Com o aumento das passagens de ônibus nas principais capitais
brasileiras, movimentos sociais e estudantis organizam, desde o início
de janeiro, manifestações pelo País. Na tarde de ontem, cerca de 50
pessoas se organizaram na Praça da Bandeira, no Centro
de Fortaleza, e marcharam em direção ao Paço Municipal para protestar
contra o aumento da passagem de ônibus na Capital, que subiu de R$ 2,20
para R$ 2,40. O reajuste foi anunciado pela prefeitura na última
terça-feira, 13.
Membros do Levante Popular da Juventude,
Movimento do Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e Movimento
Organizado dos Trabalhadores e Trabalhadoras Urbanos (Motu) organizaram a
manifestação que durou pouco mais de uma hora. A mobilização contestava
o aumento e pedia passe livre para estudantes e desempregados.
A capital cearense, portanto, entra no rol das cidades brasileiras
que protestaram contra o aumento das passagens no início deste ano. Pelo
menos 12 cidades já realizaram protestos ou agendaram mobilização para
os próximos dias, entre as quais estão Rio de Janeiro, Belo Horizonte e
São Paulo.
O Secretario-Geral da Presidência da República,
Miguel Rossetto, afirmou na última terça-feira, 13, não esperar grandes
manifestações em razão do reajuste da tarifa de transporte coletivo.
Segundo ele, as prefeituras atenderam às pautas da população mais
carente e dos estudantes. “Prefeituras e Estados fizeram movimentos
muito importantes em direção ao passe livre. Rio e São Paulo tomaram
iniciativas muito importantes de assegurar gratuidade para estudantes,
para a população pobre. Nos parece que essas políticas adotadas pelas
prefeituras são adequadas”.
Consultado pelo O POVO,
o cientista político Uriban Xavier acredita que as manifestações
marcadas para este mês não englobem apenas a pauta do aumento das
tarifas, mas também outros pontos como, por exemplo, o aumento das
demissões das montadoras no ABC paulista. Uriban afirma, contudo, que
não há como prever se os protestos de janeiro de 2015 tomarão a mesma
proporção que os de junho de 2013. “Em 2013 uma das coisas mais
importantes que houve foi a opinião que as pessoas tinham sobre a Copa, o
padrão Fifa que puxou um sentimento de atores sociais que se sentiram
ofendidos pelo trato que o Brasil deu à Federação. A manifestação das
ruas e a prática da Polícia deu essa explosão. Mas é imprevisível”,
disse.
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