terça-feira, 15 de julho de 2014

ALEMANHA TAMBÉM É TERRA DE ÍNDIO.

'Meio sem jeito, mas valeu', diz índio sobre dança alemã na final da Copa

Foi com muito orgulho e alegria que a Aldeia Pataxó de Coroa Vermelha, localizada em Santa Cruz Cabráliano, sul da Bahia, assistiu à comemoração dos alemães após o título da Copa do Mundo. Durante a celebração realizada após a vitória contra a Argentina, os jogadores fizeram uma dança inspirada nos rituais dos índios pataxó, movimento que eles aprenderam quando estiveram em contato com a comunidade na Bahia.

Segundo o cacique Zeca Pataxó, a dança se chama "anguaré" e é tradicionalmente realizada para celebrar conquistas. Ela foi ensinada pelos índios no dia 9 de junho, durante o primeiro treino da Alemanha na região. "Foi um pouco difícil ensinar porque eles não entendiam direito, nós tínhamos que puxar, ensinar como pisar", conta. Com bom humor, o índio aprovou o movimento dos alemães. "Ficou meio sem jeito, mas valeu a inteção deles. Eles se saíram bem e é isso que importa", elogia.

Zeca Pataxó conta que toda a comunidade indígena torceu para a Alemanha na final, símbolo de uma relação de afetividade construída ao longo do Mundial. "Ontem a gente assistiu ao jogo com todo mundo vestido de camisa Alemanha. Alguns estavam vestidos com camisa do Flamengo [que se assemelha ao segundo uniforme alemão] e mostra que nós torcíamos mesmo para eles. Antes do jogo, fizemos uma oração para que eles tivessem força e pudessem ser campeões. E tudo deu certo graças a Deus", comemora.

Contato
Durante o período em que a Seleção da Alemanha esteve em Santa Cruz Cabrália, os índios da Aldeia Pataxó de Coroa Vermelha chegaram a interagir alguns minutos com os jogadores e até puderam acompanhar uma coletiva de imprensa. Na ocasião eles usaram usaram o fone de ouvido com a tradução para o português.

A aldeia também recebeu cheque de 10 mil euros (cerca de R$ 30 mil) da Federação Alemã de Futebol (DFB), que será usado para a compra de um carro que ajudará no atendimento médico à comunidade.

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