Na terça-feira da semana que vem, dia 31 de março,
CUT e movimentos sociais vão realizar uma Plenária Nacional – em São
Paulo, o local escolhido é a Quadra dos Bancários – para convocar e
preparar duas grandes mobilizações de rua que acontecerão em 7 de abril e
no 1º de Maio, Dia do Trabalhador.
No próximo dia 7 de abril, a CUT, a CTB, o MST, a UNE, o MAB, a CMP e
dezenas de movimentos populares do campo e da cidade (ver relação no
final do texto), realizam atos em todo o País para impedir a votação do
Projeto de Lei 4330/04, da terceirização, e conscientizar a sociedade
sobre o prejuízo que esse PL representa para a classe trabalhadora. Os
atos também serão em defesa da democracia, dos direitos dos trabalhares,
da Petrobrás e das reforma política, agrária e da comunicação e combate
à corrupção.
Dia 7, em Brasília, sindicalistas de São Paulo, Distrito Federal e
Goiás, vão ocupar o Congresso Nacional, a partir das 10h, para impedir a
aprovação do PL 4330 que tira direitos dos trabalhadores, piora as
condições de trabalho, saúde e renda; e protestar contra outros projetos
como e de reforma política do PMDB que não acaba com o financiamento
empresarial das campanhas eleitorais, uma porta aberta para a corrupção.
Na mesma data, nas capitais e nas grandes cidades do Brasil, as CUT’s
Estaduais em conjunto com a CTB e os movimentos populares do campo e da
cidade, farão manifestações nas ruas, avenidas e estradas. Algumas
categorias farão atividades nas portas das fábricas, bairros e escolas,
reforçando a mobilização geral pela agenda de desenvolvimento econômico
com justiça e inclusão social que ajudaram a construir.
No dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, a CUT, A CTB e todos os
movimentos abaixo relacionados vão realizar atos unificados em todo o
país. Será mais um dia de luta, de conscientização sobre os ataques aos
direitos dos/as trabalhadores/as.
A luta contra o retrocesso, o golpe e a corrupção é de todos e todas
Os ataques contra os direitos dos trabalhadores e contra a democracia
uniram ainda mais os movimentos populares do campo e da cidade que
sempre lutaram por direitos, construíram o projeto democrático e popular
que governa o País desde 2003, reconhecem as conquistas dos últimos
anos e não admitem retrocessos nem perda de direitos conquistados.
Mais que as manifestações da direita, o que alertou os movimentos
progressistas foi o enorme número de parlamentares de direita eleitos em
outubro de 2014. Segundo o DIAP, a bancada de deputados e senadores
eleita no ano passado forma o Congresso Nacional mais conservador desde
1964 - a bancada empresarial é formada por 221 representantes; a
sindical caiu de 83 para 51.
Para o presidente da CUT, um Congresso conservador, cuja prioridade é
defender os interesses patronais e da elite e só se mobilizar para
atacar os direitos dos trabalhadores e as conquistas sociais,
especialmente, em um ano onde o desenvolvimento do País dá sinais de
desaquecimento e ameaça diminuir o lucro dos empresários.
“A agenda dos empresários terá prioridade. Por isso, temos de organizar
e mobilizar cada vez mais nossas bases, nossa militância porque a luta
pela manutenção e ampliação dos direitos vai exigir uma dedicação enorme
de todos nós”, pontua o dirigente.
E o primeiro ataque já começou. Em conjunto com a CNI, o Congresso se
prepara para aprovar um dos projetos mais prejudicais aos trabalhadores
de que se tem notícia nos últimos anos. É o malfadado PL 4330/04 que
amplia a terceirização e foi pautado pelo presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para ser votado no dia 7 de abril.
O senador Flexa Ribeiro, do PSDB-PA, por sua vez, pediu o
‘desarquivamento’ do PLS 87/10, que trata do mesmo tema, em uma evidente
demonstração de que o cerco está se fechando.
A terceirização e os/as trabalhadores/as
Atualmente, 12,7 milhões de trabalhadores (6,8%) do mercado de trabalho
são terceirizados. E os empresários querem ampliar ainda mais esse
contingente de subempregados.
O dossiê “Terceirização e Desenvolvimento: uma conta que não fecha”,
produzido pela CUT em parceira com o Dieese, mostra que os terceirizados
ganham menos, trabalham mais e correm mais risco de sofrerem acidentes,
inclusive fatais.
Em dezembro de 2013, os trabalhadores terceirizados recebiam 24,7% a
menos do que os que tinham contratos diretos com as empresas, tinham uma
jornada semanal de 3 horas a mais e eram as maiores vítimas de
acidentes de trabalho.
No setor elétrico, segundo levantamento da Fundação Comitê de Gestão
Empresarial (Coge), os trabalhadores morreram 3,4 vezes mais do que os
efetivos nas distribuidoras, geradoras e transmissoras da área de
energia elétrica.
Dos 10 maiores grupos de trabalhadores em condições análogas à de
escravos resgatados entre 2010 e 2013, 90% eram terceirizados.
Quer regulamentar? Então, iguale os direitos
A CUT defende o PL 1621/2007,
elaborado pela Central e encampado pelo deputado Vicentinho (PT-SP),
propõe a regulamentação da terceirização desde que haja igualdade de
direitos entre terceirizados e efetivos (saúde, ambiente de trabalho,
plano de saúde, tíquete refeição etc), a proibição da terceirização na
atividade-fim e a responsabilização da empresa tomadora de serviços,
quando a terceirizada deixar de cumprir suas obrigações, como depositar o
FGTS e pagar homologações.
Participarão das mobilizações e apoiam a pauta acima as entidades e coletivos:
CUT – Central Única dos Trabalhadores
FUP – Federação Única dos Petroleiros
CTB - Central Dos Trabalhadores do Brasil
UNE - União Nacional Dos Estudantes
MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
CMP – Central dos Movimentos Populares
MAB – Movimento dos Atingidos Por Barragens
LEVANTE Popular da Juventude
FETRAF - Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar
FDE - Fora do Eixo Mídia Ninja
MMM - Marcha Mundial das Mulheres
Plebiscito Constituinte
Plataforma Operaria Camponesa da Energia
Juventude REVOLUÇÃO
UBM - União Brasileira de Mulheres
FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
CONAM – Confederação Nacional de Associações de Moradores
UNMP – União Nacional por Moradia Popular
CONEN – Coordenação Nacional de Entidades Negras
Centro de Estudos da Mídia Alternativa “Barão de Itararé”
Juventude 5 de Julho
Movimento Nacional de Luta pelo Socialismo
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