sexta-feira, 25 de abril de 2014

ARBITRARIEDADE NA PRISÃO DE LIDERANÇA INDÍGENA.

DESRESPEITO CAMUFLADO EM SEGREDO DE JUSTIÇA:

"Lá em cima estão todos prontos para guerra." Palavras ditas por um jovem índio tupinambá de Olivença ao comentar o estado de ânimo de seus parentes da Serra do Padeiro, aldeia de onde se originou o agora lendário cacique BABAU.
   - Ninguém aqui sabia desses mandatos de prisão, isso foi uma arbitrariedade ou uma manobra pra que Babau não denunciasse a situação dos índios tupinambá de Olivença à Sua Santidade o Papa Francisco,  disse a Senhora Valdeci, sentada em um pequeno tronco de árvore e brincando com sua neta, enquanto falava à nossa equipe da surpresa que foi para todos os indígenas da etnia tupinambá a prisão daquele que é líder e inspirador de toda a nação tupinambá.
   Babau era esperado pelo Sumo Pontífice para a missa de canonização do Padre José de Anchieta, não por coincidência, também defensor dos direitos dos índios que, já no período colonial sofriam com as perseguições dos homens brancos. Naquela época poderia se dizer que a civilização ainda engatinhava e a escravidão indígena era aceita, mas e hoje, em pleno século XXI, o que justifica a perseguição e as arbitrariedades a que são submetidos os descendentes dos povos que eram os donos originais de nossa pátria mãe?
  Tudo o que queremos é que sejam respeitados os nossos direitos e que nos seja reintegrado o território que o país já reconheceu como sendo nosso por direito, declarou Adriano, dizendo que as retomadas de terras tão alardeadas como invasões violentas, são realizadas pacificamente, com homens, mulheres e crianças tupinambás, somente naquelas propriedades que estão dentro do território reconhecido como terra indígena.
   Violência nas retomadas ocorrem, pois cada cacique guia sua aldeia a seu modo, podendo até dificultar a aceitação da causa indígena pelas pessoas, mas isso é raro de acontecer, são casos isolados, disse Adriano.
ÍndioTupinambá Adriano, da Aldeia Taba Jairy
   Estranhamente, os mandatos de prisão do cacique Babau apareceram somente às vésperas de sua viagem ao Vaticano, com a desculpa de que foram emitidos há mais de um mês, mas que não haviam sido cumpridos até o dia que se fez necessário calar a liderança indígena do sul da Bahia. Isso traz uma sensação de que as datas de documentos que correm em segredo de justiça podem ser alteradas segundo a vontade do emitente, sem justificativa nenhuma aos interessados e à sociedade. 
   Nenhuma arbitrariedade dura para sempre, esperemos que a justiça se estabeleça logo e que a pequena Índia tupinambá possa vislumbrar, com seus olhos inocentes, um futuro melhor para si e para seu povo.
Os olhos do povo Tupinambá voltados para o futuro.

   

Nenhum comentário:

Postar um comentário