sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

JUSTIÇA NEGADA.

Delegados se negam a fazer ocorrência contra PM que agrediu rodoviário.

O motorista de ônibus, Paulo Rogério Dórea dos Santos, violentamente agredido por um policial militar na Paralela, em Salvador, tem dificuldades para registrar o caso na delegacia. Segundo informações da família da vítima, eles tentaram registrar a ocorrência, mas não conseguiram.
 
Nem mesmo um exame toxicológico foi pedido pelo delegado para averiguar se o PM acusado de agressão estaria sob efeito de bebida alcoólico ou de alguma outra substância. O delegado que assumiu o plantão informou que na casa não tinha escrivão e que a delegada titular não estaria no local e nada foi feito.

O caso ocorreu após o suspeito, que estava voltando de uma festa, se envolver em um acidente na pista marginal que dá acesso à movimentada avenida. O motorista de ônibus, se preparava para trabalhar em um ônibus a poucos metros do local do acidente. A vítima percebeu que uma das rodas havia se soltado do carro do policial e caído no meio da pista. Santos foi até o local para remover o objeto e evitar um novo acidente, mas o PM achou que o motorista queria roubar o objeto e começou a sessão de espancamento.
 
A Polícia Civil disse que a ocorrência foi registrada na terça-feira (18) e assinado pela delegada Elza Bonfim de Souza, titular da 10ª DT (Delegacia Territorial/Pau da Lima), e que foi expedida também um guia para a vítima ser submetida a exame de corpo delito, no DPT (Departamento de Polícia Técnica).
 
De acordo com uma testemunha, o PM foi pra cima do motorista com uma arma, mandou colocar a mão na cabeça, se ajoelhar e começou as agressões. O homem disse saiu em busca de ajuda, mas como não encontrou nenhuma viatura, ligou para a polícia: "o que mais me indignou é que a suposta namorada dele estava fardada, eu a avistei lá do lado do posto de gasolina, o carro dela estava estacionado do lado das correntes e ela nada fez".
 
A vítima ficou com hematomas nos olhos e em parte do rosto. A testa sofreu um grande corte provocado pelos chutes que teriam sido dados pelo policial. O homem chegou a ficar internado em um posto de saúde, pois havia o risco de sequelas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário