A Comissão Pastoral da Terra (CPT), ligada à Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB), colocou na Internet para consulta pública todo o
seu acervo digitalizado sobre os conflitos no campo do País.
O acervo, que é gerenciado pelo Centro de Documentação Dom Tomás
Balduino, da Secretaria Nacional da CPT, está disponível agora no Google
Drive, um dos aplicativos do portal de buscas Google.
Os conflitos fundiários, motivados pelo histórico desequilíbrio na
distribuição de terras no Brasil, vem sendo registrado e arquivado pela
Pastoral desde sua criação, em 1975.
O projeto dividiu as milhares de pastas sobre o tema em três itens,
chamados "subfundos". O primeiro "Conflitos no Campo" é formado por
mais de 310.000 páginas de documentos digitalizados, referentes a mais
de 25.000 conflitos registrados no banco de dados da CPT.
Bahia
O Subfundo Temático, possui mais de 110.000 páginas de documentos
digitalizados, com textos "elaborados pela própria CPT, bem como por
seus assessores, profissionais da academia e outros atores sociais, que
contribuem à compreensão da complexidade do campo brasileiro".
O terceiro, o Subfundo Institucional contém mais de 5.000 documentos
produzidos pelas instâncias nacionais da CPT. Esses três itens se
subdividem em vários outros, o que facilita a pesquisa. É possível, por
exemplo, realizar estudos por tema, estados e outros.
A pasta sobre a Bahia contém 251 itens sobre os mais diversos ângulos
da luta pela terra. Está registrado lá os primórdios do conflito
envolvendo índios e fazendeiros no sul da Bahia.
Uma matéria do jornal O Estado de São Paulo, de 1979, informa que
"vários latifundiários da região há anos vem tentando se apossar das
terras dos índios Tupiniquins que se aproxima de 50 mil hectares". A
"tática" dos latifundiários para esse processo seria promover o
extermínio dos índios fomentando vícios, subornando os nativos ou
simplesmente mandando matar "os mais revoltados".
Está registrada também o drama dos moradores de cidades que foram
desalojados de suas casas devido às barragens, como a de Itaparica,
construídas ao longo do Rio São Francisco.
Há também casos típicos como a luta de agricultores de Canavieiras que
atuavam na extração de piaçava. Cansados com a exploração do seu
trabalho por fazendeiros, resolverem em 1977 ocupar terras na região
para iniciar sua própria produção.
UDR e MST
É possível consultar documentos e recortes de jornal sobre a criação em
1985 da União Democrática Ruralista (UDR) e seu antípoda, o Movimento
dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).
A Comissão Pastoral da Terra esclarece que "para acessar todos os
documentos do acervo, realizar downloads, utilizar o campo de pesquisa
do Google Drive e todos os recursos do mesmo é necessário que o usuário
possua uma conta Google (Ex.: Gmail)".

Nenhum comentário:
Postar um comentário