segunda-feira, 3 de agosto de 2015

UNE: Unidade para defender a democracia e combater o retrocesso

O 1º Seminário de Gestão da UNE foi inaugurado na manhã deste sábado (1º) na sede da Apeoesp, no centro de São Paulo, com um debate sobre a conjuntura política e econômica no Brasil e no mundo. O evento, que conta com a presença de todos os membros da diretoria, tem como missão definir as diretrizes da nova gestão da entidades para os próximos dois anos.


                 Seminário de gestão da UNE


 
Participaram do debate a ex-presidenta da UNE Vic Barros, o ex-diretor da entidade e dourando em sociologia Tiago Aguiar e o integrante do MTST Josue Rocha. Todos convocaram os estudantes, a juventude e os movimentos sociais a se unirem para defender a democracia brasileira, combater o retrocesso e disputar a insatisfação da sociedade.

A presidenta da UNE, Carina Vitral, abriu o evento lembrando os dois primeiros meses de gestão, quando os estudantes ocuparam o Ministério da Fazenda e o Congresso Nacional, em Brasília, contra os cortes na Educação e o retrocesso, simbolizado pela redução da maioridade penal. “Esta é a UNE combativa que lutará em defesa da democracia e contra o conservadorismo no Brasil”, declarou Carina.

Para a ex-presidenta da UNE Vic Barros, os estudantes e a juventude brasileira devem ter como prioridade a união para barrar o avanço do conservadorismo e barrar o retrocesso no país.

“Nós vivemos um novo equilíbrio de forças, que nos faz comemorar barrar retrocessos, como a redução da maioridade penal, e não avanços, como os 10% do PIB para a educação“, analisou Vic, em comparação ao período anterior do país, marcado por muitas conquistas para a sociedade brasileira, principalmente para a educação.

Ela chamou atenção para o avanço da direita, que ocupa as ruas e ameaça a democracia brasileira, pressionando pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

“Defender a democracia é o primeiro desafio que precisamos enfrentar. Nós queremos uma agenda que valorize a educação, a saúde e que defenda a Petrobras. Nós precisamos formar uma frente ampla com os movimentos populares e os partidos políticos para apontar como rumo o enfrentamento da agenda conservadora e a construção de uma agenda formada por reformas populares. Nós precisamos de muita unidade neste momento”, convocou a ex-presidenta da entidade.

Tiago Aguiar ressaltou em sua fala as polarizações que cada vez mais se tornam latentes na sociedade brasileira, em que a juventude surge como um importante ator progressista.

“A UNE deve se posicionar contra qualquer tipo de retrocesso, pois a juventude é dos setores mais democráticos e progressistas da sociedade. Ela é a favor do casamento igualitário para todos, contra a lgbtfobia, contra o machismo, contra o racismo e pela legalização da drogas”, destacou.

Ele vê como a principal agenda para o movimento estudantil o combate ao ajuste fiscal e os cortes na Educação que o governo federal tem aplicado desde o início do ano. E também barrar a agenda conservadora capitaneada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“Está se abrindo um novo momento de polarização no país que nos exige mais ação e nossa principal ação é impedir que se desmonte a educação pública no país através dos cortes de mais de R$ 10 bilhões no orçamento. Se deixarmos, as universidades vão fechar sem dinheiro para limpeza, sem recursos para pagar o salário de professor. Os estudantes devem fazer uma jornada de lutas unificada para barrar o retrocesso, a terceirização e a redução da maioridade penal”, afirmou Tiago.

Integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, Josue Rocha destacou a necessidade se formar uma frente popular para se combater o ajuste fiscal e disputar a insatisfação popular com a direita que tem ido para as ruas.

“É claro que com neste cenário de ajuste, a população se coloca contra. Através desta frente, nós devemos pautar de maneira clara a nossa crítica ao ajuste propondo alternativas, como a auditoria da divida pública e a taxação das grades fortunas, que são formas de ajuste que foram esquecidas. Desta forma, disputar a insatisfação popular com a direita”, observou Josue.

Para ele, esta disputa deve incluir a defesa da democracia e do mandato da presidenta Dilma.

“A crítica que a direita faz assumindo esse discurso de ‘Fora Dilma’ acontece para ampliar o ajuste econômico. Este discurso que é contra o PT, é também contra toda a esquerda, contra toda pauta progressista. Nós devemos criticar o governo, mas ao mesmo tempo defender o mandato, defendendo a democracia”, concluiu o membro do MTST.

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