Uma ala independente do Sindicato dos Rodoviários da Bahia realizou, na quinta-feira, 29, na praça Newton Rique (em frente ao Shopping da Bahia, antigo Iguatemi), uma reunião para formular uma proposta de remuneração pelos dias de trabalho no Carnaval.
Eles ameaçam paralisar as atividades durante o evento, caso a
prefeitura e os empresários mantenham o valor de R$ 40 pelos sete dias
trabalhados na folia.
O grupo realizou duas reuniões no local - uma de manhã e outra de tarde
- para discutir uma contraproposta. Ficou decidido a quantia de R$ 20
por hora trabalhada. Segundo o grupo, o valor se baseia no que
profissionais de outras áreas recebem na festa.
"O menor valor entre as categorias é o da Transalvador, de R$ 15,90 por
hora", disse o motorista Jeferson Reis, um dos líderes do movimento
independente.
Sindicato
Diante da movimentação do grupo, a direção do sindicato informou que
está negociando com a Secretaria de Mobilidade (Semob) e também ameça
parar, caso esse valor permaneça.
Segundo o diretor de comunicação do sindicato, Daniel Mota, o
posicionamento é que o valor seja equiparado ao dos servidores públicos
municipais, em torno de R$ 15.
O secretário de Mobilidade, Fábio Motta, ressaltou que a prefeitura
está atuando como mediadora desse processo. Mota diz que, no ano
passado, a prefeitura entrou nas negociações e sensibilizou as empresas a
pagarem em torno de R$ 37 por funcionário. "Este ano conversamos com o
Setps (Sindicato das Empresas de Transporte Público de Salvador) para
pagar R$ 40 por funcionário", disse.
Processo judicial
O assessor de relações sindicais do Setps, Jorge Castro, acusa os
rodoviários de "terrorismo". Segundo ele, a decisão coletiva de 2014 da
categoria prevê o pagamento de R$ 14 extras de tíquete-refeição por dia
trabalhado no Carnaval, mais 100% de hora extra na terça-feira, dia que
não é feriado, pela lei.
"O valor pago pela prefeitura, de R$ 37 no ano passado e R$ 40 nesse
ano, é uma motivação que o prefeito resolveu dar a eles", disse o
representante do Setps.
"Eles estão mentindo para a população, agindo de má-fé. Não podem ameaçar greve, porque isso é abusivo e ilegal", disse Castro.
Ainda segundo Castro, "basta que a categoria faça manifestações para
que o Setps entre com ações na Justiça contra o sindicato e contra cada
participante dessa ação de terrorismo".
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