segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Para dirigente do MST, pauta mínima será o assentamento de 120 mil famílias








Depois do apoio dado à campanha para a reeleição da presidente Dilma Rousseff, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) apresentou a fatura ao governo. Além de repudiar a indicação da senadora Kátia Abreu para comandar o Ministério da Agricultura, as lideranças do MST exigem que, até julho do próximo ano, a presidente zere a demanda imediata do movimento e assente no campo 120 mil famílias.

O pedido já foi levado ao governo pelas lideranças do movimento em conversas com Miguel Rossetto, atual ministro do Desenvolvimento Agrário, que deverá se ocupar oficialmente, a partir de janeiro, da relação do governo com movimentos sociais, função principal da Secretaria-Geral da Presidência da República.

Além disso, o movimento busca um acordo com o governo para que seja estabelecida uma meta de assentar, a cada ano do segundo mandato, pelo menos 50 mil famílias, ponto que o governo resiste em atender.

“Já conversamos sobre isso com o Rossetto. A gente quer que ela construa com todos os outros movimentos do campo um plano de metas. O MDA não quer fazer um plano de metas, o Incra não quer fazer um plano de metas, porque tem medo de não cumprir as metas. Nós acreditamos que para resolver o problema das desapropriações tem que ter um plano de metas. Da nossa parte, neste plano de metas, vamos pedir que pelo menos 50 mil famílias sejam assentadas, a cada ano, até o final do mandato dela”, criticou um dos coordenadores nacionais do MST, Alexandre Conceição.

Conceição, não poupou críticas ao tratamento dado pela gestão de Dilma no primeiro mandato à reforma agrária. “Dilma foi pior que Sarney”, comparou, referindo-se à média de 23 mil famílias assentadas a cada ano, marca do governo de Dilma.

“Sempre tivemos uma relação de cobrança de nossa pauta seja qualquer governo. No quesito reforma agrária, o governo Dilma é um dos piores. Dilma foi pior que Sarney. Ela apresentou no ano passado 100 decretos, que não chegaram a assentar 20 mil famílias. A média da presidente tem sido assentar 23 mil famílias por ano, uma das piores de todos os presidentes após a redemocratização do Brasil”, criticou Conceição.

“Diálogo a gente tem muito, conversa conversa, conversa. Mas o atendimento da pauta da reforma agrária tem sido muito aquém do desejado”, reclamou.

O MST reconhece, no entanto que, no primeiro mandato de Dilma, houve ações importantes para que os assentamentos já existentes prosperassem economicamente. Entre as políticas desenvolvidas, Conceição aponta o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). “Isso ajudou a fortalecer os assentamentos porque criou o preço mínimo, criou o mercado direto com os produtores rurais, sem o atravessador”, ponderou.

“Agora queremos avançar no programa de agroindústria sob controle dos camponeses, que podem, a partir de sua produção, agregar mais valor aos produtos”, disse Conceição.

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