segunda-feira, 4 de maio de 2015

Lula vai a ato da CUT, CTB e Intersindical

trabalhadores

São Paulo – Os dois principais atos do 1º de Maio em São Paulo vão contrapor, além de posições distintas sobre o Projeto de Lei 4.330, sobre terceirização, setores políticos cada vez mais antagônicos. No palanque da CUT, CTB e Intersindical, além de movimentos populares, estará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ausente há alguns anos desse tipo de manifestação. Ao da Força Sindical, irá o candidato derrotado à Presidência pelo PSDB, senador Aécio Neves, além do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que comanda uma agenda conservadora no Parlamento.

A mobilização organizada por CUT, CTB, Intersindical, Central dos Movimentos Populares (CMP), Marcha Mundial de Mulheres, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outros, vai ocorrer no Vale do Anhangabaú, na região central, a partir das 10h, com um ato ecumênico, seguido de atividades políticas e, por fim, apresentações musicais. A Força, que terminou defendendo o PL, faz seu ato na praça Campo de Bagatelle, na zona norte da capital.

Para movimentos e centrais, o PL 4.330 representa a precarização das relações de trabalho no país, com enfraquecimento dos sindicatos e o fim dos direitos trabalhistas como férias, FGTS e 13º salário. Da forma como foi aprovado na Câmara dos Deputados, no último dia 22, o projeto permite a terceirização de qualquer função nas empresas, o que, segundo os trabalhadores, só favorece aos empresários. “Será um marco da luta e da resistência dos trabalhadores para fazer o enfrentamento nas ruas contra esse PL 4.330, que unifica toda a esquerda e o movimento sindical numa batalha para não acabar com carteira assinada”, diz o presidente da CUT, Vagner Freitas.

Na última terça-feira (28), CUT, UGT, CTB e Nova Central reuniram-se com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para pedir ampla negociação e diálogo sobre o PL 4.330, que começará a tramitar naquela Casa. Os trabalhadores, no entanto, não descartam uma greve geral caso o projeto da terceirização avance.

O presidente da CUT espera que o ato de amanhã seja "um marco inicial para unificação da esquerda brasileira, da construção de um bloco da esquerda que leve em conta sindicatos, movimentos sociais e até partidos políticos que tenham em comum o interesse da defesa da classe trabalhadora, da liberdade e da democracia". Freitas avalia que "a direita conservadora tentará trazer o retrocesso ao país e conseguirá, se não fizermos enfrentamento".

As entidades também criticam a proposta de ajuste fiscal, que prevê cortes de gastos de até R$ 22 bilhões em todos os ministérios, pois avaliam que vai prejudicar os trabalhadores, causar desemprego e recessão. Eles defendem a taxação das grandes fortunas e a auditoria da dívida pública como forma de melhorar as contas dos governos. As centrais vão se manifestar ainda contra manifestações de caráter conservador que veem ocorrendo pelo país e em defesa da Petrobras.

“Este 1º de Maio será um grito pela liberdade, pela democracia e pela construção de uma sociedade menos desigual. Para isso, precisamos de uma reforma política com o fim do financiamento empresarial de campanha, precisamos da regulação dos meios de comunicação para que tenhamos democracia e pluralidade, para que avancem pautas trabalhistas como a redução da jornada de trabalho sem redução de salário e a regulamentação do direito de greve”, afirma Freitas.

Após o ato político, a partir das 13h, estão previstos shows de Alceu Valença, Leci Brandão, Rappin Hood, GOG, Thobias da Vai-Vai e Elizeth Rosa. Haverá, ainda, espaço de convivência e alimentação, além de unidades móveis de atendimento e outros serviços à população.

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