A economista Zélia versus a economista Dilma.
Na noite de domingo (18), o Manhattan Connection recebeu como convidada a ex-ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello.
Caso a presidente Dilma Rousseff tenha assistido ao programa, provavelmente acordou de mau humor nesta segunda-feira.
Zélia é sempre lembrada pelo confisco das cadernetas de poupança no início da presidência de Fernando Collor, em 1990.
Na
atração da GloboNews, ela foi sabatinada pelos apresentadores Lucas
Mendes e Caio Blinder, que estavam ao seu lado no estúdio em Nova York;
por Diogo Mainardi, de Veneza; e Ricardo Amorim, de São Paulo.
Amorim,
que também é economista, perguntou qual conselho Zélia daria ao atual
ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que tem a missão de tirar a economia
brasileira da estagnação.
A
ex-ministra não quis atuar como conselheira, mas fez uma análise da
situação, com uma crítica direta à postura da presidente Dilma Rousseff:
“O
ministro (Levy) tem todas as condições de controlar e colocar a
economia em um estado melhor. Ele tem os instrumentos, tem a competência
e a capacidade para fazer isso. O que ele não tem e eu tinha, quer
dizer, não sei se ele não tem, é o apoio da presidente. Essa é a grande
questão que nós vamos ter que testar nos próximos seis meses a um ano.
(…) Nesse período ele vai precisar de apoio político da presidente da
República, e isso, sinceramente, eu não sei se ele tem. Até agora, pelos
discursos da presidente, inclusive no discurso de posse, eu não vi nada
que indicasse que ela esteja disposta a suportar todas as medidas que
eles (equipe econômica) vão ter que tomar. Medidas essas que não são
agradáveis”.
A ex-ministra também se queixou da decantada passividade do povo brasileiro diante dos recentes escândalos envolvendo o governo.
“A
corrupção é uma coisa gravíssima. Afeta todas as camadas da sociedade,
altera os valores, prejudica, e acaba tendo uma influência econômica
muito grande. (…) O povo brasileiro é muito feliz, e isso é um defeito,
um problema. É um povo muito tolerante. Consegue conviver com coisas
ruins durante muito tempo. Não sei qual vai ser o grau de tolerância,
deveríamos estar já no limite”, disse Zélia.
A
ex-ministra, que deixou o governo Collor em maio de 1991, quase um ano e
meio antes de o então presidente renunciar devido ao processo de
impeachment, está radicada em Nova York há 18 anos.
Vive
sozinha, já que os filhos Rodrigo e Vitória, de seu casamento de seis
anos com o humorista Chico Anysio, saíram de casa para fazer
universidade.
Zélia Cardoso de Mello é sócia de uma consultoria que indica boas oportunidade para investidores.
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