com uma análise concreta de uma si­tuação concreta, os partidos de es­querda sem o mínimo de peso eleito­ral, que não conseguem enraizar sua mensagem programática e nem con­tribuir para o avanço da consciência de classe das massas populares du­rante as eleições deveriam estar for­talecendo a candidatura de Dilma, mesmo sabendo que o neodesenvol­vimentismo em curso não é uma al­ternativa popular.
O esquerdismo também se expres­sa nas posições vacilantes de intelec­tuais da academia que subordinam a correlação de forças na luta política à sua suposta “fidelidade” ao marxis­mo. Preferem dormir com sua consci­ência tranquila a votar no PT. São al­guns poucos professores e estudantes que têm uma concepção homogênea das classes sociais e do Estado. Não conseguem identificar frações de clas­ses e seus diversos interesses em tor­no do governo Dilma. Não compreen­dem o retrocesso que seria as forças neoliberais retomarem o controle do Poder Executivo federal. São, na ver­dade, intelectualmente fracos e culti­vam um doutrinarismo que expulsa a dialética do pensamento de Marx.
Também é comum o esquerdismo se expressar através do abstencionis­mo eleitoral. Isso não é novo ao longo da história das lutas populares. Lênin derrotou o abstencionismo na nas­cente Terceira Internacional quando o agrupamento italiano liderado por Amadeo Bordiga defendia que os par­tidos comunistas não disputassem o parlamento. Lênin argumentou que, se um comunista não consegue par­ticipar das eleições burguesas man­tendo seus princípios não é digno de ser chamado de comunista. Num tex­to épico, Lênin afirma que alianças e compromissos, inclusive com setores burgueses, perpassam toda a história do bolchevismo.
O certo mesmo é que estas con­cepções esquerdistas não estão no seio do povo brasileiro que se benefi­cia das conquistas populares dos úl­timos 11 anos. É tarefa das forças po­pulares propagandear o que real­mente está em jogo no Brasil e na América Latina. A disputa com as forças neoliberais nas eleições de 2014 será acirrada. O esquerdismo, isolado e pregando no deserto, de al­guma forma, jogará água no moinho da restauração neoliberal.

DEFENDENDO O CAPITAL E O IMPERIALISMO

Em ensaio para Copa, Exército ocupa as  ruas de Salvador.



Homens das Forças Armadas que estão na Bahia para reforçar a segurança para a Copa do Mundo fazem uma operação-teste nesta quarta-feira (4). O treino começou às 9h, no Pelourinho, onde as tropas realizam rondas até às 16h. Ao longo do dia, embarcações da Marinha patrulham a Baía de Todos-os-Santos. O exercício em alto-mar inclui até mesmo abordagem a navio suspeito. Já na Arena Fonte Nova, os oficiais participam de simulação de confinamento e tomada de reféns, com direito a robô para desarmar artefato explosivo. Também será simulado ataque com elemento Químico, Biológico, Radiológicos e Nuclear (QBRN), ação que contará com uma equipe especial de 110 fuzileiros navais do Rio de Janeiro. Ainda serão feitas encenações de evacuação médica e controle das vias do entorno ao estádio.
A FIFA estará bem defendida durante sua copa do mundo.

CERB EM GREVE.

Funcionários da Cerb entram em greve por tempo indeterminado.


   Os funcionários da Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos da Bahia (Cerb) entram em greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (4). A paralisação atinge empregados das áreas urbanas e rurais. A suspensão dos trabalhos afeta obras de perfuração de poços artesianos e implantação de sistemas de abastecimento de água. Os profissionais protestam contra o atraso na implantação do novo plano de cargos e salários, prometido pela empresa para abril. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente da Bahia (Sindae), a categoria se reunirá em assembleia na sexta (6), às 9h, diante da sede da Cerb, no Centro Administrativo da Bahia.