No dia 12 de maio, o presidente da
FAEB, João Martins da Silva Junior; o vice-presidente, José Mendes Filho
e o vice-presidente de Desenvolvimento Agropecuário, Guilherme Moura,
participaram das discussões sobre a Proposta de Emenda à Constituição
que prevê que a decisão sobre o processo demarcatório passe a ser
responsabilidade do Congresso Nacional e não mais somente da Fundação
Nacional do Índio, com o Ministério da Justiça e Presidência da
República. A Conferência foi convocada pela Comissão Especial de
Demarcação de Terras Indígenas da Câmara dos Deputados e está sendo
realizada em vários estados brasileiros, com o objetivo de gerar debates
que contribuam para o texto final da Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) 215/2000. O encontro aconteceu na Assembleia Legislativa, Centro
Administrativo da Bahia.
Durante as discussões, João Martins declarou sobre a importância da aprovação da PEC 215.
“Precisamos retirar a decisão de ser terra indígena da alçada de apenas
duas instituições (Ministério da Justiça e Presidência da República).
Não queremos tirar a ação da Funai, que tem que fazer o que é de sua
competência, mas, queremos sim, justiça e coerência nas discussões. O
Congresso Nacional, com certeza, vai buscar um relacionamento melhor e
um encaminhamento mais justo e democrático para essas questões indígenas
na Bahia e no Brasil. Esse povo que está aqui presente, e que é
formado, em sua maioria, por pequenos agricultores familiares, precisa
contar com as autoridades do nosso país para ter um pouco de paz e
segurança nas suas propriedades”, disse.
A FAEB vem ajudando os pequenos produtores de
Ilhéus, Una e Buerarema nas ações de reintegrações de posse, custeando
advogado para aqueles que não têm a mínima condição de arcar com
despesas de honorários e custas processuais. “A entidade não é política e
tampouco o seu presidente, que nunca fez parte de nenhuma agremiação
politica e nem pretende fazer. Temos a sensibilidade de saber que essa
situação não pode mais perdurar em nosso estado e os governos devem
procurar uma solução imediata. Precisamos buscar o estado de direito que
com certeza é o que mais clama o povo brasileiro”, finalizou Martins.
Além da Faeb, foram convidadas diversas
instituições, mas, apenas, estiveram presentes os deputados federais
Geraldo Simões (PT-BA) - coordenador do evento - Afonso Florence
(PT-BA) - presidente da comissão especial da PEC 215 - Oziel Oliveira
(PDT-BA); Ângela Sousa, deputada estadual (PSD-BA); e os representantes
da Frente Parlamentar da Agropecuária, Rudy Maia Ferraz, Advogado
Especialista em Direito Agrário; Abiel Santos, presidente da Associação
de Pequenos Agricultores de Ilhéus-BA, Una e Buerarema; o Prefeito de
Buerarema, Guima Barreto; e os Sindicatos Rurais e de Agricultores do
sul da Bahia. Também estiveram presentes, pequenos produtores dos
municípios de Ilhéus, Una e Buerarema, que contaram com o apoio da Faeb
para o deslocamento até à Capital.
Os pequenos produtores da agricultura familiar e representantes dos sindicatos rurais com áreas invadidas, participaram ativamente do debate, relatando os lamentáveis acontecimentos que causaram mortes e furtos em todo o sul da Bahia, a exemplo do assassinato do pequeno produtor Juraci dos Santos e de muitas tragédias ocorridas em todo o estado.
Os pequenos produtores da agricultura familiar e representantes dos sindicatos rurais com áreas invadidas, participaram ativamente do debate, relatando os lamentáveis acontecimentos que causaram mortes e furtos em todo o sul da Bahia, a exemplo do assassinato do pequeno produtor Juraci dos Santos e de muitas tragédias ocorridas em todo o estado.
O presidente da Associação de Pequenos
Agricultores de Ilhéus-BA, Una, Buerarema e São José, Abiel Santos,
agradece o apoio constante dos deputados Geraldo Simões e Ângela Sousa.
Saúda um pequeno agricultor que está presente e que tem apenas 8
hectares de terra e que foi expulso de sua propriedade e residência pelo
próprio filho que virou índio. “Isso é o retrato do que a Funai está
fazendo”, disse.
O deputado federal Geraldo Simões (PT/BA)
considera “de suma importância que este debate seja realizado em
Salvador/Bahia, pois nosso estado, particularmente a região sul, vive um
grave conflito de terras ocasionado por um processo de demarcação
questionável, que vem sendo realizado pela FUNAI. Entendemos que esse
encontro é fundamental para esclarecer dúvidas e buscar um consenso que
garanta a paz e evite atos de violência, a exemplo do que vem ocorrendo
no Sul da Bahia”.
Um estudo apoiado pela FUNAI inclui como terras a
serem demarcadas, 47 mil hectares na região de Ilhéus/Una e Buerarema,
ocupadas por pequenas propriedades, assentamentos e, inclusive áreas
urbanas, legalizadas e escrituradas há décadas. Para Simões, “este
estudo tem servido de pretexto para que grupos indígenas ou supostos
indígenas, expulsem famílias de agricultores, particularmente em ações
armadas e violentas”, concluiu.
A deputada estadual, Ângela Sousa, cobrou uma ação
mais eficaz na segurança dos produtores do sul da Bahia, que estão
sofrendo com os graves e constantes conflitos na região. "Essa situação
de medo e insegurança não pode continuar. É necessária uma intervenção
maior do estado e do governo federal para que o problema seja
resolvido", disse. A deputada falou, também, que não é contra os
verdadeiros índios, mas é preciso respeitar os direitos de mais de 20
mil famílias das regiões de Una, Ilhéus, Buerarema e São José que hoje
vivem da agricultura familiar e que podem perder suas propriedades,
fruto das mãos calejadas de uma vida inteira de suor e trabalho.
A Comissão destinada a apreciar e proferir parecer
sobre a PEC 215 é formada pelos membros titulares, Afonso Florence
PT/BA, Geraldo Simões PT/BA, Padre João PT/MG, Alceu Moreira PMDB/RS,
Darcísio Perondi PMDB/RS, Osmar Serraglio, Nilson Leitão PSDB/MT,
Reinaldo Azambuja PSDB/MS, Junji Abe PSD/SP, Moreira Mendes PSD/RO, Luís
Carlos Heinz PP/RS, Toninho Pinheiro PP/MG, Vilson Covatti PP/RS,
Toninho Pinheiro PP/MG, Vilson Covatti PP/RS e Giacobo PR/PR.
A Conferência sobre o processo de Demarcação de
Terras já foi realizada em Santa Catarina, Pará, Rio Grande do Sul, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul e agora na Bahia. O texto final será
debatido em Brasília com representantes de todos os estados.
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