Prefeitos e Governadores que tiveram aumentos das verbas do FUNDEB de 120% em 5 anos, pressionam governo federal para manter corte no valor miserável do piso docente
Para cumprir o que estabelece a Lei 11.738/2008, o Piso Nacional dos
Professores da educação básica do pais devem ser reajustados em 23%.
De acordo com a Lei, o piso dos professores deve ser reajustado, pelo
menos, na mesma proporção do aumento concedido no valor destinado pelo
FUNDEB (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básico) aos Estados e
Municípios por aluno matriculado no ensino fundamental (1o, ao 9o, ano) e médio (1o. ao 3o.
ano), entre 2008 e 2015. A Lei estabelece ainda que um mínimo de 60%
dos recursos do FUNDEB deve ser destinado ao pagamento dos docentes.
Verbas do FUNDEB cresceram quase 120%...
O valor por aluno fixado pelo governo era de R$ 1.172,85, em 2008. Já
em 2015 esse valor chegou a R$ 2.576,36. Houve, portanto, um
crescimento 119, 66%, nesse período citado.
Aplicando esse percentual sobre o valor do piso fixado para 2008 que
era de R$ 950.00 obtém-se R$ 2.086,77, de acordo com a lei, piso que
deveria ser pago aos educadores em 2015.
Pressionado pelos governos da direita, defensores da privatização
crescente do ensino básico (como os governos do PSDB), o governo
federal, há vários anos vem manobrando nos cálculos e descumprindo a
lei, impondo uma contenção no crescimento do valor do piso, assegurando
aos milhares de prefeitos e governadores desviem os recursos que
deveriam ser destinados aos professores para os cofres dos tubarões do
ensino privado, bancos e outros monopólios capitalistas e suas máfias
políticas.
...e querem dar o golpe nos professores
O novo ministro da Educação, Cid Gomes (PROS), está para anunciar o
novo Piso nacional dos professores. Nos bastidores anuncia-se um novo
golpe: o índice do reajuste do piso seria obtido não de acordo com a
variação do valor por aluno repassado pelo FUNDEB entre 2008 e 2015, mas
com base na variação calculada apenas nos dois últimos anos.
Em 2013 o valor do aluno foi de R$ 2.022,51, já em 2014 passou para
R$ 2.285,57, uma variação de 13,01. Aplicado esse percentual, no atual e
já rebaixadíssimo valor de 1.607,00 chega-se ao resultado de que o piso
pago aos professores em 2015 seria míseros R$ 1.917, 78.
A burocracia sindical da CNTE (Confederação Nacional dos
Trabalhadores da Educação) e de praticamente de todos os sindicatos dos
educadores do País (dirigidos pelo PT, PCdoB, PSTU e PSOL), finge de
morta e não há qualquer campanha sequer pelo cumprimento do que
determina a Lei, o que elevaria o valor do piso para R$ R$ 2.086,87.
Não ao roubo, lutar pelo piso de R$ 5 mil
Contra o golpe dos governos inimigos da Educação, a capitulação
vergonhosa do governo do PT e a paralisia da burocracia sindical, é
preciso, realizar uma ampla campanha nacional em defesa de uma real
valorização dos professores, por meio da fixação de um piso que
corresponda às necessidades dos professores e de suas famílias.
Os docentes são os profissionais com ensino superior com os salários
mais baixos de toda as categorias, recebendo em média 50% do valor pago
às categorias com nível superior com menor remuneração. Nessas
condições, falar em prioridade para a educação é mera conversa fiada.
A partir das escolas, da organização dos professores pela base, em
movimentos de oposição independentes da burocracia, é preciso
impulsionar uma ampla mobilização pelo reajuste imediato de 23% do piso e
de todos os salários dos professores e pelo pela conquista de um piso
salarial de R$ 5 mil que corresponda às necessidades do professor
(incluindo sua necessidade de formação continuada) e de sua família.
Nenhum comentário:
Postar um comentário