Na CNA, presidente trocou elogios com a futura Ministra da Agricultura.
BRASÍLIA — Numa troca pública de elogios, a presidente Dilma
Rousseff participou na noite desta segunda-feira de cerimônia de
recondução de Kátia Abreu à presidência da Confederação Nacional da
Agricultura e Pecuária (CNA). Kátia foi escolhida para comandar o
Ministério da Agricultura no segundo mandato. Deverá se licenciar da CNA
nos próximos dias, quando for oficializada ministra.
— Hoje, Kátia Abreu, quero lhe dizer que nossa parceria está
apenas começando. Temos quatro anos pela frente (…) Quero dar os
parabéns à minha amiga Kátia Abreu por todas as realizações passadas e
tenho certeza por todas as realizações futuras. Desejo grandes
conquistas para o agronegócio e tenho certeza que vamos caminhar juntas e
estaremos muito próximas nesses quatro anos, mais próximas do que nunca
— afirmou Dilma em seu discurso.
A presidente fez afagos na sua futura ministra, dizendo que ela orgulha o país. Mais cedo, nesta segunda-feira,
militantes do MST invadiram a sede da CNA em protesto à indicação de Kátia Abreu ao Ministério da Agricultura.
— Kátia orgulha as mulheres do nosso país pelas convicções
firmes, é uma lutadora incansável por um segmento que é muito importante
para o nosso país — disse Dilma nos primeiros segundos de seu discurso.
Momentos antes, ao tomar posse, a senadora afirmou que Dilma foi a primeira chefe de governo a se aproximar do setor.
— A presidente Dilma foi a primeira chefe de governo a se
dispor a entender uma agenda tão complexa como a do agronegócio. Apoiou o
código florestal, uma luta de mais de 15 anos, apoiou a concessão da
exploração privada dos portos. Muito foi feito e muito temos a fazer —
afirmou Kátia.
Numa resposta às críticas que vem sofrendo de vários setores
pela indicação de Kátia para o Ministério, Dilma afirmou que não pode
discriminar um segmento que gera alimentos para o Brasil e para o mundo.
— Sem considerar as diferenças políticas e ideológicas, é
também a bandeira de um governo que não pode discriminar quem gera
alimentos para um Brasil, sem medo de errar, que é um dos fatores de
prosperidade e que está aqui representado pelos produtores da CNA, os
pequenos e os médios produtores e os que lutam pela terra.
Kátia criticou grupos ideológicos de direita e de esquerda
que desrespeitam a democracia e a livre propriedade. No discurso de
posse, repudiou a invasão do prédio da CNA horas antes do evento.
— O Brasil vive um momento de avanços em que não se pode
conviver com a bitola estreita das ideologias. Grupos de esquerda ou
direta que hoje, à margem da lei, invadiram este prédio — disse a futura
ministra.
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