Cento e dezesseis pessoas de 14 comunidades remanescentes de quilombos da
Bacia e Vale do Iguape, em Cachoeira (a 110 km de Salvador), no Recôncavo,
serão beneficiadas pelo Projeto Cidadania Quilombola. O projeto visa estruturar
e fortalecer práticas produtivas do cultivo de ostra, o artesanato, a produção
artesanal de azeite de dendê e o turismo étnico nas comunidades.
No quilombo do Kaonge, em Santiago do Iguape, distrito de Cachoeira,
onde o projeto foi lançado, dez famílias já participam das atividades,
iniciadas em janeiro. Segundo Ananias Nery Viana, coordenador do projeto e
articulador das comunidades quilombolas, todas as 14 comunidades participam dos
núcleos e das atividades e já sabem o que querem.
Expectativa
Ananias Viana afirmou que todas as comunidades buscam fortalecer a produção
e incrementar a comercialização do azeite do dendê, do mel, do artesanato e das
ostras. "São cultivos que já existem nas comunidades. O projeto do governo
é o primeiro em benefício dos quilombolas, que já vêm executando outros
projetos. Temos os núcleos já formados. O de dendê, por exemplo, vai reformar o
espaço da produção, que é feita artesanalmente; o da ostra e do mel vai
fortalecer sua comercialização", disse.
As ações do projeto têm um período de execução previsto para dois
anos, com um investimento de R$ 232 mil. "Vai incrementar e dar
visibilidade no que já vem sendo realizado nas comunidades", disse Viana,
que também é coordenador do Centro de Educação e Cultura do Vale do Iguape,
executora do projeto.
O Projeto Cidadania Quilombola foi contemplado pelo Edital de Apoio a
Empreendimentos de Matriz Africana da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e
Esporte (Setre).
Nas 14 comunidades quilombolas, as famílias produzem por semana dois mil litros de azeite de dendê; 200 kg de ostras, além do artesanato de cestaria e adorno.
Escoamos toda a produção para Cachoeira, Salvador, Camaçari, Feira de
Santana, Candeias e outras cidades. Feiras livres, bares e restaurantes são
clientes, além das prefeituras, que compram mel para a merenda escolar",
completou Ananias Viana.
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