quinta-feira, 9 de abril de 2015

Projeto da Linha Viva causa polêmica na Câmara Municipal de Salvador

O projeto que compreende a implantação, operação e exploração econômica de via expressa denominada ‘Linha Viva’ chega à Câmara de Vereadores para ser votado. Enviado pelo prefeito ACM Neto, o PL visa construir uma via expressa que interligará a Região do Acesso Norte (BR-324) à Estrada CIA-Aeroporto (BA-524). Mal foram iniciados os debates, mas os vereadores já têm se posicionado sobre o projeto, dividindo opiniões na Câmara. O vereador Joceval Rodrigues (PPS) disse que a matéria seguirá todos os trâmites, assim como foi feito com a outorga onerosa. “Nenhum projeto será votado antes de fazermos reuniões com os vereadores e secretários. Vamos analisar todos os pontos, principalmente a Comissão de Constituição e Justiça, de Planejamento Urbano e Meio Ambiente”, disse.
Apesar da garantia dada pelo líder do governo no Legislativo, a oposição não esconde a contrariedade.  O vereador Luiz Carlos Suíca, líder da bancada da oposição na Câmara, ressaltou a importância de ouvir a população, antes da votação. “É um projeto que demanda grande debate com a sociedade, principalmente com moradores do local, onde a Linha Viva será construída. Será um pedágio dentro de Salvador e isso vai resultar em desapropriação. Para onde os moradores irão? Precisamos de maior debate e discussão popular sobre isso”, disse. Suíca ainda aproveitou a situação para criticar alguns projetos de ACM Neto e pedir bom senso dos vereadores na hora da votação. “Peço bom senso dos vereadores, pois não podemos ficar no compromisso com o prefeito e sim com a cidade. Por sua vez, o prefeito tem que entender que não pode construir uma cidade para as pessoas e sim, uma cidade com as pessoas”, criticou.
O presidente da Comissão de Planejamento Urbano, o vereador Arnando Lessa (PT), assumiu que o projeto é polêmico, mas garantiu discussões e debates populares. 
“É uma via urbana pedagiada, coisa nova na cidade, porém polêmica. Porque passa por baixo de linhas de alta tensão da Chesf, terá muitas desapropriações. Vamos ouvir os setores envolvidos direta e indiretamente e promover debates populares. É interessante, inclusive, ver duas áreas totalmente distintas, uma muito carente de serviços públicos, como Saramandaia, e outra muito beneficiada, como o Alphaville, também não quererem a Linha Viva. Vamos procurar saber o porquê”, disse.
A vereadora Aladilce Souza (PCdoB) criticou, duramente, o projeto. “Ele estava fazendo um PDDU à revelia do que determina a própria legalidade. Existe um TAC [Termo de Ajustamento de Conduta] que ele assinou e deverá fazer um novo PDDU como manda o estatuto da cidade. Isso é um processo que está em curso e ao mesmo tempo manda projetos que alteram o próprio PDDU, como a outorga onerosa e Fundurbs. Isso pode levar à judicialização. Não vamos permitir que vá adiante sem ter uma discussão mais ampla. Ele não convoca o conselho da cidade para discutir”, criticou Aladilce para o Bocão News, ressaltando, ainda, que o projeto servirá apenas para projetar o prefeito. 
“É um absurdo, as empresas já vão explorar pedágio. A prefeitura não pode abrir mão de arrecadação assim. Uma temeridade, um projeto que tem apenas a intenção de projetar ACM Neto”, disse.  A comunista enfatizou ainda que não há necessidade de uma via de alta velocidade com dez praças de pedágio cortando a cidade. “Já estamos tendo diversas intervenções na Paralela que vai melhorar o trânsito”, afirmou.



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