segunda-feira, 20 de julho de 2015

Grupo prepara manifestação por paralisação de obras no Rio Vermelho

Grupo prepara manifestação por paralisação de obras no Rio Vermelho
Um grupo de moradores do bairro do Rio Vermelho, em Salvador, organizou uma manifestação para o próximo sábado (18) para pedir a abertura do projeto de requalificação do local e a suspensão temporária das obras tocadas pela prefeitura. O ato, que ocorrerá a partir das 9h na Rua Fonte do Boi, foi marcado pelo Facebook e já conta com milhares de convidados com ao menos 500 confirmados. Segundo a integrante do grupo Rio Vermelho em Ação, Rafaela Uchoa, o movimento começou após diversos moradores chegarem à conclusão de que não sabiam detalhes do que foi proposto pela gestão municipal. “Começamos a fazer reuniões periódicas e, na semana passada, chegamos à conclusão de que seria necessário um ato para pedir uma audiência pública que apresente o projeto e para que ele seja paralisado. A maioria dos moradores não está satisfeito”, disse Rafaela, em entrevista ao Bahia Notícias. Entre os pontos de divergência, estão as mudanças no Mercado do Peixe, a priorização da orla e a retirada das árvores do bairro. “Nós discordamos dos quiosques de luxo e do heliponto. Não tem nada a ver com a proposta do bairro ou do mercado. E a gente não quer perder as árvores, pelo contrário! Eles dizem que não vão tirar, mas algumas estão ameaçadas pelas próprias obras, que cavam perto da raiz”, criticou. 
 

Bairro terá piso compartilhado e heliponto | Foto: Divulgação / Agecom
Rafaela contesta, ainda, a alegação da prefeitura e da Associação de Moradores e Amigos do Rio Vermelho (Amarv) de que houve conversa com os moradores antes de se definirem os detalhes da requalificação. “Não teve participação, apesar de a Amarv dizer que estão em reunião há três anos. Não adianta apresentar para um grupo de 15 pessoas, quando o bairro tem mais de 33 mil moradores”, aponta. Apesar de não concordar com todas as pautas apresentadas pelo grupo, o membro da Associação de Moradores e Amigos da Fonte do Boi, Jorge Silva, concorda que há problemas com o projeto, mas nega que não houve espaço de participação. “Falei para as pessoas que a gente vem participando desde o início. Se tivessem acompanhado tudo antes, agora o problema estaria menor”, confessou. Ainda assim, ele diz que algumas alterações foram informadas “de última hora” e podem ter um impacto negativo no Rio Vermelho. “Agora veio a informação de que eles querem fazer uma bifurcação e trazer o esgoto para jogar na prainha na Fonte. Tem que fazer uma avaliação maior, aproveitar a prainha, que é usada pelos moradores e pelos turistas, para não fazer que nem fizeram na praça da Paciência. Eles dizem que é rede pluvial, vão jogar esgoto e vai ser a mesma coisa”, alertou. Além disso, Silva destacou a questão da Zona Azul, que pode ser definida no bairro. “Tem muita coisa ventilada. Querem cobrar Zona Azul aqui. Aí vem uma visita e vai ter que pagar pra estacionar? Os comerciantes também podem ser afetados”, conclui.

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