sábado, 8 de março de 2014

GREVE NO RIO.

Greve de garis divide opiniões no Rio

A greve de garis que já completou uma semana no Rio tem dividido opiniões nas redes sociais, com manifestações tanto de solidariedade quanto de condenação à ação dos garis que cruzaram os braços durante a semana de carnaval.
Com a greve, a cidade tem vivido cenas inusitadas.
Garis catando lixo seguidos por uma viatura da Guarda Municipal, um guarda com o porrete na mão, pronto para proteger os catadores de eventuais represálias de grevistas.
A praia de Ipanema tomada por lixo mesmo ao amanhecer – a cena costuma ser comum após um dia de praia cheio, quando os garis entram em cena para passar o pente fino na areia.
A imagem do prefeito Eduardo Paes jogando o que parece ser o caroço de uma fruta no meio da rua, ato registrado em um vídeo que se tornou viral nas redes sociais – e levou Paes a se manifestar dizendo que iria se auto-impor a multa de R$ 157 cabível pelo Lixo Zero. O programa foi criado pelo seu governo para penalizar a cultura de jogar lixo na rua.
Fotos têm se multiplicado na internet mostrando pilhas de lixo acumuladas nas calçadas, seja em regiões mais nobres zona sul ou de áreas onde a situação está mais crítica, como a Ilha do Governador ou Pedra de Sepetiba.
Lixo à espera de coleta no Rio de Janeiro (foto: BBC)
Nas redes sociais, alguns acusam funcionários da Comlurb de má-fé e oportunismo por fazerem greve em pleno carnaval.
“Saio pra Bahia no carnaval, e quando volto, minha rua virou lixeira?”, pergunta um carioca no Twitter.
“O Rio de Janeiro continua lindo, e sujo! Uma semana, e cadê a Comlurb?”, questiona outro.
Mas muitos demonstram apoio e se solidarizam com a exigência dos garis por salários maiores. O atual piso salarial da Comlurb é de R$ 806,12. Os grevistas reivindicam que aumente para R$ 1.200.
“Imagino a coisa horrível que deve estar o Rio de Janeiro por causa do lixo nas ruas, mas os garis estão com a razão e merecem um aumento maior”, tuitou uma internauta.
Na contramão dos que acusam os garis de oportunismo, outro usuário do Twitter sugeria que oportunidades futuras também fossem abraçadas:
“Alô garis da Comlurb: se não der agora, greve de novo durante a Copa! Alô garis do Brasil: Vocês estão ganhando bem?”
O acordo firmado entre a Comlurb e o Sindicato dos Empregados das Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio de Janeiro fica bem aquém da reivindicação dos grevistas, garantindo aumento do piso salarial para R$ 874,79. Os garis recebem ainda 40% de adicional de insalubridade, o que com este aumento chega a R$ 1.224,70.
Na quinta-feira, o presidente da Comlurb, Vinícius Roriz, veio a público pedir que, quando possível, os cariocas guardassem seu lixo em casa por mais tempo.
“Quem ver que a coleta não passou corretamente, que recolha novamente, se tiver condições para acondicionar seu lixo”, afirmou a jornalistas.
A sugestão foi ironizada nas redes sociais. “Por favor, todos mandando seu lixo para a casa do presidente da Comlurb...”, provocou um usuário do Twitter.
Roriz diz que a empresa está trabalhando para normalizar a situação “o mais rápido possível” e prevê que a coleta volte ao normal a partir do domingo.

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