quinta-feira, 21 de maio de 2015

Torturado por militares contribui com investigações da Comissão da Verdade

A Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara promove audiência pública, nesta quinta-feira (21), às 9h, para dar continuidade às apurações sobre as circunstâncias do desaparecimento do estudante de engenharia pela UFPE, Ruy Frazão. 

Na ocasião o diretor do Partido Comunista - PE Alanir Cardoso presta depoimento. A oitiva acontece  no auditório do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Pernambuco (SINDSEP-PE). 

Durante a sessão, também serão colhidos relatos que vão dar subsídio as investigações em curso acerca da chacina da Granja de São Bento e da Ação Popular Marxista-Leninista (APML). 

Apontado por agentes da repressão como agitador da ordem estudantil em 1966, Ruy Frazão passou a viver na clandestinidade sob o codinome Luís Antônio Silva Soares, em Juazeiro/BA. Abordado e espancado publicamente, na Feira de Petrolina, por três policiais em maio de 1974, aos 33 anos, o maranhense e integrante do PCdoB tem até hoje o paradeiro desconhecido. Ruy Frazão militou junto à Alanir Cardoso no Partido Comunista à época da ditadura militar.  

Alanir Cardoso foi sequestrado e preso junto com o reverendo norte-americano Frederick Birten Morris, em 30 de setembro de 1974. O pastor da Igreja Metodista fora acusado de envolvimento com grupos de esquerda e de abrigar ‘subversivos’ em seu apartamento - dentre os quais Alanir Cardoso - na Rua Vicente Meira, no Espinheiro, zona norte do Recife. “Fomos encapuzados e colocados dentro de uma veraneio por homens fortemente armados com metralhadoras”, lembra Cardoso. A conjuntura do sequestro é alvo das investigações da CEMVDHC, inseridas na relatoria das “Violações de Direitos Humanos nos Meios Religiosos”.

COMISSÃO DA VERDADE - A CEMVDHC foi instalada, pelo ex-governador Eduardo Campos, no dia 01 de junho de 2012, em solenidade no Palácio do Campo das Princesas. Em junho de 2014, os trabalhos da CEMVDHC foram prorrogados, por mais dois anos. Os membros trabalham numa lista preliminar com os nomes de 51 pernambucanos mortos, desaparecidos ou vítimas de graves violações dos direitos humanos, ocorridas no estado ou no Brasil, durante a repressão.

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