quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Assembleia noturna confirma greve de 13 mil trabalhadores na Volks


 


Durante assembleia na noite desta terça (6), os trabalhadores do terceiro turno na Volks, em São Bernardo, seguiram os companheiros dos turnos da manhã e tarde e aprovaram a manutenção da greve por tempo indeterminado em protesto contra a demissão de 800 metalúrgicos.

Também foi aprovado que, enquanto durar o movimento, não haverá terceiro turno na Volks. Isso significa que os companheiros do turno da noite poderão participar da luta nos dois primeiros períodos – às 6h e 15h.

Os trabalhadores souberam de sua demissão por meio de telegrama que falava para não retornarem aos seus postos de trabalho após o fim das férias coletivas, que aconteceu nesta terça.

A correspondência começou a ser enviada pela empresa dia 30 de dezembro e já chegou a 800 companheiros. Além deles, a ameaça de demissão existe para outros 1.300 trabalhadores, já que a Volks anunciou publicamente sua avaliação de que existem 2.100 excedentes na fábrica do ABC.

“Ao todo, 13 mil trabalhadores [entre horistas, mensalistas e de empresas terceirizadas] mantém a mesma disposição até a vitória e lutam por um novo acordo que garanta os empregos na fábrica”, afirmou o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.

“Ninguém aqui faz o carro sozinho, é preciso agir com o coletivo. Não existe também assembleia por meio do Facebook ou WhatsApp”, afirmou Wagnão. “O Sindicato olha na cara do trabalhador porque para nós vocês não são só um número de chapa, são pais e mães de família, homens e mulheres que lutam diariamente por melhores condições de vida”, disse. 

“Nesta terça a Volks não produziu nada e os próximos dias não serão diferentes. Os encaminhamentos necessários serão discutidos durante as assembleias que acontecerão todos os dias na fábrica”, declarou Wagnão. 

“Por isso, é importante que o movimento cresça e avance ainda mais para garantir os direitos de todos os trabalhadores na montadora”, continuou o dirigente. 

Ainda segundo o secretário-geral, pelo acordo negociado em 2012 não poderiam ocorrer demissões na fábrica desta forma unilateral. Em junho de 2014, representantes da montadora procuraram o Sindicato para relatar que não tinham como manter o acordo. Assim as negociações de uma nova proposta foram iniciadas.

Após a rejeição desta proposta pelos trabalhadores durante assembleia em dezembro passado, a empresa rompeu o acordo demitindo os companheiros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário