
Levante Popular da Juventude realizou, no início da manhã de ontem
(04), uma intervenção nos estados do Ceará, Bahia, Paraíba, Paraná,
Pernambuco, São Paulo, Rondônia, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, em
solidariedade aos parentes das vítimas do massacre de Iguala, ocorrido
há exatos dois meses, no México, em que seis pessoas foram mortas e 43
estudantes estão desaparecidos.
Os manifestantes colocaram em exposição 43 cadeiras cada uma com o
rosto de um estudante desaparecido no México. Com a frase Levante está
com o povo mexicano eles exigiam a investigação e a punição do culpado
pelo desaparecimento.
“Queremos que os culpados sejam descobertos e punidos. Nossa ideia de
fazer esse ato é se somar às muitas manifestações que estão acontecendo
no México e no mundo todo. disse Rodrigo Suñe, militante do Levante
Popular da Juventude.
A intervenção ocorreu na USP Butantã (SP), USP São Carlos (SP), UFBA
(BA), UFRGS (RS), UNIR (RO), UFC (CE), UFRRJ e UERJ (RJ), UFPB (PB),
UNILA (PR) e UNIVASF (PE).
No dia 26 de setembro em Iguala, pequena cidade do estado de Guerrero, estudantes da Escuela Rural Normal de Ayotzinapa regressavam
de uma atividade de arrecadação de fundos para financiar a ida à Cidade
do México em uma manifestação em memória do massacre de Tlatelolco e,
como de praxe, haviam conversado com motoristas de ônibus para que os
levassem gratuitamente de volta à escola localizada na zona rural.
Por volta das 20h30, quando saiam da cidade em três ônibus, efetivos
da polícia municipal fecharam o caminho e iniciou-se então, nos próximos
30 minutos, um brutal ataque aos ônibus dos estudantes. Alguns
estudantes percebendo que dentro daquele espaço não teriam chances de
sobreviver, aproveitaram o momento em que os policiais recarregavam as
suas armas e decidiram sair dos ônibus, correndo em qualquer direção
pelas ruas de uma cidade desconhecida.
Os estudantes que vinham no terceiro ônibus foram obrigados pelos
policias municipais a descer do ônibus e subir nas caminhonetes oficias.
Para onde foram levados ninguém sabe… E estão até este momento
desaparecidos. O saldo dessa noite de terror foram seis mortos, cerca de
20 feridos e 43 estudantes desaparecidos.
Há dois meses em nenhum lugar do México houve silêncio. O
desaparecimento dos 43 estudantes de Ayotzinapa reacendeu a indignação e
mobilizou milhares de mexicanos e mexicanas às ruas em atos massivos e
simbólicos. A juventude, principalmente, reconhece o seu papel central
em não deixar que mais companheiros e companheiras sejam forçadamente
desaparecidos/as, exigem que o Estado se posicione sobre o ocorrido
dando aos familiares e aos demais repostas concretas do que realmente
aconteceu, onde estão os estudantes e que os mesmos regressem com vida
para suas famílias
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