Durante assembleia na noite desta terça (6), os trabalhadores do
terceiro turno na Volks, em São Bernardo, seguiram os companheiros dos
turnos da manhã e tarde e aprovaram a manutenção da greve por tempo
indeterminado em protesto contra a demissão de 800 metalúrgicos.
Também foi aprovado que, enquanto durar o movimento, não haverá
terceiro turno na Volks. Isso significa que os companheiros do turno da
noite poderão participar da luta nos dois primeiros períodos – às 6h e
15h.
Os trabalhadores souberam de sua demissão por meio de telegrama que
falava para não retornarem aos seus postos de trabalho após o fim das
férias coletivas, que aconteceu nesta terça.
A correspondência começou a ser enviada pela empresa dia 30 de
dezembro e já chegou a 800 companheiros. Além deles, a ameaça de
demissão existe para outros 1.300 trabalhadores, já que a Volks anunciou
publicamente sua avaliação de que existem 2.100 excedentes na fábrica
do ABC.
“Ao todo, 13 mil trabalhadores [entre horistas, mensalistas e de
empresas terceirizadas] mantém a mesma disposição até a vitória e lutam
por um novo acordo que garanta os empregos na fábrica”, afirmou o
secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.
“Ninguém aqui faz o carro sozinho, é preciso agir com o coletivo. Não
existe também assembleia por meio do Facebook ou WhatsApp”, afirmou
Wagnão. “O Sindicato olha na cara do trabalhador porque para nós vocês
não são só um número de chapa, são pais e mães de família, homens e
mulheres que lutam diariamente por melhores condições de vida”, disse.
“Nesta terça a Volks não produziu nada e os próximos dias não serão
diferentes. Os encaminhamentos necessários serão discutidos durante as
assembleias que acontecerão todos os dias na fábrica”, declarou Wagnão.
“Por isso, é importante que o movimento cresça e avance ainda mais
para garantir os direitos de todos os trabalhadores na montadora”,
continuou o dirigente.
Ainda segundo o secretário-geral, pelo acordo negociado em 2012 não
poderiam ocorrer demissões na fábrica desta forma unilateral. Em junho
de 2014, representantes da montadora procuraram o Sindicato para relatar
que não tinham como manter o acordo. Assim as negociações de uma nova
proposta foram iniciadas.
Após a rejeição desta proposta pelos trabalhadores durante assembleia
em dezembro passado, a empresa rompeu o acordo demitindo os
companheiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário