Estamos, nos dias atuais, observando uma inanição absurda para um país de dimensões continentais como o Brasil. Tudo está parado. Obras de infraestrutura, obras na educação, estradas, instalações voltadas para a saúde. Tudo parou.
Pararam os estudos a respeito das estatísticas da violência, o assunto da mortalidade infantil está em suspenso. Os direitos básicos dos cidadãos caíram no esquecimento, a polícia não realiza mais operações necessárias porém que não agradam a opinião pública, os professores das redes municipais, estaduais e federais ministram suas aulas de forma automática e sem entusiasmo, esperando ansiosamente pelo fim do período para saírem da sala.
Discussões importantes não se concretizam , os olhos abaixa-se e não fitam nada além da ponta dos pés, o único assunto que ainda absorve alguma atenção ainda é o campeonato nacional de futebol. Ainda assim o mais discutido não é o resultado e sim a violência que ocorre nos estádios e cidades padrão FIFA.
Por quê essa apatia? Por quê esse descaso com as coisas do país? A resposta é simples, estamos em período eleitoral, as atenções se voltam à disputa eleitoral e aos vitoriosos que de lá surgirão. A antiga aspiração do "salvador da pátria" volta ao imaginário popular, o velho político honesto, bonzinho, pai dos pobres, salvador dos desassistidos povoa os sonhos do povo brasileiro e esse não consegue focar nos assuntos mais importantes par os rumos de nosso país.
Como assim, mais importantes? A eleição não é o assunto mais importante do país? A resposta é NÃO! a eleição deveria ser apenas um aspecto burocrático da democracia e não o circo que se tornou nas democracias sul americanas, esse deprimente espetáculo midiático e essa guerra de egos.
Estivemos, nos últimos meses, acompanhando o processo de campanhas eleitorais nos interiores de Bahia, Sergipe, Pernambuco e Piauí, vendo com tristeza que o processo eleitoral se tornou uma máquina de corrupção e de mentiras. Candidatos que abusam do poder econômico, candidatos que abusam da mentira e das promessas falsas e um povo que, mesmo tendo conhecimento das matreiras manobras, ainda é conduzido, feito rês em boiada, através dos currais eleitorais de nosso imenso Brasil.
Enquanto isso, aquela parcela mais sofrida da população, o pequeno produtor rural acossado pela seca, as comunidades de remanescentes quilombolas, as crianças abandonadas, os povos indígenas, a mulheres vítimas de maus tratos em suas próprias casas, os homossexuais vítimas de violência gratuita, a população afrodescendente que tem seus jovens assassinados dia aós dia continuam ali, à espera uma solução para seus direitos negados a tanto tempo, sem receber nada mais do que promessas vãs em troca de votos.
Não será dessa disputa eleitoral que sairá a salvação de nosso país, e sim da união da população na busca de seus direitos e na realização de seus projetos enquanto povo. Unindo-se em torno de suas comunidades as pessoas tornarão realizável o tão sonhado projeto de um país unido e honesto.
Mas o país não pode se estagnar, não pode parar, pois a inanição mata e pode matar um país inteiro.
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