Um grupo de moradores do bairro do Rio Vermelho, em
Salvador, organizou uma manifestação para o próximo sábado (18) para
pedir a abertura do projeto de requalificação do local e a suspensão temporária das obras tocadas pela prefeitura.
O ato, que ocorrerá a partir das 9h na Rua Fonte do Boi, foi marcado
pelo Facebook e já conta com milhares de convidados com ao menos 500
confirmados. Segundo a integrante do grupo Rio Vermelho em Ação, Rafaela
Uchoa, o movimento começou após diversos moradores chegarem à conclusão
de que não sabiam detalhes do que foi proposto pela gestão municipal.
“Começamos a fazer reuniões periódicas e, na semana passada, chegamos à
conclusão de que seria necessário um ato para pedir uma audiência
pública que apresente o projeto e para que ele seja paralisado. A
maioria dos moradores não está satisfeito”, disse Rafaela, em entrevista
ao Bahia Notícias. Entre os pontos de divergência, estão as mudanças no
Mercado do Peixe, a priorização da orla e a retirada das árvores do
bairro. “Nós discordamos dos quiosques de luxo e do heliponto.
Não tem nada a ver com a proposta do bairro ou do mercado. E a gente
não quer perder as árvores, pelo contrário! Eles dizem que não vão
tirar, mas algumas estão ameaçadas pelas próprias obras, que cavam perto
da raiz”, criticou.
Bairro terá piso compartilhado e heliponto | Foto: Divulgação / Agecom
Rafaela contesta, ainda, a alegação da prefeitura e da
Associação de Moradores e Amigos do Rio Vermelho (Amarv) de que houve
conversa com os moradores antes de se definirem os detalhes da
requalificação. “Não teve participação, apesar de a Amarv dizer que
estão em reunião há três anos. Não adianta apresentar para um grupo de
15 pessoas, quando o bairro tem mais de 33 mil moradores”, aponta.
Apesar de não concordar com todas as pautas apresentadas pelo grupo, o
membro da Associação de Moradores e Amigos da Fonte do Boi, Jorge Silva,
concorda que há problemas com o projeto, mas nega que não houve espaço
de participação. “Falei para as pessoas que a gente vem participando
desde o início. Se tivessem acompanhado tudo antes, agora o problema
estaria menor”, confessou. Ainda assim, ele diz que algumas alterações
foram informadas “de última hora” e podem ter um impacto negativo no Rio
Vermelho. “Agora veio a informação de que eles querem fazer uma
bifurcação e trazer o esgoto para jogar na prainha na Fonte. Tem que
fazer uma avaliação maior, aproveitar a prainha, que é usada pelos
moradores e pelos turistas, para não fazer que nem fizeram na praça da
Paciência. Eles dizem que é rede pluvial, vão jogar esgoto e vai ser a
mesma coisa”, alertou. Além disso, Silva destacou a questão da Zona
Azul, que pode ser definida no bairro. “Tem muita coisa ventilada.
Querem cobrar Zona Azul aqui. Aí vem uma visita e vai ter que pagar pra
estacionar? Os comerciantes também podem ser afetados”, conclui.
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