Trepadeiras: Mulheres realizam ato contra músicas que incitam machismo
Na noite do dia (10), o rapper Emicida se apresentou em um show no Sesc Pinheiros, zona oeste da capital paulista. Porém, paralelo ao show, ocorreu também uma manifestação em frente ao local, em repúdio a uma canção que o cantor compôs, no qual incita a violência contra a mulher.
A manifestação intitulada de “1º Ato das Trepadeiras” faz menção à música de Emicida, que leva o nome “Trepadeira”, e chama a atenção para discutir sobre a cultura ostentada de gerações em gerações, em que compositores fazem canções que humilham, submetem as mulheres e incitam a violência contra elas.
As organizadoras do evento divulgaram uma nota para esclarecer a que se deu o ato e também chamam a atenção pedindo pelo fim da cultura em que se emprega a violência contra a mulher, vendendo músicas em diferentes vertentes, que cultuam o machismo, a brutalidade contra mulheres. Sobretudo, destaca a vulnerabilidade da mulher na sociedade, pois a cada 12 segundos, uma é violentada no país.
Confira a nota:
Na canção de Emicida, “em que o personagem masculino da canção proclama que sua companheira merece apanhar e morrer por envenenamento, além de sua absoluta descartabilidade após o ato sexual, numa composição cheia de apologia à violência social, física e psicológica da mulher, impondo padrões morais e estéticos e cerceando sua liberdade, cujo o auge da promoção misoginia está na rima: ‘merece era uma surra de espada-de-são-jorge e um chá de comigo-ninguém-pode’.”CHEGA!!!!Queremos, a partir do 1º ATO DAS TREPADEIRAS, desautorizar qualquer um a dançar, a sorrir cinicamente, a se divertir e, muito menos, a ganhar dinheiro às custas de hematomas, dores, humilhações diárias e mortes que chegam ao endêmico número de UMA MULHER AGREDIDA A CADA 12 SEGUNDOS, só no Brasil.Trata-se de um profunda mudança cultural da qual não podemos mais nos furtar em promover. Não é um problema do RAP, não é um problema do samba, não é problema do pagode, do funk, do sertanejo, nem do rock e nem do POP, é um problema da sociedade e, sobretudo, de TODAS as mulheres.Não queremos mais o eterno papel de vítimas que nos enfiam goela e ouvidos abaixo!
Somos guerreiras! Somos trabalhadoras e se “a rua é nóis”, é bom que fique bem claro que “100% da rua foi a mulher que pariu!”.
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