Audiência sobre Linha Viva tem
protestos em Salvador
Obra vai desapropriar 3.200 casas e terá 20 pedágios.
Projeto prevê que pista tenha quase 18 km de extensão.
A quarta audiência pública sobre a Linha Viva, projeto de construção de uma via estruturante que vai passar por diversos bairros de Salvador, foi marcada por protestos na manhã desta segunda-feira (16), no auditório do Parque Tecnológico da Bahia, na Avenida Paralela.
A audiência estava marcada para começar às 9h. Pouco antes das 9h30, moradores do bairro de Saramandaia, além de outros representantes da sociedade civil, estavam do lado de fora e reclamavam por não terem conseguido entrar.
FOTÓGRAFO CARLOS BARBOSA
"Colocaram limite para 60 pessoas que se inscreveram. Pediam inscrição com justificativa e isso não foi divulgado. Muitos moradores de Saramandaia não têm instrução para fazer isso. Estamos aqui desde as 7h, tinha umas 15 pessoas na fila", disse Deise Lima, moradora de Saramandaia.
FOTÓGRAFO CARLOS BARBOSA
FOTÓGRAFO CARLOS BARBOSA
O projeto da Linha Viva foi criado na gestão do prefeito João Henrique e a atual prefeitura deu continuidade. De acordo com o secretário municipal de Transportes, José Carlos Aleluia, o projeto prevê a construção de uma via expressa de quase 18 km de extensão que vai ligar o Acesso Norte, na BR-324, à BA-524, mais conhecida como estrada Cia-Aeroporto.
A previsão é que a Linha Viva passe por bairros e comunidades de Salvador que estão situados na linha de transmissão da Chesf, como Saramandaia, região da Avenida Luís Eduardo Magalhães, Avenida Gal Costa, São Cristóvão e Mussurunga.
Discussão
Logo no início da audiência houve um princípio de tumulto, com um manifestante sendo expulso do auditório pela "guarda municipal" (isso existe em Salvador ??) com auxílio da eficientíssima Polícia Militar da Bahia.
Logo no início da audiência houve um princípio de tumulto, com um manifestante sendo expulso do auditório pela "guarda municipal" (isso existe em Salvador ??) com auxílio da eficientíssima Polícia Militar da Bahia.
FOTÓGRAFO CARLOS BARBOSA
A ideia da audiência era apresentar o projeto e também ouvir a população. No entanto, os representantes das comunidades que serão atingidas pela obra pediram por diversas vezes que a sessão fosse suspensa. Vereadores também fizeram a mesma solicitação. O secretário José Carlos Aleluia, da Semut, não cedeu e validou a audiência. Ele foi mediado pelo ouvidor do município, Humberto Vieira.
Alguns moradores, políticos e outros representantes da sociedade, como professores e líderes comunitários fizeram perguntas ao secretário sobre o projeto. A maioria também explanou sua opinião contra a construção da via. Dois pontos bastante questionados foram as desapropriações e o fato dos moradores das regiões por onde a Linha Viva vai passar não serem citados no projeto.
"As pessoas que serão atingidas não foram citadas em momento nenhum [na apresentação do projeto]. Vamos perder duas escolas, duas quadras e duas associações. Três mil moradores vão ter que deixar suas casas. Vocês estão entregando o público para o privado", disse Jorge Luis Santos, morador de Saramandaia.
Também estiveram presentes na audiência moradores do Cassange, Mussurunga, São Cristóvão, entre outros bairro.
Essa foi a primeira audiência em 2013. Outras três foram realizadas em 2012. Duas delas chegaram a ser interrompidas por conta de tumultos, informou a Semut.
Ao final da audiência era clara a insatisfação do povo com o que fizeram com o seu voto para PREFEITO DE SALVADOR nas últimas eleições e com o Secretário Aleluia.
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