quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Comissão da Verdade está preocupada com morte de jovens por policiais

A Comissão Estadual da Verdade - Bahia enviou nesta terça-feira (10) ofício ao governador Rui Costa manifestando sua preocupação com a operação policial da Rondesp, que resultou na morte de 12 jovens, e “com as declarações recentes de representantes do Governo, em defesa prévia e perigosa de fatos possivelmente violadores dos direitos humanos, sobretudo do direito à vida, ainda que apoiados por parte da população”.

Segue , na íntegra, o texto do ofício enviado ao governador do Estado:
“Diante da recente operação policial da Rondesp, que resultou na morte de pelo menos 12 jovens, a Comissão Estadual da Verdade da Bahia,  constituída na forma do Decreto nº 14.227/2012,   para revelar   perseguições, desaparecimentos, mortes e tortura ocorridos no período da Ditadura Civil Militar neste Estado,  e contribuir para a prevenção de fatos semelhantes  no presente e no futuro, considera  cumprimento de seu compromisso  manifestar preocupação:
1-    com as declarações de representantes do Governo,   em defesa prévia e perigosa de  fatos possivelmente  violadores dos  direitos humanos, sobretudo  do direito   à vida ,  ainda que apoiados por parcela da população;
 2-    com  as contraditórias versões entre representantes de órgãos de segurança e moradores dos bairros atingidos   que presenciaram os fatos  mas, compreensivelmente,  temem identificar-se.
Assim, pela efetivação do estado democrático de direito, com a erradicação das práticas recorrentes na Ditadura , confiamos na   imparcialidade para apuração destes e de outros fatos semelhantes, e responsabilização  pelas suas consequências. E sugerimos ainda que ampla campanha educacional seja deflagrada pelo Poder Publico, difundindo valores éticos e respeito à  vida e ao cidadão,  como forma de prevenção ao atual estado de desrespeito aos direitos humanos”.

A Comissão Estadual da Verdade é formada pelos jornalistas Carlos Navarro (coordenador) e Walter Pinheiro, advogados Vera Leonelli e Jackson Azevedo e pelos professores Amabília Almeida, Dulce Aquino e Joviniano Neto.

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