segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Apib classifica governo Dilma como anti-indígena e denuncia desmonte da Funai

Frente aos mais recentes acontecimentos envolvendo a política indigenista, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) divulgou nesta quinta-feira, 25, um manifesto denunciando o que chama de “graves retrocessos” em relação aos direitos dos povos indígenas. 

O tom da nota é de revolta e classifica o governo de Dilma Rousseff como anti-indígena. Os poderes Legislativo e Judiciário, formando a trinca colonial do Estado ao lado do Executivo, também foram alvos de crítica pela Apib – caso da cruzada da bancada ruralista contra a garantia constitucional de demarcação das terras tradicionais. 

Para a organização, o ano de 2016 começa apresentando ainda mais atos de violações do Estado contra os povos indígenas. Os recentes cortes orçamentários da Fundação Nacional do Índio (Funai), de acordo com a nota, farão com que os povos indígenas paguem a conta da crise econômica com seus direitos territoriais sublimados.  

“A garantia dos direitos dos povos indígenas reconhecidos pela Constituição Federal e Tratados Internacionais que revogaram a ideologia do assimilacionismo é responsabilidade de todo o Estado. Por isso preocupa a ofensiva sistemática promovida principalmente pelo Legislativo e Executivo”, diz trecho do manifesto.

Índio do Sul da Bahia Protestam em Brasília por Demarcação de terra

Índios Pataxós fazem uma passeata pela cúpula dos povos
Lideranças dos povos Pataxó e Tupinambá do extremo sul da Bahia fizeram um protesto, quarta-feira (24), na Praça dos Três Poderes, em Brasília, para chamar a atenção para problemas ligados à demarcação de terras indígenas.

“Estamos aqui reivindicando principalmente questões territoriais da nossa aldeia”, disse a cacique Cátia Tupinambá, uma das cerca de 50 indígenas que participaram da manifestação. Segundo a líder, a questão territorial vem preocupando as populações indígenas. “A paralisação nas demarcações das terras indígenas é uma das nossas principais preocupações.”

No protesto, os indígenas reforçaram posição contrária à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que tira do Poder Executivo a prerrogativa de decidir sobre a demarcação de terras indígenas e remanescentes de quilombos. Pela proposta, caberá ao Congresso Nacional a palavra final nos processos.

“Nosso objetivo é fazer uma reivindicação ao governo federal para a demarcação de terras indígenas no Brasil, porque nos últimos governos está havendo um retrocesso da política indigenista brasileira, inclusive com medidas legislativas, através da PEC 215. A gente vê que a bancada ruralista está bastante forte, os interesses dos ruralistas, dos latifundiários e dos grileiros de terras estão falando mais alto que a Justiça”, disse o cacique Aruã Pataxó.

Além da questão territorial, os indígenas também cobraram na manifestação de hoje o fortalecimento da Funai (Fundação Nacional do Índio). Segundo o cacique pataxó, a instituição está fragilizada devido a cortes provocados pela crise econômica.

“Vários órgãos e ministérios estão extinguindo cargos. No Ministério da Justiça foram 173 – 114 deles na Funai –  então, você vê que estão querendo acabar com a Funai. Têm várias outras instituições no ministério e estes cargos poderiam sair de outra instituição e não da Funai” disse.

Questão indígena no STF
Após a manifestação, os índiosforam ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde entregaram uma carta nos gabinetes dos ministros da Corte. O documento lista demandas sobre a PEC 215, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação da Funai e a tese jurídica do marco temporal para demarcações indígenas, que diz que os índios só teriam direito às terras efetivamente ocupadas até a data da promulgação da Constituição de 1988.

“São os três grandes eixos que estão sendo discutidos no STF. Todos eles, se o STF não garantir a inconstitucionalidade ou a nulidade destes atos do Legislativo e do Executivo, vão retirar muitos direitos dos povos indígenas e especialmente direitos territoriais”, explicou o assessor jurídico do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Rafael Santos. “Em suma, os índios entregaram uma carta pedindo que os ministros julguem estes processos e julguem favorável a garantia da efetivação dos direitos que são constitucionais dos índios”, acrescentou.

Além da carta, os índios entregaram aos ministros da Segunda Turma do STF um memorial referente a uma terra Terena no Mato Grosso do Sul que teve o decreto homologatório anulado pela turma.
O grupo que protestou ficará em Brasília até sexta-feira (26). Os indígenas vão tentar entrar em contato com ministros de outas pastas. Eles pretendem debater, entre outros temas, demandas de saúde e educação.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Movimentos sociais marcam ato pró-Dilma no dia 31 de março

Aproveitando a data em que ocorreu o golpe militar em 1964, os movimentos sociais programam um ato de defesa ao mandato da presidente Dilma Rousseff para 31 de março. A manifestação será em Brasília e reunirá a Frente Brasil Popular, que tem o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e entidades sindicais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT, e a Frente Povo Sem Medo, que tem grupos mais refratários ao governo, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a Intersindical - Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora, ligada ao PSOL.

"Ditadura, a gente já viveu no passado, não podemos ter golpe de novo. Em relação à presidenta Dilma, não tem absolutamente nada que impeça ela de governar", disse o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, ao Broadcast Político. "Nossa democracia ainda é recente e frágil. Não há razão legal para o impedimento da presidenta", disse Gilmar Mauro, um dos líderes do MST, à reportagem.

A manifestação virá mais de duas semanas depois do ato programado por movimentos antiDilma, com apoio da oposição, em 13 de março. "Não estamos demorando a responder porque não é uma manifestação de resposta. Não vamos ser pautados por esse povo (pró-impeachment). Esse pessoal que está insistindo em agravar crise política está prestando um grande desserviço ao País. Um dia, a história vai mostrar isso", disse Nobre.

Ele também criticou a postura do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), de apoiar grupos como Movimento Brasil Livre (MBL), Vem Pra Rua e Revoltados Online. "O papel dele era ajudar o País a crescer. Isso prova que ele não tinha estatura para ser presidente, que o povo fez certo ao não escolher ele (nas eleições de 2014)."

Mauro afirma que a data permitirá também uma maior organização entre as dezenas de movimentos e centrais que integram as frentes. O líder do MST afirma que não há qualquer estimativa oficial da organização do ato do dia 31, mas que ele acredita ser possível reunir entre 50 mil e 100 mil manifestantes em Brasília.

Os líderes dos movimentos dizem que seguem críticos à orientação da política econômica do governo, mas que isso não significa uma autorização para depor Dilma. Eles rebatem a ideia de que a prisão do marqueteiro João Santana, na Operação Lava Jato, seja motivo para impeachment ou para uma cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Evidentemente, somos críticos ao governo Dilma, muito críticos, mas ela foi eleita legitimamente. Se a presidente for impedida por isso (caixa dois de campanha), todos os governadores, prefeitos, a maioria dos deputados teria de ser impedida. O caixa dois é parte da lógica da política brasileira e continuará sendo, enquanto não houver uma verdadeira reforma política", disse Mauro.

"Defendemos que tem de se investigar, mas todas as campanhas, não um lado só. Os mesmos caixas que financiaram o PT, financiaram o PSDB e o PMDB. Não há equidade no processo de apuração", complementou Nobre.

Críticas econômicas
Novamente, o ato dos movimentos sociais e das centrais sindicais vai às ruas com a pauta de defesa do direito da presidente Dilma governar, mas levará duras críticas à política econômica do governo. A principal crítica deve se centrar à proposta da reforma da Previdência. "Não dá para misturar as duas coisas.

Defendemos a democracia, mas somos contra a reforma da Previdência e toda essa política econômica de ajuste, que é uma fórmula de desemprego e depressão", afirmou Mauro, do MST. "Temos como eixo principal a defesa do emprego, contra a reforma da Previdência com essa proposta de idade mínima e equalização da idade de aposentadoria de homens e mulheres", disse Nobre, da CUT.

Apesar das críticas, os líderes não levantam a bandeira de "Fora Barbosa" como fizeram em 2015 com o "Fora, Levy". Apesar de o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, defender a reforma previdenciária, ele tem um relacionamento antigo com as centrais e a base petista e a avaliação é que ainda tem crédito com essa parcela. "O Barbosa ainda precisa dar uma sinalização mais clara de qual vai ser a rota, mas temos de dar tempo pra ele, ele acabou de assumir", disse Nobre. Nelson Barbosa assumiu a Fazenda em 21 de dezembro.

Índios fazem ato contra mudança em regra de demarcação de terras

Índios pataxó fazem anifestação em frente ao Palácio do Planalto contra PEC que altera regras para demarcação de terras (Foto: Bárbara Nascimento/G1) 
 
Índios pataxó iniciaram um protesto na manhã desta quarta-feira (24) em frente ao Palácio do Planalto contra a PEC 215 – que transfere do Executivo para o Congresso o poder de demarcar terras. Os índios reclamam também da falta de investimento em saúde e educação.

Para o cacique Sebastião Ribeiro Madeira, da aldeia Xandó, no extremo sul da Bahia, a PEC ameaça conquistas dos indígenas. "A PEC é um retrocesso. Nós temos nossos direitos desde 1500 e agora os parlamentares querem tirar isso da gente. Nós somos os primeiros brasileiros", afirma.

Madeira reclama também da falta de segurança e das ameaças que diz ser recorrente contra membros da tribo. "Nosso povo está sendo massacrado. Nós, como liderança, estamos correndo certo risco vindo para cá." Segundo a Polícia Militar, cerca de 50 pessoas participavam do protesto até as 13h. Não havia tumultos e o trânsito fluía normalmente.

Essa não é a primeira vez que grupos indígenas protestam contra a PEC 215 na Praça dos Três Poderes. Em novembro do ano passado, quilombolas e índios kaiapó do Mato Grosso foram ao Congresso para falar com parlamentares sobre o assunto.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

ESPECIAL BAHIA – Conheça os Índios Pataxós

 pataxós

Como todos os outros povos indígenas do Brasil, a história dos Pataxós corresponde a um passado de muita luta, sofrimento, alegrias e conquistas, que transformaram a rica cultura dos índios baianos numa das tribos mais reconhecidas do nosso país.

Surgimento e localização dos índios pataxós

Localizados na Bahia e considerados um dos povos indígenas mais antigos do território brasileiro, os pataxós falavam originalmente a língua da família Maxacali, do tronco Macro-jê. Apesar de hoje em dia utilizarem o português como língua oficial, algumas palavras isoladas complementam seu vocabulário e ainda encontramos grupos cujo idioma original é preservado.
A Aldeia da Barra Velha, localizada em Porto Seguro, é identificada como seu território de origem: onde a tribo nasceu e desenvolveu suas atividades características de agricultura, caça, pesca, coleta de frutos e mariscos e artesanato em cerâmica.
A região de sua influência se espalha entre a embocadura dos rios Caraíva e Corubáu, num território de cerca de 20.000 hectares, no qual o Monte Pascoal constitui um limite territorial com grande valor simbólico da identidade étnica Pataxó.
Além da Aldeia da Barra Velha, outras cinco localidades são povoadas pela tribo: Imbiriba, Coroa Vermelha, Mata Medonha, Comexatiba e a Aldeia Velha. Dentro dessas grandes áreas indígenas, cerca de dezessete aldeias formam o complexo que abrange as cidades de Prado, Porto Seguro, Santa Cruz de Cabrália e Itamarajú.

Histórico e disputas

Assim como diversos povos da região litorânea do Brasil que receberam os primeiros estrangeiros, os pataxós sempre foram guerreiros e desde os tempos do descobrimento lutam para firmar território e preservar sua identidade cultural e histórica.
Em 1861, os pataxós foram alocados à força em uma Reserva de Barra Velha, junto com as tribos Maxacalis e Botucurus, de onde foram proibidos de sair. No decorrer do século XX, os pataxós sofreram muito com a aculturação, sendo marginalizados pela sociedade e sofrendo grande perda cultural nesse processo. No entanto, recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STJ), reconheceu o direito dos Pataxós ao povoamento das terras da reserva Caramuru-Catarina-Paraguassu, anulando quaisquer títulos de propriedades que haviam sido concedidos a fazendeiros dentro dos limites territoriais dessa área, considerada indígena.
A conquista dá fôlego às centenas de famílias puras e miscigenadas que vivem nas regiões e lutam diariamente pelas suas convicções e territórios de origem.

A cultura do povo pataxó

Cultura Pataxó- Divulgação
Cultura Pataxó- Divulgação
Apesar dos percalços e impedimentos que enfrentaram, a cultura do povo pataxó permaneceu viva através dos tempos e até hoje influencia os mais jovens, seja através da música, da arte, da alimentação ou da medicina.
A pintura corporal, por exemplo, tem grande valor cultural para os pataxós, pois representa parte da história do povo, e esta relacionada aos seus principais rituais sagrados. Para cada grande evento, como casamentos, nascimentos, lutas ou danças, há pinturas específicas para cada parte do corpo com significados profundos. Já através do canto e da dança, os pataxós retiram as energias da terra, do fogo, da água e do ar, e estabelecendo uma comunhão com a natureza.
Sua alimentação é baseada na pesca, frutos e raízes, sendo a mandioca seu alimento preferido, pois dela os índios fazem a bebida sagrada conhecida por kawi. Outro alimento muito apreciado é o peixe preparado com folhas da patioba, alimento que, segundo a tribo, rejuvenesce o corpo e purifica o espírito.
Seus artesanatos são feitos a partir de madeiras, sementes, palha, argila e outras diversas matérias primas disponibilizadas pela natureza. O colar de Tento, segundo os artesãos, está relacionado à proteção espiritual. Seu conhecimento medicinal também não fica para trás: diversas plantas, folhas, raízes e sementes são utilizadas para a cura e o fortalecimento do corpo, além de servirem para afastar as negatividades espirituais.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Sem Terra ocupam mais um latifúndio improdutivo no extremo sul baiano

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Nesta sexta-feira (19), cerca de 120 famílias Sem Terra ocuparam a fazenda Changrilá, de 1.400 hectares, localizada no córrego Bom Sucesso, em Jucuruçu, no Extremo Sul baiano. 

O latifúndio ocupado faz parte de um conjunto de fazendas que o proprietário Álvaro Pereira Filho, mais conhecido como Álvino Para Todos, possui nas regiões de Itanhém e Jucuruçu.

De acordo com as famílias, os latifúndios de Álvino não cumprem sua função social, principalmente numa região onde existem centenas de famílias desempregadas e em busca de terra para produzirem alimentos.

Os trabalhadores rurais também denunciam os órgãos públicos na região e cobram do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que as terras sejam desapropriadas, já que o proprietário teria terras improdutivas e realiza práticas de destruição das florestas e da biodiversidade, com queimadas e aplicação de veneno nas terras.

Direitos

O trabalhador João da Silva comenta que na região existe uma prática muito comum de violação aos direitos trabalhistas e exploração dos trabalhadores.

“Nesta fazenda não é diferente. Não se contrata ou registra as carteiras dos trabalhadores, apenas pagam as diárias ou empreitam os serviços temporariamente. Um ou outro funcionário, que tem os registros legalizados com o objetivo de burlarem as autoridades”, explica. 

Durante o processo de ocupação da fazenda e a construção do Acampamento Bruna Araújo, os Sem Terra apontaram o modelo de produção do agronegócio como responsável pelo aumento do êxodo rural e nos índices de desigualdades sociais, tendo a juventude do campo e da cidade como as principais vítimas. 

Na região, o MST avalia que existe práticas que atentam contra os Direitos Humanos e ferem os princípios da Constituição Federal. 

Violência no campo e omissão

Segundo a direção estadual do MST na Bahia, no decorrer do ano de 2015 houve um aumento significativo nos índices de violência no campo e da concentração de terras improdutivas na região de Jucuruçu. Exemplo disso são as ameaças de mortes sofrida por diversos trabalhadores Sem Terra.

Também denunciam que as famílias sofreram quatro despejos violentos e em várias ocasiões foram humilhadas e discriminadas pelos representantes do poder judiciário.

As famílias estão acampadas na fazenda e afirmam que só saíram da área com o decreto de desapropriação.

São Marcos: sem-tetos desocupam terreno próximo a condomínio

 Sem-tetos desmontam barracos montados em área próximo ao Bosque Imperial - Foto: Edilson Lima | Ag. A TARDE

Acontece, na manhã desta sexta-feira, 19, a reintegração de posse de um terreno anexo ao condomínio ao Bosque Imperial, no bairro de São Marcos.
O espaço é ocupado por cerca de 350 famílias do grupo Movimento dos Sem-Teto (MSTS). Policiais militares acompanham o movimento, que seguia tranquilo.
Desde o início de fevereiro, o grupo se abrigou no local, onde foram construídos barracas e lonas foram montadas para abrigar as famílias.

A ocupação do grupo gerou uma série de protesto por partes de moradores do condomínio, que pediam a reintegração de posse imediata do terreno.
Justiça 
No dia 12 deste mês, os integrantes do MSTS receberam um oficial de justiça, que informou sobre a reintegração de posse da área.
O grupo, no entanto, não assinou o documento e afirmou que iria permanecer no terreno. "Só vamos sair com a assinatura do Termo de Ajuste de Conduta (TAC), como aconteceu no terreno que ocupávamos antes de vir para cá", disse o representante do MSTS, Nivaldo Araújo.
"Respeitamos a reintegração e vamos sair. Toda lei tem que ser cumprida de forma pacifica", disse Ivo Carvalho, líder do Movimento Sem-Teto Democrático de Luta (MSTDL).

Na Bahia, Sem Terra discutem educação no campo e agroecologia

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Com objetivo de fortalecer a educação do campo como ferramenta para construção da agroecologia na brigada Aloísio Alexandre, foi realizado entre os dias 13 e 14 de fevereiro mais um encontro intersetorial na região do Extremo Sul baiano. 

Desta vez, o encontro aconteceu no Assentamento Paulo Freire, em Mucuri, e contou com a participação de 80 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra, assentados e acampados. 

Um dos pontos de destaque nas discussões foi o fortalecimento da campanha permanente “MST pela vida. Agrotóxico zero”, que está mobilizando trabalhadores em todo estado em defesa da produção agroecológica e alimentação saudável.

Além disso, os Sem Terra estudaram o atual cenário político e os setores regionais do Movimento apresentaram o planejamento para o ano. 

De acordo a Mariza da Silva, da direção estadual do MST, a brigada Aloísio Alexandre se caracteriza historicamente pela luta dos direitos educacionais e a construção de uma educação do campo que valorize a identidade da classe trabalhadora.

“Entendemos a agroecologia como matriz produtiva e filosofia de vida que se contrapõe ao modelo de produção do capital. A educação do campo é uma das importantes dimensões dessa construção”, explicou Silva.

Fruto das lutas em defesa da educação na brigada, foi a construção de uma escola estadual de tempo integra, que está em pleno funcionamento.

Pensando nisto, Paulo Cesar, também da direção estadual, diz que o desenvolvimento de uma educação que respeite e potencialize a identidade dos povos oprimidos é a chave fundamental na construção de uma sociedade justa é igualitária.

“Temos alguns desafios nesse campo, em especial o combate ao analfabetismo. Por isso, compreendemos que a campanha ‘Analfabetismo Zero’ e o método cubano ‘Sim, eu Posso’ são ações transcendentais nessa construção”, afirmou Cesar.

Escola Popular

Uma outra conquista pontuada durante o encontro, foi a construção da Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Bruneto, localizada no Assentamento Jaci Rocha, no município do Prado.

Para Elielson Loures, da direção regional do MST, a escola popular é uma ferramenta que fortalece a unidade dos trabalhadores do campo por formar e capacitar nas linhas e princípios da agroecologia. Desde a dimensão teórica e prática.